Maria Idaline Pessoa Cavalcanti
Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
idalinepessoa@hotmail.com
A agricultura está vivendo um cenário atípico devido à importação de fertilizantes fosfatados. E o planejamento do produtor brasileiro nesse momento é crucial para ter o melhor aproveitamento e não impactar na sua produção.
Em contraponto, há oportunidades de desenvolvimento e inovação com produtos diferenciados, incorporando tecnologias avançadas, estratégias mais sustentáveis de manejo do solo, como o plantio direto com a rotação de culturas e o uso de novos insumos biológicos à base de resíduos orgânicos ou de microrganismos, entre outras soluções.
Estas podem ajudar a aumentar a eficiência no aproveitamento e, consequentemente, diminuir o uso de fertilizantes minerais críticos para a agricultura brasileira. Essas ferramentas inovadoras levam a ganhos agronômicos e ambientais.
Fosfatagem
O fósforo é um dos nutrientes que as plantas precisam para seu pleno desenvolvimento. Ele é insubstituível e, por esse motivo, lavouras deficientes não conseguem expressar seu potencial máximo, resultando em baixa produção.
Os solos brasileiros têm nível baixo de fósforo devido ao material de origem (rocha), são ricos em óxidos de ferro e alumínio, que têm capacidade muito alta de se ligar quimicamente e reter fósforo. Dessa forma, grande parte desse fertilizante aplicado fica acumulado no solo em formas pouco ou não acessíveis às plantas.
Por isso, torna-se necessário a reposição do mesmo. Em solos tropicais, é comum a aplicação de fertilizante fosfatado em altas doses, bem acima das necessidades das plantas. Como grandes quantidades aplicadas do mineral, via fertilizantes, não são aproveitadas pelas plantas, a eficiência do uso desse insumo na agricultura brasileira é muito abaixo do desejável, ficando entre 15 a 50%.
Atenção
Salientando a importância da recomendação desse macronutriente, devemos também dar importância ao histórico de cultivo da área, o histórico de adubação e calagem, as produtividades obtidas e as esperadas, as condições socioeconômicas do produtor rural, o sistema de manejo e tipo de solo, o clima da região e o impacto ambiental da tecnologia a ser utilizada.
Para a obtenção de resultados positivos na utilização das tabelas de qualquer sistema de recomendação de fertilizantes, a análise do solo deve ser calibrada para as condições locais, isto é, para cada região específica.
Com a adubação fosfatada, busca-se elevar a disponibilidade de P no solo a níveis considerados satisfatórios, o que resultará num aumento do potencial produtivo da área, quando esta apresentar condições favoráveis de suprimento de água e dos demais nutrientes.