Ataque do fungo foi causado pelo tempo seco nas
primeiras semanas de julho. Monitoramento constante é fundamental para proteger
as lavouras de trigo
O clima ameno e seco registrado na região Sul do
Brasil traz um alerta para os produtores de trigo pois já existem
registros da ocorrência de Oídio nas lavouras. O ataque do fungo acontece
especialmente nas lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e nas regiões
Sudoeste, Campos Gerais e Central do Paraná.
Segundo o engenheiro agrônomo da Biotrigo Genética,
Everton Garcia, a doença é causada por um fungo (Blumeria graminis f.sp. tritici) que
desenvolve um mofo esbranquiçado sobre folhas e colmos e leva uma vantagem em
relação as outras doenças nestas condições climáticas, pois o fungo não precisa
de molhamento foliar para causar a infecção e colonização.
Everton explica ainda que o vento é o principal agente
de disseminação da doença, que ao atingirem a planta de trigo, conseguem
germinar, infectar e colonizar o tecido foliar. Por isso, ele ressalta a importância
do monitoramento. “Nesse momento, mesmo com o bom desenvolvimento da cultura
nesta safra, o ambiente tem sido favorável para a infecção do fungo. Tivemos
clima mais seco e com temperaturas mais altas, entre 15 e 22°C. Por isso, é
preciso monitorar as lavouras para não perder o controle nessas primeiras áreas
que podem gerar grande quantidade de inóculo para outras lavouras”, alerta
Everton.
Manejo
A alternativa para reduzir os impactos da doença é
realizar a aplicação de fungicidas, porém o agrônomo ressalta que em lavouras
que o fungo infectou a planta na fase de alongamento, a aplicação já não se
torna tão eficiente. “Na medida que a planta cresce, a cobertura da
pulverização se torna mais difícil na região do colmo e na base da planta,
mantendo o inóculo do Oídio”, explica. Nestes casos, é importante estar atento
a intensidade da doença e realizar a aplicação de fungicidas antes do
fechamento das entrelinhas da lavoura para uma adequada eficiência de controle
e manutenção do potencial produtivo da cultivar. Nos casos em que a fase está
mais adiantada, é importante estar atento ao volume de calda utilizado na
pulverização, para que se tenha uma melhor cobertura. Outra medida que pode ser
realizada de forma preventiva é a escolha de cultivares resistentes tendo no
tratamento de sementes uma ação preventiva e importante para cultivares mais
sensíveis.