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Manejo Biológico: uma estratégia eficaz

O estudo avaliou parâmetros químicos e biológicos, além da atividade fisiológica da planta, em três regiões diferentes: Lençóis Paulista (SP) e duas áreas em Primavera do Leste (MT).

Foto: Equipe de especialistas na condução dos experimentos a campo e coleta das amostras para a realização das análises.

Uma pesquisa liderada pelo renomado consultor e Prof. Dr. Carlos Crusciol, da Unesp Botucatu, em conjunto com uma equipe de 6 especialistas, revelou uma descoberta impactante e inédita. O estudo investigou a capacidade da Biotecnologia Microgeo® em potencializar a qualidade do solo, reduzir a temperatura foliar e beneficiar o rendimento da cultura da soja.

O Manejo Biológico com a Biotecnologia Microgeo® foi feito em três regiões distintas: Lençóis Paulista (SP) e duas áreas em Primavera do Leste (MT), com foco no cultivo da soja, durante a safra 2022/23. Ao longo do ano de 2023, a pesquisa continua em um sistema de rotação com o plantio de outras culturas, como cana-de-açúcar, milho e algodão.

Em meio às condições climáticas atuais, a pesquisa ganha ainda mais relevância. Com a presença confirmada do El Niño, causando variações no clima com presença de eventos extremos, as projeções para os cultivos são preocupantes, com expectativa de impactos negativos. No entanto, os resultados do estudo liderado pelo Prof. Dr. Crusciol surpreendem ao comprovar que o Manejo Biológico, especificamente com a utilização da Biotecnologia Microgeo®, é capaz de trazer conforto térmico à soja, desencadeando outros diversos benefícios, alcançando produtividade satisfatória.

O estudo contou com dois tratamentos: o controle, que seguiu o padrão produtor, e o padrão produtor + Biotecnologia Microgeo®, com 12 repetições. Essa escolha foi feita para garantir que as análises estatísticas fossem precisas, aumentando assim a precisão dos resultados. Cada parcela de estudo foi constituída por 12 linhas de soja, espaçadas de 0,5 m, com comprimento de 12 m cada.

Foto: Me. Tatiani Galeriani

Segundo a Engenheira Agrônoma Me. Tatiani Galeriani, pesquisadora que participou do projeto, a safra 2022/2023 foi marcada por períodos abundantes de chuvas, representando uma mudança significativa em relação às safras anteriores. Entretanto, um desafio relevante enfrentado no campo foi a redução da incidência de luz solar. “Devido à frequente ocorrência de dias chuvosos, a maior parte do ciclo de crescimento da soja foi afetada por uma alta cobertura de nuvens (nebulosidade), resultando em uma considerável diminuição na qualidade da luz solar disponível para a realização da fotossíntese pelas plantas de soja”, explicou o pesquisador.

Os resultados revelaram um aumento na atividade de enzimas no solo, como a fosfatase ácida, além de um aumento na quantidade e na massa seca de nódulos nas raízes da soja e, uma melhor absorção de nutrientes pelas plantas, como nitrogênio, fósforo, potássio e zinco.

Em média, a soja tratada com a biotecnologia reduziu em 1,1oC a temperatura foliar ocasionando eficiência em outros processos da planta, como a maior eficiência do uso da água. Mesmo diante da alta nebulosidade, as plantas tratadas com a biotecnologia apresentaram uma maior síntese de pigmentos fotossintéticos, o que melhorou a eficiência fotossintética, melhorando assim a assimilação de CO2, outro importante tema vinculado a sustentabilidade e as práticas ESG. Por fim, observou-se um incremento em produtividade expressiva, alcançando como média de ganho 6 sc/ha.

Maior produtividade – Incremento médio de 6 sc/ha

“Os resultados deste estudo demonstram claramente que o uso da biotecnologia se mostrou altamente eficiente. Além disso, as plantas de soja cultivadas em solo tratado com a Biotecnologia Microgeo® exibiram uma nutrição vegetal aprimorada, o que resultou em melhorias notáveis na produção de pigmentos fotossintéticos e trocas gasosas relacionadas à fotossíntese, enquanto reduzia os sinais de estresse oxidativo. Não apenas isso, mas os números falam por si: aumentou a produtividade da soja em todos os três locais de estudo, com ganhos médios substanciais de 6 sacas”, detalhou Galeriani.

A adoção do Manejo Biológico na soja, utilizando a Biotecnologia Microgeo® como padrão, é uma estratégia inteligente e sustentável para produtores e usinas que desejam melhorar a diversidade biológica do solo e maximizar seus rendimentos safra após safra, independente da cultura cultivada. A pesquisa liderada por Prof. Dr. Carlos Crusciol e sua equipe revela um avanço significativo no campo da agricultura, oferecendo soluções práticas e eficazes para os desafios climáticos enfrentados pelos produtores. O estudo destaca a importância de investir em tecnologia e pesquisas inovadoras para impulsionar o setor agrícola e garantir um futuro mais sustentável para o ambiente e para o bolso do produtor.

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