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Soja é comercializada em ritmo lento no Rio Grande do Sul

FecoAgro/RS estima queda de 22% nos preços do grão praticados pelas originadoras

 

Colheita da Soja - Crédito Coopermil Divulgação
Colheita da Soja – Crédito Coopermil Divulgação

Pelo quinto ano consecutivo o Rio Grande do Sul deve bater recordes na colheita da soja. A estimativa da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), é que este número aumente entre 12% e 15%, chegando a 18 milhões de toneladas, apesar de algumas entidades apontarem números menores. Com cerca de 65% do grão colhido no Estado, a elevação da produtividade, na avaliação da entidade, vem sendo um dos fatores que deve impulsionar esta alta. Entretanto, a preocupação dos produtores é com a queda dos preços da oleaginosa.

O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, afirma que as cotações se comportaram de forma negativa durante o mês de março e início de abril. O dirigente explica que do melhor preço registrado pelas cooperativas em 2016, no dia 15 de junho, de R$ 86,00, houve queda de 36% nas cotações, na mesma localidade, onde em 4 de abril chegou ao valor de R$ 56,00 a saca. “Se pegarmos os preços médios praticados pelas originadoras, temos uma queda de 22%. Acreditamos que o Valor Bruto da Produção vai apresentar um resultado financeiro menor. É uma visão nossa, se não acontecer algo novo que mude este cenário”, observa.

Um fato novo ocorrido no Rio Grande do Sul foram as fortes chuvas registradas no último final de semana que, em algumas regiões, passaram de 300 milímetros. No entanto, as precipitações não foram generalizadas, sendo que a colheita deve ser retomada já nesta quarta-feira, dia 12 de abril.

Outras preocupações do setor, conforme Pires, são os fretes e a armazenagem. Sobre o primeiro item, o presidente da FecoAgro/RS salienta que os valores praticados aumentaram em relação à safra passada. E isto obrigatoriamente tem relação com a segunda questão. “Existe até a expectativa de que em algum lugar possa haver colapso na questão de armazenagem. Temos também um estoque de passagem muito grande em relação à 2016, quando as safras de trigo e milho não foram totalmente comercializadas”, explica.

Sobre a comercialização, o dirigente analisa que os produtores estão realizando as vendas em ritmo lento, segurando o produto e esperando a melhoria de cenário. A queda do Dólar também influencia nesta incerteza dos preços e há uma expectativa ainda pelo cenário de produção nos Estados Unidos. A perspectiva é que 50% da soja colhida no Rio Grande do Sul seja recebida pelas cooperativas agropecuárias.

Foto: Coopermil/Divulgação

Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

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