Nos equinos atletas o estresse biomecânico repetitivo característico da rotina de treinos e provas pode promover lesões inflamatórias e degenerativas que também atingem o tecido ósseo do animal. As mais comuns são a Osteoartrite (AO) e a Síndrome do Navicular (ou Síndrome Podotroclear).
“O osso é um tecido vivo e dinâmico, que passa por um constante processo de construção e remodelamento para se adaptar aos estímulos que sofre no dia a dia. Nos processos naturais, os osteoclastos promovem a absorção do tecido ósseo, enquanto os osteoblastos são responsáveis pela sua remodulação, mas quando entram em desequilíbrio e a absorção se torna mais potente do que a remodulação, problemas como a Osteoartrite e a Síndrome do Navicular acontecem”, explica Fernanda Ambrosino, médica-veterinária gerente de produtos da linha de equinos da Ceva Saúde Animal.
Os bifosfonatos são fármacos de importante papel no tratamento destas patologias ósseas e articulares, quando ocasionadas pelo desequilíbrio entre degradação e remodelamento ósseo, devido a sua ação inibitória dos osteoclastos, além de apresentarem propriedades analgésicas muito relevantes.
A ação destes fármacos acontece em resposta à absorção dos osteoclastos, que deixam expostos os cristais de hidroxiapatita formados pelo cálcio e outros minerais presentes no osso. Os cristais de hidroxiapatita atraem as moléculas de bifosfonatos e, quando ocorre uma nova ação de osteoclastos para promover a absorção óssea, estas células absorvem o fármaco, que inibe sua ação. Os bifosfonatos também promovem analgesia, o que reduz a claudicação dos animais, trazendo mais conforto e bem-estar ao equino.
“Este processo é importante principalmente nas áreas onde ocorre intensa remodelação óssea, o bifosfonato se liga ao cálcio ósseo, blindando e protegendo a degradação do tecido, evitando a perda de sua forma e função. Os bifosfonatos acabam sendo incorporados à matriz óssea e são gradualmente liberados durante meses ou mesmo anos, sendo um tratamento muito eficiente e duradouro”, Fernanda comenta.
De maneira geral os bifosfonatos são divididos em dois agentes utilizados na medicina equina, o Tiludronato e o Clodronato, com o primeiro tendo um maior número de estudos científicos publicados, que embasam e respaldam sua utilização. Embora as duas moléculas sejam muito parecidas em sua estrutura e mecanismo de ação, as doses, formas de aplicação e reações adversas relacionadas a elas são distintas.
Os tratamentos com Clodronato são realizados através de injeções intramusculares, com dose dividida em três campos de aplicação diferentes, podendo causar sensibilidade regional e inchaço local pós-aplicação, que podem permanecer por até 10 dias. Os resultados podem ser observados em até 2 meses, mas há casos em que existe a necessidade de repetir as aplicações a cada 6 meses.
Inúmeros estudos demonstram que animais tratados com Clodronato são mais propensos a terem reações adversas, que se iniciam até 2 horas após o tratamento. Além disso, o FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora dos Estados Unidos, elenca como reações adversas ao tratamento de equinos com Clodronato relatadas por veterinários e proprietários de equinos a falência renal, poliúria, polidipsia, dor abdominal, anorexia, letargia, hipercalcemia, hipercalemia, urticária, tremores musculares, hipertermia, hiperglicemia e fraturas ósseas. Em alguns casos, houve óbito em decorrência das reações elencadas acima.
Já o Tiludronato, que está presente no mercado desde 2007, é o bifosfonato mais estudado para o tratamento dos equinos, com foco nos seus efeitos colaterais, farmacodinâmica e eficácia. Para Fernanda, o produto traz mais segurança e confiabilidade ao médico-veterinário e ao proprietário do equino.
“Além de ter uma forte base de estudos por trás do Tiludronato, o fármaco tem o respaldo de importantes médicos-veterinários especializados em ortopedia equina, como o Dr. Jairo Jaramillo Cárdenas, que em 2018 participou ativamente de um circuito de capacitação profissional para o uso do fármaco em mais de 6 capitais do Brasil”, relembra.
O tratamento com Tiludronato tem sua indicação para aplicação intravenosa lenta em infusão com duração de 90 minutos. O seu máximo resultado é alcançado 2 meses após a aplicação, mas seu efeito perdura por um período maior, e em casos que há necessidade de reaplicação do medicamento os primeiros sinais aparecem cerca de 1 ano após a primeira aplicação.
As reações descritas nos tratamentos com Tiludronato são consideradas leves e que ocorrem, em sua grande maioria, durante os 90 minutos em que a aplicação lenta intravenosa do fármaco acontece, ou em até 4 horas após sua aplicação. A reação mais comum é o desconforto abdominal transitório, de resolução espontânea ou por meio de caminhada, não necessitando nenhuma outra intervenção. Outras reações também registradas foram aumento da frequência urinária independente do aumento da ingestão de água, redução de apetite, sensibilidade no local da aplicação e febre.
“É preciso relembrar que Bifosfonato é medicamento de cavalo adulto. Os equinos com menos de 4 anos ainda estão na fase de crescimento e desenvolvimento de estruturas ósseas importantes, por isso não é aconselhável a utilização antes desta idade. Tratar estes animais muito jovens com bifosfonatos pode causar um impacto negativo no desenvolvimento completo destes atletas”, Fernanda alerta. “Além disso, pelo seu mecanismo de ação, jamais deve ser administrado em equinos com canelite ou pequenas fraturas ósseas, porque podem piorar o quadro e debilitar o animal”.
Tildren®, produto a base de Tiludronato exclusivo para equinos, da Ceva Saúde Animal, é o bifosfonato testado e aprovado por inúmeros profissionais referências no tratamento de equinos atletas, com respaldo do FDA. Recomendado para o tratamento da Síndrome do Navicular, do Esparavão Ósseo e das Osteoartrites, e com dosagem segura recomendada de 1mL para cada 50Kg do animal por dia, em tratamentos de 10 dias por meio de infusão lenta, o fármaco já é consagrado no meio equestre pela sua segurança e eficácia.