O agronegócio está mobilizado para auxiliar na luta contra o novo
coronavírus (Covid-19). Além das ações relacionadas ao abastecimento, a
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo atua para
realizar o diagnóstico da doença e discutir junto a associações e especialistas
o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante a pandemia. Além
disso, técnicos e pesquisadores da Secretaria com formação em biologia,
biomedicina e medicina veterinária se cadastraram no Ministério da Saúde para
atuar em todo o país no combate ao coronavírus, caso seja necessário.
O setor privado também tem feito diversas ações, sendo um exemplo delas a
produção e disponibilização de 250 mil litros de álcool 70% a população, além
da parceria entre o Governo do Estado e empresas para distribuição de adesivos
eletrônicos (tags) para caminhoneiros. Há ainda ações da Secretaria
relacionadas ao compartilhamento de orientações junto aos produtores rurais e
consumidores, por meio de manuais gratuitos.
“Desde o início da pandemia, temos trabalhado de forma integrada com todas
as frente da Secretaria de Agricultura, colocando à disposição toda a
tecnologia e corpo técnico capacitado que atua nos institutos de pesquisa, na
extensão rural, no abastecimento e na defesa agropecuária para contribuir na
minoração dos problemas de abastecimento de alimentos, na saúde e no bem-estar
da população”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento Gustavo
Junqueira.
A infraestrutura e a expertise do Instituto Biológico (IB-APTA) na área de
diagnóstico de viroses em animais de produção permitiu que a instituição,
ligada à Secretaria de Agricultura, recebesse avaliação satisfatória do Instituto Adolfo Lutz para diagnóstico da Covid–19. O Laboratório de Viroses de Bovídeos do
Instituto, que possui instalação de Biossegurança nível 3 (NB3), iniciará o
atendimento após adequação e recebimento de insumos e EPI.
Na área de Equipamentos de Proteção Individual, a expertise do Instituto
Agronômico (IAC-APTA) na área de EPI para aplicação de defensivos agrícolas
também tem auxiliado discussões com a Associação Nacional da Indústria de
Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (ANIMASEG). O Centro de Engenharia
e Automação (CEA-IAC) tem auxiliado, por exemplo, na revisão de nota técnica
para orientações para serviços de saúde, com medidas de prevenção e controle
que devem ser adotadas durante assistência a casos suspeitos da Covid-19 no que
se refere a EPI.
Além disso, o CEA tem atuado na revisão de texto geral e elaboração de
respostas relacionados a fabricação e aquisição de vestimentas que possuam
repelência a líquidos ou impermeáveis similares àquelas utilizadas para
proteção contra agentes químicos. Outra ação é a elaboração de um manual
explicativo para profissionais de saúde, para que possam entender a
equivalência entre os equipamentos que utilizam e o que pode ser utilizado.
O Centro de Engenharia e Automação do IAC é referência no Brasil e no exterior
em trabalhos científicos relacionados a vestimentas de proteção para aplicação
de defensivos agrícolas. A instituição possui o Programa IAC de Qualidade de
Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura (QUEPIA), que avalia os EPI
agrícolas do mercado nacional e disponibiliza o selo QUEPIA para as marcas que
estão em conformidade com a legislação. Além disso, o IAC integra a Comissão de
Estudos de Luvas e Vestimentas para Riscos Químicos da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) e da Organização Internacional de Normatização (ISO).
Os laboratórios de prestação de serviços do IAC, como análise de solos,
resíduos, microbiologia, diagnóstico de doenças e a produção de sementes
genéticas continuam em atividade, atendendo aos produtores. Medidas de
prevenção aos servidores foram devidamente orientadas.
Os profissionais que atuam na Secretaria de Agricultura também estão
mobilizados para auxiliar o Ministério da Saúde, caso seja necessária atuação durante a pandemia. O Ministério tem o objetivo de cadastrar e
capacitar nos protocolos clínicos da doença cerca de cinco milhões de
profissionais de saúde de 14 categorias, como biologia, biomedicina e medicina
veterinária. O reforço é para auxiliar os gestores do Sistema Único de Saúde
(SUS) nas ações de enfrentamento da Covid-19 a partir da capacidade de
trabalho.
O médico veterinário e pesquisador do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), Jackson
Barros do Amaral, foi um dos profissionais da Secretaria de Agricultura a se
cadastrar na plataforma do Ministério da Saúde. Amaral, que atua desde 1994 no
IZ, na área de sanidade animal, explica que na verdade não existe uma saúde
humana e outra animal e que o Ministério deve se beneficiar com o cadastramento
de todos os profissionais da área da saúde em estudos e atividades inerentes a
cada profissão na prevenção, controle, tratamento e mecanismos de transmissão
da pandemia entre humanos, animais e ambiente. “Envolvendo, assim, a saúde
única (humana, animal e ambiental), já discutida por diversas linhas de estudos
e pesquisas pela comunidade científica. No caso dos médicos veterinários este
tema tem fundamental importância, tendo em vista a interação da
transmissibilidade das pandemias pelos animais, representando um campo promissor
de ações conjuntas com os demais profissionais da área de saúde”, afirma.
O Instituto de Pesca (IP-APTA) também colocou à disposição de pesquisadores seu
material biológico de linhagens de macroalga marinha, que possuem atividades
antioxidantes, anticoagulantes, antihiperlipidemicas, antihiperglicêmicas,
anti-inflamatórias, antitumorais, antifúngica e antivirais. A macroalga Kappaphycus
alvarezii, estudada pelo IP para o uso na indústria, é uma fonte importante
do polissacarídeo sulfatado, que são componentes estruturais da parede celular
da alga e são os mais estudados como compostos antivirais.
Setor privado também está mobilizado
Governo e Iniciativa privada também estão trabalhando em conjunto para ações
relacionadas ao combate ao novo coronavírus. Um exemplo é a parceria entre o
Governo de São Paulo e as empresas Conectcar, Sem Parar e Veloe para a
distribuição gratuita sem taxa de adesão ou de mensalidade de 25.850 adesivos
eletrônicos (tags) para o pagamento de pedágios nas rodovias do Estado. Ao
utilizar as tags nas cabines automáticas, motoristas e funcionários eliminam o
risco de contágio pelo coronavírus e agilizam o deslocamento pelas rodovias,
principalmente dos caminhoneiros, principal público da ação. O Governo do
Estado também criou um site (www.abastecimentoseguro.sp.gov.br)
com as informações sobre as estradas para os caminhoneiros. Recentemente, o site passou a receber
manifestações de consumidores, que podem relatar problemas nas estradas e
estabelecimentos e denunciar a falta de itens ou preços abusivos dos produtos
comercializados.
Nesse período de quarentena, 64% dos pagamentos de pedágio nas rodovias
paulistas estão sendo feitos nas cabines automáticas, o que elimina o contato.
O objetivo do Governo de São Paulo é ampliar ainda mais este serviço como forma
de proteger esses profissionais.
Outro exemplo é o caso da Natura &Co e o Grupo São Martinho que produziram 250 mil litros de álcool 70% doados para a Secretaria de Saúde do Estado com o objetivo de ajudar na prevenção do
novo coronavírus e proteger a saúde de milhares de pacientes da rede pública. O
álcool, doado pelo ‘Grupo São Martinho’, foi processado e envazado na fábrica
da Natura em São Paulo. Foram 50 mil litros, distribuídos em embalagens de 750
ml.
Além disso, a marca Coperalcool também doou 50 mil frascos de álcool em gel
para instituições de segurança pública do Estado, como a Polícia Militar,
Polícia Civil, Polícia Científica e Corpo de Bombeiros.
Informação também ajuda a salvar vidas
Os profissionais que atuam na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo também têm trabalhado para levar informações para os
produtores rurais e consumidores para prevenção contra a Covid-19. O Manual de Orientações e Boas Práticas ao Consumidor Final contra a Covid-19 traz dicas de como os
consumidores podem ser proteger para evitar a propagação do vírus e o Manual de Orientação e Boas Práticas contra o Covid–19 para a População Rural leva orientações para que os produtores
paulistas e toda a comunidade, que neste momento continuam trabalhando para
garantir o abastecimento de toda a população, também possam proteger sua saúde
e de suas famílias.
A Secretaria de Agricultura também criou um canal de comunicação com o cidadão
para ajudar veterinários, agrônomos e produtores rurais com informações para
conter o avanço da Covid-19. O contato pode ser feito pelo telefone (11)
5067-0060, pelo e-mail faleconoscoagricultura@sp.gov.br e pelo site http://www.agricultura.sp.gov.br/contato/fale-conosco/.