Entre as opções, os produtores têm estufas de dois a cinco metros de pé direito e tecnologias que suportam ventos de até 160 km/h
Existem no mercado vários tipos de estufas. Há modelos simples, com pé direito entre dois a quatro metros, e algumas chegando a cinco metros de altura. Há, ainda, estufas individuais com 350 m2 até blocos que ultrapassam os 4.200 m2 (medida correspondente a área aproximada de 12 estufas individuais).
Como novidades, empresas fabricantes estão desenvolvendo tecnologia a fim de que a estrutura aguente ventos de até 160 km/h, feitas no mesmo modelo das que estão sendo utilizadas no México.
Critérios
Segundo Mauricio Severino de Rezende, agricultor e presidente da Cootaquara, o produtor precisa escolher bem o local onde vai construir suas estufas, preferencialmente em local plano. “Definido o local, é necessário fazer a escolha da cultura que será plantada. São exemplos o pimentão, o tomate, o pepino, dentre outras. Após ter o local e a cultura a ser plantada definidos é a vez de decidir pelo modelo das estufas a serem construÃdas (altura do pé direito, unidade individual ou em blocos)“, detalha.
Alternativas
Dentro das estufas é preciso fornecer um microclima que seja o mais adequado para o desenvolvimento da cultura que será implantada. Há alternativas de modelos de estufas que permitem uma maior ventilação e, por consequência, uma temperatura mais baixa. Exemplos são as janelas zenitais, faixas de clarite no teto e uma cobertura com plástico instalada um metro acima da faixa, e ainda o laternim, que é uma abertura de fora a fora no teto das estufas, que vai de 0,5 m até 1,5 m, permitindo a renovação de ar dentro das estufas e assim reduzindo a temperatura em até 4ºC.
Outra alternativa apontada por Mauricio Severino é levantar o máximo possível o pé direito e não fazer blocos muito grandes. A Embrapa Hortaliças recomenda pé direito de três a quatro metros de altura e blocos de 1.050 a 1.400 m2.
Automação
O produtor precisa ter muito cuidado ao investir na automação das suas estufas. “É preciso esgotar todos outros recursos existentes, que são as alternativas citadas acima, para daà seguir em frente. Ele precisa dominar bem essas tecnologias, fazer um planejamento, saber quanto vai ganhar de produtividade, qual é o mercado atendido e quem será o seu concorrente. Só depois desse diagnóstico recomendo a decisão de investir ou não na climatização de suas estufas para colocar a temperatura e a umidade que a planta necessita“, alerta o profissional.
Investimento
O investimento para climatização de uma estufa é alto. “Para hortaliças aqui no Brasil não temos muitos exemplos, se vê alguma coisa para flores que tem valor agregado maior na comercialização. Falam ainda em investimento para tomates especiais “gourmet”. Tive a oportunidade de visitar alguns produtores nos Estados Unidos, México, Espanha, Israel e outros que produzem em estufas totalmente climatizadas, dispondo de regulação de CO2 e oxigênio, temperatura, umidade, luminosidade, etc. Esses produtores (empresários) normalmente produzem para exportação“, exemplifica Mauricio Severino.
Ainda segundo ele, as tecnologias disponíveis para climatização são inviáveis financeiramente para culturas de baixo valor agregado. “Isso porque essas tecnologias possibilitam produzir produtos de alta qualidade, mas o mercado/consumidor ainda não paga por esse diferencial, infelizmente“, conclui.