21.6 C
Uberlândia
sexta-feira, maio 17, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosAdjuvantes enzimáticos de origem microbiana

Adjuvantes enzimáticos de origem microbiana

Os adjuvantes enzimáticos de origem microbiana são os aliados silenciosos da agricultura, catalisando processos que impulsionam a eficiência e a produtividade nas lavouras

Crédito: Laboragro

A agricultura não é uma simples atividade que oferece ao produtor alimentos para oferecer a outros, na verdade, é uma ciência. Um fenômeno científico que continua mudando a cada alteração no processo produtivo.
Portanto, é essencial manter um canto da mente aberto a todas as sugestões relativas à produção agrícola e às técnicas de cultivo. Sob este aspecto, a utilização de microrganismos para as mais diversas finalidades não é novidade.
Estes estão entre os principais produtores de enzimas, como amilases, lipases e proteases. Existem reações químicas que só são possíveis na presença de enzimas, pois são catalisadores biológicos, participando de decomposição de macromoléculas de gorduras, amidos e proteínas, por exemplo.
A aplicação de enzimas é uma alternativa aos processos químicos convencionais por se tratar de uma tecnologia mais limpa, que consome pouca energia e gera mínimo impacto ambiental.
A novidade é que estas aplicações chegaram ao campo, e são tidas como a próxima onda de revolução dos biológicos. A pouco mais de três décadas pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos identificam, catalogam e preservam microrganismos produtores de enzimas de interesse industrial.
As linhagens foram isoladas e selecionadas a partir de amostras de solo, água e outras fontes da natureza.

Metabólitos e enzimas de origem microbiana

Para que um microrganismo possa ser utilizado na produção de enzimas deve ser, preferencialmente, seguro sob o ponto de vista biológico (status GRAS – generally recognized as safe); apresentar elevada capacidade de síntese e excreção da enzima; suportar condições ambientais adversas relacionadas com a pressão osmótica, a temperatura e a força iônica do meio; e ser tolerante à presença de substâncias tóxicas, que podem ser geradas no processo de tratamento da matéria-prima ou pelo próprio metabolismo celular.

Enzimas de origem microbiana

Jean Furlaneto, CEO da Laboragro

As pesquisas avançam no sentido de identificar quais são os metabólitos, exsudatos, e enzimas de origem microbiana, que através de sua iteração com o sistema rizosfera-planta-hospedeiro possam trazer ganhos e potencializar a produtividade, a sanidade de planta e sanidade de solo.
“Além de explorarmos os microrganismos já utilizados, e conhecidos na agricultura, é preciso testar o potencial de produção de enzimas de cada um deles em diversas condições nutricionais e ambientais, para evidenciar alterações positivas. Após este passo, é necessário o entendimento de quais são os exsudatos e enzimas que fizeram a diferença, e sob quais condições e meios estes se apresentam. O trabalho é exaustivo, mas os resultados são superiores a simples utilização do próprio microrganismo!”, afirma o engenheiro químico Jean Marcel Ragugnetti Furlaneto.
Esses estudos relacionados à produção e ao uso das enzimas, como a escolha do meio de cultivo, das condições de fermentação e tipos de reatores; bem como estudo de variáveis que conduzam à otimização do processo de produção e imobilização das enzimas podem levar a resultados inimagináveis.
Sabemos de algumas empresas dos agroquímicos tradicionais que já estão se utilizando das enzimas para potencializar a ação dos seus produtos”, posiciona Jean Marcel.

Exemplos dos resultados

Os processos enzimáticos representam ainda uma fronteira de conhecimento pouco explorada pela indústria. A expectativa é que as enzimas exerçam, em um futuro próximo, um papel fundamental e transformador em todo sistema agroindustrial.
“O que podemos afirmar é que em linhas gerais a simples adição de adjuvantes enzimáticos aos sistemas de manejo tradicionais, ou manejos integrados de pragas, potencializa minimamente em 20% a performance destes”, pondera o engenheiro químico.
Atualmente, tem-se resultados que vão desde a melhor eficiência na absorção nutricional, melhor eficiência no controle biológico de pragas, melhor eficiência no controle de doenças. “A presença por exemplo de quitinases de origem microbiana, auxiliam no controle e na eficiência do controle de insetos, as carboidrases, por exemplo, podem melhorar a retenção e biodisponibilização nutricional, as quitinases por exemplo desempenham papel importante no sistema de resistência a patógenos” conclui Jean Marcel.

Cenário nacional

No país, temos a única empresa da América latina a produzir enzimas e metabólitos através de microrganismos OGM, sendo pioneira e com habilitação no MAPA para trabalhar com adjuvantes enzimáticos.
Em escala global, estes produtos têm até nomenclatura própria (Enzyme Comission – EC 3.2.1.6/ 3.2.1.8 e 3.2.1.15), e já são sucesso em suas aplicações a campo. Atualmente, é possível encontrar nas prateleiras bons produtos adjuvantes enzimáticos de origem microbiana, e que além de possuírem a vantagem de apresentarem baixa incompatibilidade com os demais produtos do manejo, inclusive biológicos, ainda são biodegradáveis, de baixa dosagem e baixo custo.

ARTIGOS RELACIONADOS

Superávit do agronegócio cresce 20% e equilibra as contas paulistas

Nos primeiros seis meses de 2020, as exportações do Estado de São Paulo somaram US$19,27 bilhões (18,9% do total nacional), e as importações US$25,79 bilhões (32,5% do total nacional), registrando déficit comercial de US$6,52 bilhões, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA).

FMC participa da SuperAgro Alfenas

A FMC, empresa de ciências para agricultura, participa da SuperAgro Alfenas, que acontece entre os dias 22 e 23 de fevereiro, no município de Alfenas, em Minas Gerais, para apresentar inovações para a cultura da soja, milho e café que vão do plantio até a colheita, através de produtos de alta qualidade para a proteção de cultivos.

Soja convencional

A safra de soja 2021/22 em Mato Grosso inicia na segunda quinzena de setembro.

Divisão de Soluções para Agricultura da BASF ganha novo presidente global

A partir de abril de 2022, Livio Tedeschi será o novo presidente global da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!