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Adubação acertada do pepineiro

 

André Rocha Duarte

Engenheiro agrônomo, mestre em Fitopatologia

agronomia@finom.edu.br

 Crédito Antonio Ismael Cardoso
Crédito Antonio Ismael Cardoso

O pepino (Cucumis sativus L.) é uma hortaliça amplamente consumida no Brasil e no mundo. Seu plantio, em geral, ocorre na primavera-verão e por possuir hábito de crescimento indeterminado, pode desenvolver-se no sentido vertical e prostrado, dependendo da presença ou não de suporte. Tal hábito de crescimento não é determinado pela forma de nutrição da planta, mas sim por característica genética dela.

O manejo nutricional das cucurbitáceas, em especial do pepino, exige, primeiramente, a observância das condições do solo onde será implantada a cultura, pois a mesma exige solos de textura média (mínimo de 25% de argila), embora tolere solos argilosos (até 60% de argila), sendo beneficiada pela presença de matéria orgânica.

Solos um pouco abaixo da neutralidade (pH: 6,8) são os ideais, mas a cultura consegue se desenvolver naqueles com  acidez em torno de 5,5.

Antes de tudo

Anteriormente à aplicação de nutrientes, em campo ou ambiente protegido, a análise de solo feita em laboratório especializado e sob prescrição de engenheiro agrônomo devidamente habilitado é prerrogativa de atendimento à legislação, segurança na informação obtida e garantia de indenização junto à justiça em casos de omissão e ou prescrição indevida, com posterior prejuízo ao produtor rural.

Calagem

A calagem é a adição de calcário ao solo, com a intenção de corrigir as deficiências de cálcio, entretanto, uma das importâncias da prévia análise química do solo é a definição de qual calcário aplicar, pois existem, essencialmente, os calcários calcítico e dolomítico, este último indicado para a correção da deficiência de magnésio, constatada após análise.

O cálcio é um elemento importante na estrutura da planta e que auxilia na ampliação do sistema radicular, com inevitável melhoria na absorção de nutrientes e água. Sua aplicação é feita em área de formação dos canteiros, com sua incorporação 30 a 90 dias anterior ao plantio das mudas, ou mesmo em casos de plantio em sulco.

Muitas anomalias decorrem da ausência de cálcio na formação das cucurbitáceas e a busca de informações quanto à proteção de pragas e doenças nesta família de plantas atentam-se para o correto uso de cálcio.

Sistema de condução do pepino tutorado - Crédito Valter Arthur
Sistema de condução do pepino tutorado – Crédito Valter Arthur

Nutrição

 

Para o pepino não existem muitas pesquisas conclusivas ao correto manejo da nutrição, entretanto, a aplicação de técnicas já comprovadas em outras culturas tem apresentado um resultado satisfatório para o aumento da produtividade da cultura.

Embora haja a deficiência científica quanto ao assunto abordado, produtividade de 60 toneladas por hectare são alcançadas em ambiente protegido a partir da aplicação de 160, 30 e 250 kg de nitrogênio(N), fósforo(P) e potássio(K), respectivamente, por hectare.

Portanto, o equilíbrio da nutrição na cultura do pepino só é possível a partir do acompanhamento direto do produtor e de sua assistência técnica, confiando em análises de solo ao longo do tempo e das safras.

Contudo, experimentações demonstram que, dentre os macronutrientes necessários à planta (nitrogênio(N), fósforo(P), potássio(K), cálcio(Ca), magnésio(Mg) e enxofre(S)), N e P elevam a produtividade, enquanto que o K melhora a qualidade dos frutos.

A análise prévia determina a fertilidade de seu solo, portanto, sua necessidade de adubação de plantio e, eventualmente, a complementação de adubações ao longo da safra. Em seu desenvolvimento, a aplicação de N de forma quinzenal aumenta o surgimento de flores femininas e seu posterior “pegamento“ ou viabilidade para formação do fruto.

Estas aplicações de nutrientes são divididas e na época do florescimento e próximo ao início da colheita as adubações são feitas com o K, em virtude de sua característica anteriormente divulgada para a qualidade do pepino e pela maior exigência dos híbridos ginóicos em detrimento às variedades tradicionais.

O Mg é de extrema importância e, embora seja um macronutriente, denominação dada àqueles nutrientes exigidos em maior quantidade pela planta, o mesmo é requerido em quantidade relativamente baixa, média de 180 g/ha, e, preferencialmente, aplicado em conjunto com o fósforo na forma de termofosfato no pré-plantio.

A clorofila, pigmento envolvido no processo de conversão da energia luminosa em energia química (fotossíntese), apresenta o Mg como elemento central, logo, a ausência do mesmo promove a ausência de importante pigmento, com inevitável quebra de produtividade e manifestada por sintomas de amarelecimento e clorose das folhas, principalmente.

Evite erros

Grande parte dos erros no manejo nutricional da cultura do pepino pelos produtores é a convicção de que adubações anteriores garantirão, por tempo indeterminado, a manutenção de safras seguintes e, em muitos casos, a aplicação de doses exageradas de compostos minerais levam à contaminação de solos,do precioso lençol freático e fontes superficiais de água.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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