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Resultados de produtividade da soja nesta safra

 

Apesar das muitas adversidades climáticas enfrentadas pelos produtores de todo o Brasil, a soja parece ter se saído bem

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

Na região Centro-Oeste, maior produtora de soja do Brasil, o 6º levantamento – safra 2014/15 da Conab apurou que a colheita seguiu acelerada em fevereiro, buscando completar o subsequente plantio da segunda safra de milho, que aparece como a principal oferta do cereal na temporada regional.

O objetivo seria concluir a maior área plantada com soja precoce para o plantio da maior área possível com o milho, aproveitando a janela do clima e potencializando a utilização de um elevado pacote tecnológico na produção. Essa estratégica quase foi comprometida com a greve dos caminhoneiros iniciada em meados de fevereiro em todo o país, e que na região Centro-Oeste provocou forte estresse no setor, uma vez que o risco da escassez de combustível coincidindo com a colheita criava a possibilidade de atrasos no planejamento do segmento produtivo, fato que felizmente não ocorreu.

Apesar de não haver registros de prejuízos operacionais relevantes na colheita da oleaginosa, devido aos estoques preventivos de combustíveis formados pela maioria dos produtores e pela normalização do movimento grevista ocorrido no final do mês, que possibilitou a normalização na oferta de combustíveis, houve, nesse ínterim, informações de casos em que os produtores situados no norte do estado do Mato Grosso buscaram socorro em Santarém, no estado do Pará, para não interromperem as operações de colheita e movimentação dos grãos, uma vez que o movimento grevista impedia a passagem para a direção sul do estado mato-grossense.

O Brasil produziu em torno de 93 milhões de toneladas de soja - Créditos Shutterstock
O Brasil produziu em torno de 93 milhões de toneladas de soja – Créditos Shutterstock

Clima x produtividade

O bom desempenho do clima durante todo o desenvolvimento da lavoura e o avanço recente da colheita gerou a expectativa de incremento na produtividade obtida ” 3.133 kg/ha ” quando comparado com o número divulgado no mês passado ” 3.115 kg/ha e também ao ocorrido na temporada 2013/14 ” 3.069 kg/ha.

No Mato Grosso do Sul, com exceção das regiões centro e norte, onde grande parte das lavouras encontra-se no estágio de maturação, nas demais a cultura da oleaginosa encontra-se em adiantada fase de colheita, estimando-se que, até o momento, tenha sido completada 50% da área total.

Os níveis de produtividades, em função das irregularidades das chuvas, mantiveram-se inalterados, com tendência de queda, em relação aos índices do mês anterior ” 3.000 kg/ha. Em Goiás, as chuvas em fevereiro não foram suficientes para atenuar os efeitos do longo período de estiagem ocorrida nas diversas regiões produtoras do estado.

Por essa razão, apesar do percentual colhido ser ainda pequeno (20% da área total), a produtividade obtida vem apresentando indicações de redução quando comparada com o verificado na safra passada (2.649 kg/ha), contra 2.900 kg/ha.

 Na região Sul, a paralisação dos motoristas de caminhões provocou atraso na colheita da soja devido à falta de combustível para a movimentação dos equipamentos agrícolas nas lavouras. Além disso, trouxe transtornos para o transporte dos grãos das lavouras até às cooperativas e cerealistas para que se processasse a limpeza, secagem e armazenagem dos grãos.

Na região, que é a segunda maior produtora da oleaginosa no país, observou-se uma leve redução nos níveis de produtividade, quando comparada com a divulgada no mês anterior ” 3.049 kg/ha, contra 3.060 kg/ha.

 

O melhoramento genético trouxe benefícios à produtividade da soja - Créditos Shutterstock
O melhoramento genético trouxe benefícios à produtividade da soja – Créditos Shutterstock

No Sul

No Rio Grande do Sul os produtores tiveram dificuldades na semeadura em função do excesso de chuvas. A sanidade das lavouras apresentou alguns comprometimentos com o avanço e a intensificação dos ataques da ferrugem asiática, auxiliado pelo clima chuvoso predominante desde a época do plantio na disseminação da doença fúngica. Nas áreas de várzeas as infestações foram mais significativas em função das dificuldades na aplicação dos tratos culturais.

 No Paraná, a semeadura da oleaginosa foi retardada em várias regiões produtoras, em decorrência da falta de umidade no início do cultivo, com o encerramento do plantio realizado somente no final do ano. A colheita, por essa razão, apresenta-se com percentuais bastante distintos entre as diversas regiões.

Merece destaque o fato de que, a despeito da intensa variação do clima que afetou principalmente as lavouras de ciclo precoce, as produtividades medidas, a partir do avanço da colheita, dão indicações de que se manterão no mesmo patamar daquela divulgada no mês anterior e cerca de 12,1% acima do observado na temporada passada, com a produção paranaense representando o maior incremento absoluto da oleaginosa nesta temporada.

Em Santa Catarina, de uma forma geral, as chuvas ocorridas ao longo do ciclo produtivo favoreceram o desenvolvimento das lavouras. No momento, a continuidade das precipitações coincidindo com a proliferação de doenças, como a ferrugem asiática, tem sido motivo de preocupação entre os produtores, uma vez que irá comprometer a eficiência do tratamento fitossanitário.

Os estágios da lavoura, no momento, indicam 3% da área em desenvolvimento vegetativo; 4% em floração; 53% em frutificação; 35% em maturação e 5% colhida.

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