Tania Barbosa Curado
Proprietária da Agronovas
O crambe é uma planta que tem vários atrativos para aqueles que possuem uma área livre e precisam melhorar o solo, pois atua como adubação verde, é uma excelente opção na rotação com a soja e tem mercado certo.
Trata-se de uma planta rústica, de fácil adaptação climática, a qual apresenta grande tolerância à seca, de desenvolvimento rápido, que pode ser cultivada após a colheita da soja, em substituição ou como alternativa ao milho safrinha.
O crambe não oferece grandes riscos, sejam financeiros ou de perdas na cultura, apresentando-se como alternativa rentável e um ganho potencial, por se tratar de uma planta que auxilia as safras principais, pois é uma excelente adubação verde.
Haja chuva, haja sol
Sustentável, o crambe não exige desmatamento algum, nem muita água para se desenvolver, inclusive o excesso de umidade pode matar a planta. Por isso, recomenda-se que seja plantado na safrinha, na época da seca, justamente quando não há chuvas no cerrado brasileiro por seis meses.
As raízes profundas do crambe descem em busca de água e acabam beneficiando o solo, descompactando-o, fosforizando-o e nitrogenando-o. A água é necessária apenas quando ele é semeado, em torno de 5 mm por pivô, até ele se estabelecer, com 20 dias. Assim, com as secas mundiais vivenciadas, ter um cultivo como o crambe pode ser muito benéfico.
Destino certo
Além disso, ele não é um alimento, como a soja e o milho. Ele é utilizado para bioquímica, com baixa emissão de carbono. Mas, ainda, assim, deixa o solo pronto para o cultivo subsequente, favorecendo a produtividade das lavouras e a cadeia alimentar como um todo.
Durante o cultivo de crambe não é preciso utilizar fertilizantes ou pesticidas. Mesmo em sua dessecação, são utilizados produtos biológicos, apenas. Ele possui glucosinolato, que repele qualquer tipo de praga, seja aquelas que atacam a soja, o feijão ou o milho. Ele é recomendado, inclusive, para que haja um controle sustentável dessas pragas.
Além disso, ele atrai insetos benéficos à autopolinização, como abelhas, favorecendo a sustentabilidade.
Rumo ao futuro
Sem pragas e doenças, sem gastos nutricionais e de fácil manejo, o crambe faz com que o planeta Terra seja melhor. Ele não é um alimento para competir com outros, mas favorece a produção alimentar, o solo, combate nematoides em áreas velhas, descansando o solo.
Além disso, podemos usá-lo na inclusão social da agricultura familiar e da mulher no campo, gerando mais renda a essa classe e a resposta para o climate change que nós estamos vivendo no mundo.