Autores
Herika Paula Pessoa
Engenheira agrônomo, mestra e doutoranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
herikapaulapessoa@gmail.com
Felipe de Oliveira Dias
Engenheiro agrônomo e mestrando em Fitotecnia – UFV
felipe.o.dias@ufv.br
Ronaldo Machado Junior
Engenheiro agrônomo, mestre em Fitotecnia e doutorando em Genética e Melhoramento – UFV
ronaldo.juniior@ufv.br
Carlos Nick
Doutor em Fitotecnia/Melhoramento Vegetal e professor de Olericultura – DFT/UFV
carlos.nick@ufv.br
A poda do tomateiro é realizada com o objetivo de limitar o crescimento da planta, controlando o desenvolvimento vegetativo com a floração e frutificação, permitindo que os fotoassimilados sejam distribuídos de forma mais efetiva para os frutos. Esta é uma técnica realizada apenas em tomateiros com o tipo de crescimento indeterminado, consistindo na remoção dos brotos terminais da haste da planta, cessando seu crescimento vertical.
Quando fazer
A melhor época para realizar a poda dependerá da altura máxima que se deseja conduzir o tomateiro. Em ambiente protegido, para se explorar melhor a potencialidade de produção do tomateiro e diluir os efeitos do custo fixo com a estrutura, geralmente realiza-se a poda da planta em alturas maiores quando comparada à produção em campo, em torno de 2,20 m.
Como fazer
O instrumento utilizado para realizar a poda geralmente é uma tesoura de poda ou um canivete, que deve estar devidamente sanitizado. Após realizada a poda de uma planta deve-se ter o cuidado de sanitizar o instrumento novamente, evitando assim a disseminação de patógenos causadores de doença, principalmente vírus.
A sanitização dos instrumentos de poda pode ser feita com a utilização de uma solução de hipoclorito de sódio, por exemplo, utilizando uma mistura de água potável com água sanitária (2,5 % de cloro ativo) na proporção de 3:1. O instrumento deve ser mergulhado nesta solução após a poda de cada planta.
Vantagens
Se, por um lado, a poda pode reduzir a produção do número de frutos por planta, por outro ela permite a produção de frutos maiores e com melhor padrão comercial. Associado ao adensamento de plantas em cultivos protegidos de tomateiro, o menor número de frutos por planta é compensado pelo maior número de plantas, sendo, portanto, altamente vantajoso associar a poda das plantas, que permite maior produção de frutos comerciais, com o adensamento, que permite maior produção em termos de número de frutos totais.
Outra vantagem do uso da poda diz respeito ao manejo da cultura, que é facilitado por reduzir o ciclo da planta, com redução no uso de agrotóxicos e maior eficiência e segurança na aplicação destes, além de maior aeração entre as plantas, facilitando, portanto, os tratos culturais.
Erros
Os erros mais frequentes associados à poda do tomateiro em estufa estão relacionados à determinação inadequada da época para realização da mesma, o que incorre em redução da produtividade quando antecipada e de uniformidade e qualidade dos frutos quando muito retardada.
Outra fonte de erro nesse processo é a utilização de equipamentos não sanitizados adequadamente, os quais podem carregar inóculos de patógenos e, no momento da poda, transmiti-los às plantas, infectando-as.
A maneira mais eficaz de minimizar os erros, não somente nessa etapa, mas em todo o ciclo da cultura, é o acompanhamento da lavoura por um engenheiro agrônomo, o qual é apto a capacitar e treinar a equipe de trabalho quanto à época e metodologia adequadas para realização da poda.
Alternativa
A retirada das folhas baixeiras é outra alternativa que pode ser adotada pelo produtor para garantir melhor aeração do cultivo, que em última análise resultará em maior eficiência na aplicação de defensivos, assim como no manejo de pragas e doenças que venham acometer a cultura.
A desfolha deve ser realizada abaixo dos cachos colhidos, de baixo para cima.
“A poda permite a produção de frutos maiores e com melhor padrão comercial”