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Aminoácidos aplicados em grandes culturas

 

É importante estudar o efeito isolado de cada aminoácido para o melhor entendimento de seu efeito fisiológico associado a cada fase de crescimento e desenvolvimento da planta

 

Jorge Jacob Neto

jacob@ufrrj.br

Joice de Jesus Lemos

Professores do Departamento de Fitotecnia ” Instituto de Agronomia ” UFRRJ

 

Aminoácidos aplicados nos estágios fenológicos - Créditos Shutterstock
Aminoácidos aplicados nos estágios fenológicos – Créditos Shutterstock

A utilização de aminoácidos na agricultura já é realizada há alguns anos, tanto mundialmente como no Brasil, porém, seu uso ficou mais evidente nas últimas décadas.  Poucos trabalhos foram encontrados mostrando como um aminoácido aplicado de forma direta sobre as plantas ou sementes entra na célula, como funciona o seu metabolismo de absorção/assimilação, o local de atuação celular ou mesmo as vias de absorção direta ou indireta.

Por outro lado, estudos associados a estresse, tais como salino e ataque de doenças, têm mostrado o efeito destes aminoácidos, a exemplo do ácido salicílico, atuando diretamente na permeabilidade da membrana, peroxidação de lipídios, concentração de H2O2, de cloroplastos e carotenoides especialmente em plantas de milho e trigo.

Na literatura são encontrados vários nomes de produtos comerciais denominados bioestimulantes, bioreguladores, estimulantes, reguladores de crescimento ou simplesmente aminoácidos, que de uma maneira direta ou indireta tem a suas ações relacionadas ao efeito dos aminoácidos nas plantas.

Evolução

Em um passado relativamente recente não se encontravam produtos com estas denominações. Nas décadas de 60 e 70, começou a ser usada no Brasil a adubação foliar com macro e micronutrientes, especialmente os micronutrientes para café e depois, em larga escala,para soja com compostos que continham Mo e Co.

Com o avanço da chamada agricultura orgânica começaram a ser aplicados via foliar produtos derivados de substratos orgânicos (vegetal ou animal), que continham em sua formulação moléculas orgânicas. Estes produtos começaram a produzir efeitos favoráveis à planta, o que agradou os técnicos e agricultores.

Logo em seguida começaram a ser usados os aminoácidos, aplicados tanto via foliar quanto via tratamento de sementes, além dos tradicionais hormônios e adubos. O princípio básico é a estreita ligação que existe entre os metabólitos primários e secundários, originando novos compostos, geralmente com efeito hormonal e relacionado ao nitrogênio.

Atuação dos aminoácidos

O aminoácido, como o triptofano, por exemplo, pode originar em seu processo metabólico o hormônio tripsina (AIA-ácido-indol-3-acético), fundamental no processo de crescimento celular.

Os aminoácidos nada mais são do que moléculas compostas de um carbono central ligado a um grupamento carboxila (COOH), um grupamento amino (NH2) e um átomo de hidrogênio.

Existem basicamente 21 tipos de aminoácidos usados para a construção das proteínas, que se diferenciam através de um radical “R“ (uma cadeia lateral) na sua estrutura, como a glicina, alanina, valina, leucina, prolina, serina, entre outros.

Geralmente os aminoácidos na fase vegetativa aumentam o enraizamento e o desenvolvimento foliar Créditos Shutterstock
Geralmente os aminoácidos na fase vegetativa aumentam o enraizamento e o desenvolvimento foliar Créditos Shutterstock

Aplicação

Se pensarmos na utilização de aminoácidos de forma prática, direta no campo de produção, o uso de aminoácidos é mais comum quando sua aplicação é realizada diretamente na planta via foliar ou nas sementes. A aplicação pode ser associada à adição foliar de nitrogênio, micronutrientes, macronutrientes e inseticidas/fungicidas nas culturas.

A aplicação de produtos à base de aminoácidos proporcionou aumento de produtividade de até 1.600 kg ha-1 em milho quando aplicado via foliar. No trabalho que utilizou ácido aspártico, ácido glutámico, hidroxiprolina, serina, glicina, alanina, prolina, valina, metionina, arginina, fenilalanina, leucina, isoleucina, lisina para tratar as sementes de milho ocorreram ganhos na velocidade de emergência e aumento de produtividade de 940 kg ha-1 em relação à testemunha.

Inovação

 Empresas ligadas ao agronegócio investiram nestas técnicas associando os aminoácidos aos fertilizantes e todos concordam que na maioria das vezes ocorreu aumento de produtividade devido à aplicação de aminoácidos em soja, feijão, milho, trigo, entre outras culturas.

Em soja, os aminoácidos presentes nas formulações de fertilizantes foliares exerceram ação quelatizante na absorção de macro e micronutrientes, armazenando maior quantidade de proteínas nas sementes e comprovando ação antiestressante nas plantas em função da aplicação de glifosato.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura integral.

 

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