Quando se pensa no mel, o consumidor brasileiro logo associa seu uso a práticas medicinais. O mercado apícola brasileiro produz mel em quantidade suficiente para o consumo nacional, mas o mercado doméstico não apresenta demanda correspondente. Como alternativa, apicultores têm se voltado para a exportação.
A geleia real, a cera, o pólen e outros produtos relacionados a abelhas chegam ao mercado a partir do esforço de apicultores. Apesar de esses produtos terem sua demanda, o principal item comercializado é o mel. No Brasil, apiários de todo o país, produzem, juntos, cerca de 40 mil toneladas/ano, mas a informalidade nesse nicho impede dados concretos e projeções precisas.
Grande parte do mel que circula no mercado interno é negociado a partir de meios que não produzem comprovação fiscal. Esse aspecto é reflexo direto da cultura nacional, que ainda vê o mel como um produto medicinal.
Os maiores consumidores do produto estão entre as classes A e B, adquirem-o por meio de mercados e consideram que o produto é caro como alimento, mas barato como medicamento. A sangria nos dados, resultado do mercado informal, vem sobretudo dos consumidores das classes C, D e E, que adquirem o produto por meio de pequenos distribuidores.
No geral, o Brasil tem uma cultura de consumo do mel em que o produto é considerado um medicamento e não faz parte da alimentação diária.
Mercado internacional
Como alternativa, o apicultor brasileiro tem se voltado cada vez mais para a exportação. Em meados dos anos 2000, a produção de mel brasileira representava apenas 5% do mercado mundial e era quase estritamente voltada para o consumo interno.
Esse cenário mudou a partir do veto da exportação dos principais produtores mundiais, China e Argentina, que receberam a restrição devido a problemas de origem sanitária.
Após a mudança de panorama, a exportação de mel se tornou mais viável e o produto nacional passou a ter destaque no mercado mundial. Com o uso de recursos financeiros como o fluxo de caixa livre, o apicultor brasileiro pode iniciar o ingresso no mercado internacional. O processo é bem simples, uma vez que o mel brasileiro tem qualidade e atende às exigências sanitárias.
É ideal que ao longo do tempo haja investimento por parte do governo e dos principais agentes sociais a favor da popularização do mel como alimento. Tal estratégia permitiria a estabilização do mercado apícola, levando equilíbrio e garantindo estímulo à produção, aumento na oferta e baixa nos preços. Os resultados seriam benéficos para todos.
Enquanto projetos e estratégias não são colocados em prática, o apicultor brasileiro pode encontrar estabilidade na exportação.