Cada vez mais frequente e com aparições em várias culturas, a mosca-branca tem sido motivo de preocupação para o setor produtivo, em especial para os produtores de soja. Por conta do clima, esse inseto teve alta ocorrência na última safra no estado, e por causa da capacidade de aumentar rapidamente sua população, a praga pode causar enormes prejuízos nas lavouras se não tratada corretamente logo em seu surgimento.
Pelo seu potencial de impacto negativo na próxima safra, o manejo da mosca-branca foi tema de debate no Master Meeting Soja 2023. Segundo o entomologista da Proteplan, Clérison Perini, para melhor manejo e resultado no combate a praga, é necessário que o controle seja realizado quanto antes por conta da capacidade reprodutiva do inseto.
“Precisamos entender os níveis de infestação, e entrar com aplicações quanto antes, ainda na aparição das primeiras ninfas, visto a capacidade reprodutiva que o inseto possui, capaz de aumentar e muito sua população em poucos dias. A estratégia então é entrar com aplicações ainda com poucas ninfas por folíolo, já que atualmente uma ninfa por folíolo já tem capacidade de reduzir significativamente a produtividade”, explica.
O entomologista destaca que a perda de produtividade por conta da mosca-branca pode ser significativa se não for feito o manejo no tempo hábil. “É o nosso terceiro ano de trabalho na Proteplan, com duas cultivares, e observamos que as perdas de produtividade em um período de convivência de 40 dias, é possível perder até 60 kg de soja por hectare. E é claro que nesse período a infestação vai aumentar e esse prejuízo pode crescer em forma de progressão geométrica”, alerta.
Ainda de acordo com Perini a recomendação é que o manejo seja realizado de forma integrada entre produtos químicos e biológicos para obter um melhor resultado.
Danos na planta
Perini aponta que os danos causados pela mosca-branca na leguminosa podem ocorrer de três tipos; “O dano direto pela sucção da seiva, principalmente pelas ninfas, que se instalam nas folhas, e o dano indireto causado pela excreção das ninfas, que resulta no aparecimento de fumagina que interfere na fotossíntese das folhas. A terceira e mais preocupante é a aparição de viroses, que às vezes são assintomáticas nas plantas, mas que podem estar presentes e afetam o crescimento da soja, impactando diretamente na produtividade”, pontua.
“Quando tratamos de insetos vetores, que podem transmitir alguma doença, como a mosca-branca, muitas vezes o nível de controle perde, porque aí precisamos entender não haver um nível populacional estabelecido, o nível de controle é presença ou ausência, havendo a necessidade de entrar com medidas de controle logo no aparecimento dos primeiros insetos na área para evitar a transmissão de viroses”, completa.
Evento
O Master Meeting Soja é promovido pela Proteplan, uma empresa mato-grossense de pesquisa agrícola, assessoria e capacitação que tem a missão de desenvolver soluções integradas na agricultura e difundir conhecimento técnico e experiência para a cadeia produtiva. Os trabalhos da empresa visam contribuir com o desenvolvimento da agricultura de forma sustentável, respeitando as boas práticas agrícolas e visando rentabilidade nas diversas culturas de atuação (soja, milho, algodão e feijão).