O controle biológico é um método de equilíbrio de pragas agrícolas através da utilização de seus inimigos naturais. Todas as espécies de praga, plantas e patógenos possuem em alguma parte do seu desenvolvimento um predador, ou seja, um inimigo natural que podem ser insetos predadores, parasitóides e microrganismos (fungos, bactérias e vírus). O gerenciamento biológico tem sido cada vez mais difundido na agricultura brasileira, que busca combater doenças e pragas nas lavouras através desse recurso.
Lavoura de café em Patrocínio MG: antes e depois do início do tratamento biológico.
*Foto da esquerda – plantas com nematóides, apresentando sintomas de ataque de fusário
*Foto da direita – plantas tratadas com biológicos e no segundo ano de aplicação
O uso indiscriminado de agrotóxicos sem nenhum critério para o controle de doenças e pragas na agricultura tem favorecido diversos problemas de ordem ambiental como também a contaminação de alimentos, do solo, da água e animais. Porém os principais afetados são os agricultores e trabalhadores que sofrem diretamente os efeitos dos agrotóxicos.
A adoção do controle biológico, encorajado pela crescente resistência de insetos aos inseticidas químicos e pela urgência por um uso mais racional de agrotóxicos, como a resistência de patógenos e pragas nas lavouras evidenciando o colapso do sistema convencional do manejo agrícola.
Fazendo com que o produtor aumente cada vez mais as doses de fertilizantes e agrotóxicos. Gerando um custo exacerbado a cada ano, sem que haja com isso um aumento na produção e tão pouco na solução dos problemas.

O Brasil está entre os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, segundo estudo (ANVISA, 2007). A utilização inadequada de insumos, com doses excessivas, muitas vezes sem o acompanhamento técnico do profissional, vem trazendo danos ao meio ambiente e à saúde do homem.
As principais doenças relacionadas à intoxicação por agrotóxicos são: arritmias cardíacas, lesões renais, câncer, alergias respiratórias, doença de Parkinson, fibrose pulmonar, entre outras as patologias de pele, teratogênese, carcinogênese, desregulação endócrina, neurotoxicidade, efeitos na reprodução humana e no sistema imunológico.
Os meios de intoxicação podem acontecer em diversos momentos, através do manuseio, ou pelo simples fato de “respirar” partículas, substâncias agrotóxicas dispersas no ar. Como também no decorrer das atividades de pulverização. Sem contar que o agricultor, na sua prática, se expõe a mais de um produto, trazendo consequências sérias a longo prazo. Os problemas com o meio ambiente são inquestionáveis, assim como a saúde pública.
O controle biológico ganha espaço no mercado de defensivos em todo o mundo.
Nos últimos anos, o mercado de controle biológico cresceu mais de 70% no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio). Após um primeiro momento, no qual ficou desacreditado por problemas logísticos, vem experimentando um crescimento acelerado no Brasil e em diversos países. Isso se dá principalmente pela alta demanda de alimentos mais seguros aos consumidores.
A solução tecnológica da TZ Biotec, localizada na USP, Campus de Ribeirão Preto SP, empresa especializada em micro-organismos, foi desenvolver um gel como meio de cultura para transportar e distribuir os micro-organismos a seus clientes e usuários. Uma técnica genuinamente brasileira e única no mundo, possibilitando o fornecimento de produtos isentos de contaminantes, com garantia de 100% puros e vivos. Uma ciência patenteada com o grau máximo de “Privilégio de Invenção” no Instituto Nacional de Patentes Industriais – INPI.
Transportados em recipientes hermeticamente fechados, sem o risco de contaminação e/ou manipulação, assegurando aos clientes um tempo maior de validade ao produto biológico, enquanto lacrado e armazenado devidamente. Garantindo desta forma o resultado do produto a campo com o mesmo potencial de quando produzido no laboratório.

Com o surgimento de doenças iatrogênicas (doenças que ocorrem devido ao uso inadequado de defensivos químicos), causando o desequilíbrio biológico e alterando assim a ciclagem de nutrientes e da matéria orgânica; como também a eliminação de organismos benéficos e a redução da biodiversidade entre outros (redução da biota do solo). Causando a contaminação e o desequilíbrio da cadeia alimentar, devido ao uso excessivo de agrotóxicos que está alterando o cenário agrícola. Impulsionando desta forma um crescimento no mercado de biocontrole. Outro fator relevante é a demanda crescente por alimentos livres de agrotóxicos.
No Brasil, 50 empresas respondem pela produção de agentes que atuam no controle de pragas, seja macro-organismos (insetos, ácaros) ou micro-organismos (vírus, fungos, bactérias). O que representa 1,7% das formuladoras de biológicos no mundo, segundo a ABC Bio. Os Estados Unidos têm 50,4% da fatia mundial desse mercado e 41% das patentes desses produtos. Em 2017, a comercialização global dos produtos ficou em torno de U$6,4 bilhões e a expectativa é que até 2024, os valores cheguem a U$16,7 bilhões.
O desenvolvimento de um produto biológico ainda é mais barato do que o de um químico, custando de US $2 milhões a 10 milhões, enquanto um agrotóxico pode custar US $250 milhões. No Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foram registrados até o início do ano 118 produtos biológicos, sendo apenas 10 deles para controle de doenças.
Trichoderma, espécie de grande importância do controle biológico.
Neste contexto, o fungo Trichoderma spp. é considerado um dos mais importantes agentes biológicos no controle de doenças em diferentes culturas agrícolas. Existem hoje no mercado, pelo menos 246 produtos biológicos à base de Trichoderma registrados em diferentes países. O fungo Trichoderma, por seu comportamento oportunista, se adapta em ambientes diferentes produzindo com facilidade enzimas hidrolíticas de grande capacidade reparatória aos danos celulares. Além de certa tolerância ao calor, auxilia o vegetal a superar estresses ambientais.

Diversas espécies de Trichoderma produzem diferentes tipos de enzimas. A associação de mais de uma espécie, provoca um sinergismo entre elas aumentando a eficiência do controle de doenças, mais especificamente fusariose, rizoctoniose e septoriose entre outras.
A empresa em destaque no ramo de biocontrole, Naterracoffee Ltda, E-mail: naterracoffee@hotmail.com Tel: (16) 9-9710-7100 com sede em Altinópolis, SP, com 11 anos no mercado. Representante oficial da TZ Biotec Ltda, tem por objetivo desenvolver procedimentos de manejo agrícola sustentável, através do controle biológico, como também a recuperação do solo e do sistema radicular, buscando atingir o desenvolvimento pleno da planta.
A definição de doses e posicionamento do produto, é um dos objetivos do trabalho da nossa empresa nas diferentes culturas. Também o manejo fitossanitário das culturas agrícolas é cada vez mais desafiador e complexo, visto a grande variabilidade climática nos ambientes de cultivo e a capacidade dos patógenos em se desenvolver rapidamente. Um ambiente antes infestado por patógenos, vai ficando livre destes agentes ao ponto de entrar em equilíbrio, resultando em estabilidade do sistema agrícola, elevando o efeito residual do tratamento.
Quanto a um possível desequilíbrio, não é motivo de preocupação, visto que os produtos biológicos ao fim da estação chuvosa, retornam à condição inicial do sistema ecológico. Através das práticas adquiridas em campo, Naterracoffee vem sustentando que, o uso de doses elevadas de biológicos não provocou desequilíbrio ao sistema, solo-planta, pelo contrário, em propriedades altamente tecnificadas, a utilização de altas doses se torna interessante para conseguir aumento da produtividade.
Deixando um legado ao solo agrícola.
Antes de empregar o manejo biológico, o solo se apresenta infestado de pragas e patógenos revelando o desequilíbrio na lavoura. O manejo biológico, reduz a população de patógenos, reorganizando a compostura do sistema, de forma sustentada e duradoura, enquanto que em áreas de plantas perenes além de suprimir os patógenos, favorecendo um melhor desenvolvimento radicular das plantas e a tão desejada sanidade da cultura, sem o uso de produtos químicos, que possui ação curativa, sendo empregado erroneamente de forma preventiva.
O pivô foi dividido em duas áreas, sendo metade com tratamento biológico e a outra metade sem tratamento biológico.

Lavoura de feijão tratadas com biológicos.

Lavoura de feijão sem tratamento biológico, apenas tratamento químico convencional.
Outro item a ser considerado é o emprego dos produtos biológicos sempre que se inicia um novo plantio. O acréscimo de micro-organismo favorece o aumento da carga hormonal estimulando a germinação das sementes e maior vigor no crescimento da radícula. Em cultivos perenes, quando a planta é estimulada a reiniciar o desenvolvimento vegetativo com as primeiras chuvas, esse aumento da carga hormonal, torna-se o diferencial do desenvolvimento da planta, revelando o potencial produtivo mais elevado da cultura.

O aumento radicular se dá pela produção de fito-hormônios vegetais e pela solubilização do elemento fósforo adsorvido à argila. O emprego de condicionadores de solo, corretivos de acidez, ácidos húmicos, nutrientes adequados, plantas que favoreçam a descompactação e a formação de palhadas e cobertura vegetal do solo contra a radiação solar excessiva, favorece muito o resultado e ação do manejo biológico.
O rápido desenvolvimento da biota do solo provoca um aumento tal de substâncias excretadas, tornando-as tóxicas à patógenos do solo, que em sua maioria se desenvolvem em ambientes anaeróbicos e compactados.
Em geral, micro-organismos benéficos e promotores de crescimento vegetal tem suas ações pontuadas da seguinte forma:
1. Produção de fito-hormônios, dentre os quais as auxinas
2. a solubilização de fosfatos e a produção de quelantes de ferro, como os sideróforos
3. a liberação de metabólitos antimicrobianos
4. a degradação da parede celular de patógenos através da produção de enzimas líticas
5. pela competição por nutrientes
6. indução de resistência nas plantas
Eugênio Crivelenti Patrony Campos (Engenheiro Agrônomo)
Luzimar Gabriel de Alencar (Assessoria de Imprensa)
