“Os preços do café têm sido mais voláteis à medida que nos aproximamos do vencimento do contrato de dezembro, em meio a mudanças nas regras de certificação do arábica na ICE e estoques de destino historicamente baixos. As preocupações agora se voltam para a safra 24/25 no Brasil, já que o recente clima quente tem sido atribuído como a causa da queda de chumbinhos nas áreas de café, especialmente para o conilon”, explica Natália Gandolphi, analista de Café da companhia.
“Ao analisar o Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, há alguns pontos a serem considerados. Primeiro, é importante notar que o Índice ONI não atingiu os mesmos níveis vistos em 2015 durante o desenvolvimento (Figura #1) – antes da queda de 30% na produção observada (de 15,3 milhões de sacas em 15/16 para 10,7 milhões de sacas em 16/17, considerando que a safra 15/16 já estava fragilizada por problemas climáticos). Normalmente, o fenômeno leva a temperaturas mais quentes e níveis mais baixos de precipitação na região durante os últimos dois meses do ano (Figura #2)”, observa a analista.
E segue: “Além de outros impactos globais das mudanças climáticas, o fenômeno El Niño trouxe anomalias mais intensas, apesar do índice ONI mais baixo. Comparando novembro de 2023 com a média histórica, as temperaturas máximas têm sido mais altas do que o normal em 9°C (Figura #3), e a precipitação mensal está 75mm abaixo da média (Figura #4) – e os níveis observados também são mais agravantes do que os vistos em 2015”.
No entanto, há dois pontos a serem considerados em contraste com os padrões climáticos.
i) Condições de vegetação
Em 2015, uma vez que o fenômeno El Niño já estava ativo por um período mais longo, a safra já estava fragilizada, e os níveis de NDVI eram mais negativos na primeira semana de dezembro em comparação com 2023. Isso também é verdade para outras regiões produtoras de café, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Figura #5).
ii) Aumento de área
Dadas as margens de lucro observadas pelos produtores de conilon em 2021, houve um incentivo para a expansão da área na região. As margens foram mais altas naquele ano em comparação com os outros períodos desde 2018 (Figura #6).
Consequentemente, a expansão de área observada desde 2021 (Figura #7) estaria atingindo o potencial médio de produção nos próximos 2-3 anos, destacando o período 24/25 como um ponto-chave no tempo.
Em resumo, os preços do café estão experimentando uma volatilidade aumentada devido à aproximação do vencimento do contrato de dezembro, mudanças nas regras de certificação do arabica ICE e estoques de destino historicamente baixos. As preocupações agora se concentram na safra 24/25 no Brasil, com o clima quente recente afetando áreas de café, especialmente o conilon.
Ao examinar o Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, o Índice ONI não atingiu os níveis de 2015, que antecederam uma queda de 30% na produção. Apesar do Índice ONI mais baixo, o El Niño causou anomalias mais intensas, com temperaturas de novembro de 2023 9°C mais altas e precipitação 75mm menor do que em novembro de 2015.
Contrastando padrões climáticos, as condições de vegetação em 2015 eram mais negativas, e o aumento de área também foi significativo nos últimos anos
Porém, para as próximas semanas, é necessário cautela em relação ao clima: a manutenção de temperaturas mais altas e chuvas abaixo da média pode prejudicar os rendimentos e diminuir o potencial visto até outubro no Espírito Santo.
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