O IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estima que a produção de abacate no Brasil tenha crescido cerca de 38,59% entre 2017 e 2021, chegando hoje a ocupar 18,1 mil hectares.
Segundo a presidenta da Associação de Abacates do Brasil, Ligia Carvalho, entre janeiro e maio de 2023, cerca de 27,6 mil toneladas de abacate nacional e avocado passaram pela Ceagesp, maior centro de comercialização da fruta no País, onde se estima que seja comercializado cerca de 25% da safra brasileira.
Os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal são os que mais produzem a fruta, mas tem se expandido para outras áreas, como o Ceará, que se beneficia dos momentos de entressafra dos principais produtores brasileiros.
Inovações
Uma das tecnologias que vem contribuindo para este crescimento é a irrigação localizada, conforme afirma o agrônomo Carlos Barth, da área de suporte técnico da Rivulis, pois, segundo ele, a qualidade de um fruto com irrigação é melhor que de uma planta não irrigada”.
Barth defende que se aproveite o sistema de irrigação implantado para acrescentar os fertilizantes, porque traz redução de custos e melhora a performance da planta. Esta técnica, chamada de fertirrigação, propicia o fornecimento dos nutrientes às plantas de forma parcelada e de acordo com a necessidade dela sem aumento de custos pois não há tratores e implementos envolvidos nesta operação, “A produtividade pode crescer em até 30% quando se utiliza a fertirrigação”, afirma o agrônomo.
Irrigação
Para a cultura do abacate, ele recomenda o uso de microaspersores em combinação com sistemas automatizados de controle da irrigação e dispositivo para a injeção de fertilizantes, podendo-se também irrigar com gotejamento em solos de textura mais argilosa.
O especialista diz que faz parte do manejo atender a quantidade de água para o abacateiro, taxa de injeção de fertilizantes compatível com o manejo nutricional da cultura. Barth acrescenta que, em geral, independente se a cultura é exigente em água e nutrientes, sempre que houver controle da água, fornecendo somente a quantidade necessária, bem como um perfeito balanceamento dos nutrientes aplicados junto com a água de irrigação, não só a planta dará o melhor produto, mas também o meio ambiente agradecerá.
“Isso porque os fertilizantes não serão lavados, a água não fará erosões no solo e, com os fertilizantes veiculados junto com a água de irrigação, não haverá tráfego de máquinas compactando a terra e consumindo diesel”, finaliza.
Visão do produtor
Ricardo Muraoka dedica cerca de 140 hectares da Fazenda Glória, que fica em São Gotardo (MG), para a abacaticultura. A produção, segundo ele, é em torno de 23 a 25 toneladas por ano e a colheita começou em julho e vai até o ano seguinte.
“Tem fruto que fica no pé até um ano”, explica. Felipe Santos é o agrônomo responsável pela atividade e, conforme diz, uma das vantagens da irrigação é a de conseguir ficar com a fruta no pé o maior tempo possível. Ele diz, ainda, que em época normal irriga menor tempo e na época da florada ele aumenta, para dar sustento ao crescimento. “É uma ferramenta que nos ajuda muito na produção do abacate”, conclui.