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Agricultores buscam menos burocracia para financiamentos

Como alternativa às tradicionais instituições bancárias para a contratação de crédito rural, as fintechs agrícolas ganham espaço principalmente por otimizarem os processos, através da tecnologia e da antecipação de recursos.

Entre as dificuldades para se obter crédito rural no Brasil, a complexidade burocrática é uma das mais comuns. Extensa lista de documentações, requisitos de garantia, avaliações de risco, pouco acesso a informações, entre outros fatores, trazem lentidão para a aprovação de financiamentos, prejudicando o planejamento agrícola. A pesquisa realizada em março de 2023 e divulgada em outubro pela McKinsey & Company com produtores brasileiros sobre crédito rural, destaca alguns insights sobre critérios de escolha de instituições financeiras.

Além de melhores taxas, os agricultores buscam pouca burocracia (52%) e menores prazos de disponibilização dos recursos (49%). A amostragem da pesquisa contou com 100 produtores rurais de quase todas as regiões do País, excluindo-se a Norte, que realizam os mais variados tipos de atividade agrícola.

Nesse cenário, ganham destaque as fintechs agrícolas, que atuam nesta dor com a proposta de valor de otimizar, com tecnologia, todo o processo de crédito financeiro. Para Alex Kalef, diretor executivo da AgroPermuta, empresa desse segmento fundada em 2020, apesar da etapa de documentação necessária ainda não ser 100% digital, é possível tornar o processo mais dinâmico e com isso reduzir prazos, especialmente da disponibilização dos valores para a aquisição de bens.

O executivo explica que nos bancos o processo é mais demorado, pois a esteira do financiamento, a depender do tipo de operação, às vezes exige que se entenda mais da vida do produtor rural e da propriedade. É onde são necessárias mais ferramentas, contato físico, visita in loco, processos internos de aprovação, etc. “Já o que a AgroPermuta faz é tentar tornar todos esses processos mais dinâmicos, independente das ferramentas serem individuais ou conectadas. E fazemos questão de falar com o produtor, tirar as dúvidas, no banco isso também acontece, mas em um estágio mais avançado do crédito, nós fazemos desde o início”, completa.

É justamente essa uma outra vantagem da obtenção de crédito com a fintech agrícola, a da comunicação com o cliente. Segundo o diretor, na AgroPermuta há um mapeamento de tudo que pode tornar o processo mais eficiente a fim de que o dinheiro chegue mais rápido nas mãos de quem precisa chegar. Nesse aspecto, conversar com o produtor evita retrabalho, principalmente nas questões cartoriais e documentais. “Buscamos entender a melhor utilização de ferramentas em conjunto e das instituições regulatórias para que não se perca tempo. Não há como agilizar com cartórios, que são mais lentos e nem todos padronizados, mas não podemos abrir mão da boa comunicação”, defende.

Crédito com eficiência

De forma oposta aos financiamentos subvencionados pelo governo federal, através do Plano Safra, que não chega de forma rápida, muitas vezes prejudicando o produtor que não consegue aproveitar a janela ideal para fazer investimentos, a fintech agrícola funciona como um facilitador de crédito. É a possibilidade de resolver um problema a curto prazo, gastando menos tempo.

Na AgroPermuta são duas as possibilidades de planos de financiamento, uma com valores acima de R$ 750 mil, com pagamentos semestrais alinhados com a safra e a safrinha e com a garantia do bem e da safra futura. A outra disponibiliza valores de R$ 250 mil a R$ 500 mil, através do Fast Máquina, com plano de pagamento de 36 parcelas fixas mensais. A empresa tem parceria com fabricantes e concessionárias de máquinas e implementos agrícolas, de projetos e equipamentos de irrigação, além de usinas de energia solar.

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