26.6 C
Uberlândia
terça-feira, abril 30, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosBanana: manejo do cultivo orgânico

Banana: manejo do cultivo orgânico

O MIP reconhece pragas-chave da cultura para escolha de medidas preventivas

Foto: Embrapa

Lucas Rozendo de Lima Silva
Engenheiro agrônomo – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Sinara de N. Santana Brito
Engenheira agrônoma e mestra em Agronomia/Horticultura – na Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Harleson Sidney Almeida Monteiro
Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia/Horticultura – UNESP
harleson.sa.monteiro@unesp.br

Os sistemas convencionais ligados à utilização de agroquímicos aumentam significativamente a produção de uma área, no entanto, esse formato de produzir representa alguns perigos para a saúde do produtor e para a biodiversidade.

Foi sob essa perspectiva que desenvolveu-se o sistema de cultivo orgânico, cuja definição é baseada em um modelo livre da utilização de produtos químicos, como adubos minerais, defensivos e promotores de crescimento sintéticos em frutas e hortaliças.

De forma resumida, a Associação de Agricultura Orgânica define como “um processo produtivo comprometido com a organicidade e sanidade da produção de alimentos vivos para garantir a saúde dos seres humanos, razão pela qual usa e desenvolve tecnologias apropriadas à realidade local”.

Quebra de paradigmas

Dentro dos princípios da agricultura orgânica, busca-se quebrar certos costumes que foram estabelecidos pela agricultura convencional, como o revolvimento do solo, que é utilizado em menor escala, a utilização de adubos químicos, substituindo-os por adubos orgânicos.

O controle de pragas e doenças, antes feito com agrotóxicos, é realizado na agricultura orgânica com medidas preventivas e produtos naturais. Todas essas substituições contribuem para uma menor poluição da área de produção.

Vale salientar que a agricultura orgânica defende a utilização da técnica de adubação verde, que trabalha em vários aspectos do solo, pois melhora a sua estrutura, repõe nutrientes, trabalha a umidade e fortalece a riqueza microbiana.

Agroecologia

Ao escolher a opção da agroecologia, os produtores estarão menos sujeitos às mazelas advindas da utilização de defensivos como a possibilidade de intoxicação e contaminação de corpos hídricos da região.

Além disso, uma propriedade com produção 100% orgânica possui custos de produção elevados e, após avaliação técnica por órgão responsável credenciado pelo Ministério da Agricultura, a propriedade tem o direito de usar em seus produtos orgânicos um selo que pode vir a valorizar suas mercadorias.

Para as bananeiras em cultivo orgânico, é muito utilizado o manejo integrado de pragas (MIP), que reconhece pragas-chave da cultura para escolha de medidas preventivas ao conhecer os hábitos da praga.

Manejo

Já se tratando de doenças, o aspecto mencionado de escolha das melhores cultivares mais resistentes é importantíssimo, além do manejo ambiental e práticas culturais que desfavoreçam a formação e proliferação dos inóculos das sigatokas, como:

  • Drenagem
  • Controle de vegetação natural
  • Desfolha sanitária
  • Manter a nutrição das plantas sempre em níveis adequados
  • Aplicar óleos e extratos vegetais que atuam como bioestimulantes para essa cultura, aumentando ainda mais sua resistência a ataques.

É por meio dessas táticas que os cultivos orgânicos de bananeira renunciam à utilização de agrotóxicos. Investir nessa área pode revelar um caminho eficiente rumo à segurança na produção de alimentos e do fomento da economia local.

Foto: Embrapa

Inovações

As inovações no plantio de bananeira voltadas para a redução da utilização de defensivos apresentam-se como um marco significativo no cenário agrícola contemporâneo.

Os avanços tecnológicos, exemplificados pelo desenvolvimento de filmes anti-insetos de polietileno, demonstram não apenas eficácia no controle de pragas, mas também um compromisso genuíno com práticas sustentáveis.

Essas inovações não apenas protegem a produção de bananas contra ameaças, mas também preservam ecossistemas, solos e a saúde humana.

Ao reconhecer a importância socioeconômica da bananicultura, fica claro que a busca por métodos mais sustentáveis é imperativa. A aliança entre a academia e o setor privado, exemplificada pelo notável trabalho da Universidade Estadual Paulista, destaca a capacidade de colaboração para impulsionar a inovação e promover práticas agrícolas responsáveis.

Essas iniciativas não apenas mitigam os impactos ambientais do uso indiscriminado de defensivos agrícolas, mas também sinalizam uma visão de longo prazo para a sustentabilidade da bananicultura no Brasil.

Ao integrar tecnologia e consciência ambiental, abre-se caminho para um futuro no qual a produção de bananas não apenas atende às demandas do mercado, mas também contribui para a preservação do meio ambiente e o bem-estar das comunidades agrícolas.

Essas inovações representam, assim, uma promissora guinada em direção a uma agricultura mais eficiente, segura e respeitosa com o meio ambiente.

LEIA TAMBÉM:

ARTIGOS RELACIONADOS

Consorciação com café – Sombra e água fresca garantidas

  A produção de café sombreada por florestas ou outras culturas que tenham esse efeito é classificada com vantajosa, uma vez que as interferências climáticas,...

Cultivo de banana da terra garante lucro

José Clélio de Andrade Engenheiro agrônomo, DSc.em Agronomia e pesquisador da SEAPA/EPAMIG jclelio@epamig.br   A produção nacional de banana da terra, também chamada plátanos, é estimada em torno...

Rigrantec – Foco em nutrição de ponta

  A Rigrantec optou, na Hortitec 2017, por dar foco à linha de nutrição, mesmo tendo diversas outras linhas dentro de seu portfólio. “Com isso...

Como combater o estresse térmico no bananal?

O estresse térmico no bananal pode causar muitos prejuízos ao produtor.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!