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Algodão – Números em alta para 2017/18

Crédito Shutterstock
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Se as estimativas da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), apresentadas no final de setembro na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados se confirmarem, na safra 2017/18 a área plantada com algodão no Brasil será 20,3% maior que no ciclo anterior, que acaba de ser concluído, e a produção 11,3% superior.

Isso corresponde a 1,1 milhão de hectares com a cultura nos dez Estados produtores brasileiros que, juntos, deverão gerar em torno de 1,8 milhão de toneladas de pluma, com produtividade média de 1,6 mil quilos por hectare.

Safra 2017/18
Estado Previsão de área (em ha) Previsão de produção (em toneladas) Previsão de produtividade (em kg/ha)
BA  272.000 514.080 1.890
GO  34.096 54.852 1.609
MA  22.500 38.000 1.689
MG  24.000 38.000 1.583
MS  30.900 55.110 1.783
MT  721.000 1.081.500 1.500
PI  7.000 13.860 1.980
PR  638 757 1.186
SP  7.500 12.600 1.680
TO  6.000 9.225 1.538
Total 1.125.634 1.817.984 1.615

Pontos importantes para análise:

1) Se o número de área plantada se confirmar para a safra 2017/2018, haverá aumento de 20,3% em relação à safra 2016/2017;

2) Se o número de produção de pluma se confirmar para a safra 2017/2018, a previsão de produção é 11,3% maior em relação à safra 2016/2017.

Fonte: Associações Estaduais. Setembro de 2017

 

Estímulo ao plantio

Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados debate o assunto - Crédito Divulgação
Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados debate o assunto – Crédito Divulgação

O aumento da área plantada, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, é resultado de um encontro de condições estimulantes ao plantio. Dentre elas, a volta à normalidade climática em Estados que vinham de vários anos de seca, por influência do fenômeno El Niño, como a Bahia e, também, o aquecimento do mercado, cujos preços, atualmente, estão em torno de R$2,41/libra-peso (R$5,35/kg) no mercado interno e US$ 0,69/libra-peso (US$ 1,50/kg).

“Mas essas condições ideais de clima, que resultaram em uma safra de excelente qualidade e produtividade em 2016/17, não são uma certeza para 2017/18. Por isso, somos bem moderados nas nossas estimativas de produtividade. O aumento no plantio atende a uma demanda maior, que permite uma série de leituras conjunturais”, disse o presidente.

De acordo com o representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Leonardo Abranches, o setor começa a dar sinais de recuperação, após três anos consecutivos de queda de produção, vendas e emprego. O resultado é diretamente ligado, segundo a Abit, à melhoria das vendas no varejo, 7,1% no período de janeiro a julho de 2017, comparadas ao ano anterior. “A produção têxtil está crescendo 5,4% e a produção de vestuário 4,9%, de janeiro a julho deste ano”, divulgou.

Comparando o mês de agosto de 2017 com o mesmo período em 2016, as exportações brasileiras tiveram resultado 21,6% maior. Foram 68 mil toneladas neste ano contra 56 mil toneladas no ano passado. A soma dos contratos, em agosto deste ano, foi de mais de US$100 milhões.

 

Semiárido

O chefe geral da Embrapa, Sebastião Barbosa fala sobre a perspectiva de retomada da cotonicultura no semiárido brasileiro, com o desenvolvimento de variedades resistentes adaptadas às condições climáticas da região.

AAbrapa fechou com a Embrapa e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) um Acordo de Cooperação Técnica no valor de R$17,7 milhões para o desenvolvimento de uma variedade de algodão transgênico resistente ao bicudo-do-algodoeiro, praga que chegou ao Brasil no início dos anos de 1980 e praticamente erradicou a atividade na região.

O acordo, que beneficia os atuais produtores de algodão, favorece uma potencial reintrodução da cotonicultura no semiárido.Segundo Barbosa, para voltar ao Semiárido, a produção de algodão vai depender de muita ciência e tecnologia. “A Embrapa está trabalhando no desenvolvimento de cultivares transgênicas resistentes a herbicidas e lagartas e, recentemente, com o Acordo de Cooperação com a Abrapa e o IMAmt, também ao bicudo. Isso dá possibilidade de implantação da cultura em outras áreas”, diz.

O bicudo mudou tudo na forma de plantar algodão no Brasil, desde o local da produção ao modelo de colheita, de acordo com Sebastião Barbosa. “O País já teve quatro milhões de hectares de lavouras de algodão. Àépoca, o Ceará possuía a maior área plantada contínua do mundo, mas a produtividade era baixa“, disse referindo-se aos índices de, aproximadamente, 300 quilos de pluma por hectare.

“Hoje, cultivamos pouco mais de um milhão de hectares, mas a produtividade é de 1,7 mil quilos por hectare. Não queremos voltar ao que tínhamos na época de 80, mas também não podemos pensar em transpor o modelo do Cerrado para o Semiárido“, afirmou Barbosa. O chefe da Embrapa Algodão disse ainda que a instituição está estabelecendo parcerias com empresas privadas para o desenvolvimento de máquinas de pequeno porte para cotonicultores da agricultura familiar.

O diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, alertou para o risco iminente da reintrodução da cotonicultura no Semiárido, se esta for nos moldes que vêm sendo preconizados, sobretudo pela FAO, de modelo orgânico. “O perigo é a proliferação e a perda de controle sobre o bicudo, e a convivência das lavouras convencionais, bem cuidadas no que diz respeito às estratégias contra o inseto, ao lado de um vizinho orgânico, que não pode usar químicos agrícolas e sementes geneticamente modificadas, indispensáveis ao manejo do bicudo“, alertou o diretor.

Ao questionamento, Sebastião Barbosa acrescentou que os orgânicos também não podem fazer a colheita mecânica, que demanda a aplicação de desfolhantes. “A seca devastou o algodão do Semiárido nos últimos seis anos. Por conseguinte, quase erradicou o bicudo na região, mas as populações podem voltar a crescer no momento em que o algodão for reintroduzido”, diz Barbosa.

Safra 2016/17 Algodão em caroço Algodão em pluma Caroço de algodão
Estado Área plantada (ha) Rendimento de pluma (%) Rendimento de caroço (%) Produtividade estimada (@/ha) Produtividade estimada (kg/ha) Produção estimada (ton) Produtividade estimada (kg/ha) Produção estimada (ton) Produtividade estimada (kg/ha) Produção estimada (ton)
BA 201.634 42,0% 54,0% 310,0 4.650,0 937.598,10 1.953,0 393.791,20 2.511,0 506.302,97
GO 26.490 39,0% 53,0% 285,0 4.275,0 113.244,75 1.667,3 44.165,45 2.265,8 60.019,72
MA 22.493 40,0% 50,0% 269,1 4.036,2 90.785,40 1.614,5 36.314,16 2.018,1 45.392,70
MG 15.946 40,3% 54,0% 261,0 3.915,0 62.428,59 1.577,7 25.158,72 2.114,1 33.711,44
MS 28.636 41,0% 53,0% 306,0 4.590,0 131.439,24 1.881,9 53.890,09 2.432,7 69.662,80
MT 626.579 40,0% 55,0% 281,0 4.215,0 2.641.030,49 1.686,0 1.056.412,19 2.318,3 1.452.566,77
PI 4.702 45,0% 50,0% 310,0 4.650,0 21.864,30 2.092,5 9.838,94 2.325,0 10.932,15
PR 580 39,0% 50,0% 200,0 3.000,0 1.740,00 1.170,0 678,60 1.500,0 870,00
SP 3.474 40,0% 52,0% 260,0 3.900,0 13.548,21 1.560,0 5.419,28 2.028,0 7.045,07
TO 4.810 41,0% 54,0% 230,0 3.450,0 16.594,50 1.414,5 6.803,75 1.863,0 8.961,03
Total 935.343,69 40,7% 52,5%     4.030.273,57   1.632.472,38   2.195.464,64

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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