Da produção de diversos alimentos presentes à mesa dos brasileiros, passando pela proteína animal, aos produtos exportados para mais de 160 países, o agronegócio brasileiro se fortalece a cada ano e atualmente é uma das principais atividades econômicas do Brasil, representando cerca de 27,5% do PIB.
A pecuária bovina brasileira tem forte impacto nesses índices e ajuda a impulsionar o setor. Com o avanço tecnológico das fazendas de corte, a qualificação da mão-de-obra e a visão estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estabelece e regulamenta padrões de qualidade internacionais para a produção e distribuição de carne, além de fomentar acordos comerciais no exterior, a proteína bovina brasileira ganha cada vez mais espaço no mercado (inter)nacional.
Segundo a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (SECINT), as exportações de carne ocupam a 6ª colocação no ranking dos principais produtos exportados pelo Brasil. Somente em 2022, o Brasil deve embarcar cerca de 12 milhões de toneladas de carne, valor que representa um crescimento anual de 4,1%.
O cenário favorável se dá por alguns fatores. A modernização dos processos e a utilização da tecnologia aumentaram a produtividade nas fazendas. O uso de medicamentos e vacinas de última geração e elevada reputação, que tratam e previnem doenças com eficácia e segurança e proporcionam o bem-estar aos animais, permitem ao pecuarista extrair todo o potencial do rebanho. Como líderes globais em saúde animal, estamos empenhados em ajudar os produtores em assegurar a qualidade da carne nacional.
Ainda há a expectativa da abertura de novos mercados importadores, uma vez que a partir de 2023 os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal não têm mais a vacinação obrigatória contra a febre aftosa. Isso será possível devido às ações sanitárias conjuntas do MAPA com os Estados no âmbito do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE/PNEFA).
A vantagem competitiva tornou a carne bovina brasileira acessível para diferentes mercados. O Brasil, tradicionalmente, e infelizmente, sempre esteve na parte inferior da tabela de preços mundiais da carne bovina. No entanto, com as constantes melhorias de qualidade e a demanda contínua pela carne bovina brasileira, a diferença de preço para outros mercados deve continuar diminuindo. O produtor que seguir à risca os protocolos de sanidade, planejar de forma correta cada processo, da prenhez ao corte, terá boas possibilidades de se destacar e colaborar para o contínuo sucesso do agronegócio nacional.
Temos aqui todas as condições para atender à crescente demanda mundial de carne — bom clima, área, infraestrutura, mão de obra — e muito potencial para desenvolvimento e aperfeiçoamento. Por essa conjuntura e pelo nosso protagonismo, é natural que os olhos do mundo estejam voltados para cá e para todos os aspectos que possam influenciar positiva e negativamente o papel do Brasil de provedor de alimentos.
O setor passa por constante evolução, numa busca incessante por mais eficiência na produção. Estar sempre alinhado aos princípios de bem-estar animal, à segurança de seus protocolos sanitários e também atento às melhores práticas de manejo e de gestão são requisitos obrigatórios, não só para atender aos anseios da sociedade quanto à incorporação de critérios de sustentabilidade à produção, como também para continuarmos no caminho de excelência que estamos trilhando.
Acredito que o trabalho com diretrizes claras e fundamentadas, o compartilhamento das boas práticas no campo, a troca de experiências e de modelos de negócio, além do investimento no desenvolvimento contínuo em mão-de-obra, irão qualificar e dar ainda mais visibilidade à pecuária brasileira nos próximos anos.