Roni CleiZanovello
Juliano Burko
Acadêmicos do 5º ano do curso de Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)
Fabiano Pacentchuk
Engenheiro agrônomo, mestre em produção Vegetal e doutorando em Agronomia ” Unicentro
Criz Renê Zanovello
Engenheiro mecânico e mestrando em produção vegetal – Unicentro
ItacirEloiSandini
Engenheiro agrônomo, doutor e professor do curso de Agronomia – Unicentro
A soja está entre as principais plantas de lavoura cultivadas no Brasil. A cultura apresenta ampla utilização em diversas áreas, desde a indústria de alimentos à indústria de modo geral. O grão pode ser utilizado na alimentação humana e animal, pois possui elevado teor de proteína, mas também em indústrias para fabricação de derivados não tradicionais, como tintas, biodiesel, entre outros.
Na safra 2016/17 a área de cultivo estimada foi de 33,9 milhões de hectares (Conab, 2018),sendo que a cada safra ela apresenta um aumento significativo.Essa expressiva área se deve a fatores que contribuÃram para o estabelecimento da cultura no cenário nacional, dentre eles a facilidade de mecanização da cultura, substituição de gorduras animais por óleos vegetais, redes de pesquisas bem articuladas, envolvendo poderes públicos federais e estaduais, mercados internacionais em alta, principalmente em meados do anos 70, bom nível econômico e tecnológico dos produtores, demanda crescente do grão devido ao aumento de consumo de proteína animal e a mudança do hábito alimentar de alguns países, inclusive o Brasil.
Cenário
O cenário mundial da cultura é de demanda crescente. Assim, tem-se o desafio de suprir a demanda pela leguminosa concomitantemente com a preservação dos recursos naturais. Desta forma, se destaca a busca por alternativas que possibilitem o aumento da produtividade com os menores impactos possÃveis ao ecossistema.
Neste sentido, novas tecnologias estão sendo desenvolvidas e testadas por pesquisadores, técnicos e agricultores. Dentre elas cita-se a aplicação de produtos via foliar e via sementes, que está se tornando uma prática rotineira e de resultados positivosna atividade.
É destacada também a utilização de fungicidas, inseticidas, inoculantes, reguladores vegetais, dentre outros, associados ou não a adubações, que estão se tornando cada vez mais presentes (Lana et al., 2009).
Vários avanços podem ser verificados com a modernização da agricultura, sendo que na maioria das vezes tem-se buscado atenuar o impacto negativo de fatores limitantes, como o clima, pragas e doenças.
Entre os estudos realizados com estas finalidades,o entendimento da fisiologia da produção ou ecofisiologia se destaca como um dos que tem promovido grandes avanços. O conhecimento a respeito dos locais de produção, biossíntese, vias de transporte, estrutura química, mecanismos de ação e efeitos fisiológicos destas substâncias apresenta elevada importância, visto que se pode alterar as respostas das plantas por meio da manipulação destas e/ou pela aplicação de seus similares (CATO, 2006).
Os bioestimulantes
Atualmente, as culturas dispõem de altos níveis tecnológicos alcançando rendimentos significativos em relação a anos passados e, desta forma, encontram-se pouco condicionadas por limitações de ordem nutricional ou hÃdrica. Contudo, pequenos gargalos ainda existentes no caso do manejo fitotécnico e nutricional podem ser oportunidades para novas pesquisas que objetivam o aumento da produtividade da cultura. Diante disso, uma alternativa é o uso de bioestimulantes, que podem ser compensadores, além de econômicos (Castro, 2006).
Os bioestimulantes e biorreguladores são utilizados visando o aumento do potencial produtivo das culturas. Esta prática apresenta uso crescente na agricultura moderna, e está amplamente difundida em países tecnificados como os EUA, Espanha, Chile, México e Itália, entre outros.
Os bioestimulantes são caracterizadas como substâncias orgânicas complexas do crescimento das plantas que são capazes de atuar sobre a transcrição da planta e na expressão gênica em proteínas presentes na membrana, podendo alterar o transporte iônico e em enzimas metabólicas, sendo capazes de atuar na modificação do metabolismo secundário, podendo modificar a nutrição mineral, produzir precursores de hormônios vegetais, promovendo a síntese de hormônios e a resposta das plantas a nutrientes e hormônios, estando, desta forma, diretamente relacionado com o crescimento e o desenvolvimento vegetal(Ceribolla, 2015).
Ação e reação
Quando realizadas aplicações com estas substâncias nas plantas, elas promovem ações que são similares aos hormônios vegetais, os quais são sintetizados naturalmente pelas plantas.
Dentre eles, os que mais têm recebido atenção são as auxinas, etileno, giberelinas, ácido abscÃsico e citocininas, substâncias ativas em quantidades muito pequenas, produzindo respostas fisiológicas específicas (floração, crescimento, amadurecimento de frutos, etc.).
Mudanças em suas concentrações e na sensibilidade dos tecidos podem mediar uma gama de processos de desenvolvimento nas plantas, muitos dos quais envolvem interações biossintéticas e catabólicas (Santos, 2014).
Os bioestimulantes apresentam capacidade de alterar as respostas de muitos órgãos da planta, pois, como é sabido, eles estão diretamente relacionados com o crescimento e desenvolvimento vegetal.
A obtenção de respostas é dependente da espécie de planta envolvida, parte da planta, estádio de desenvolvimento, concentração, interação com estes e vários outros fatores ambientais (Salisbury&Ross, 2013).
Essas substâncias apresentam eficiência quando aplicadas em baixas doses, possibilitando o melhor desempenho dos processos vitais das plantas e permitindo assim a obtenção de melhores colheitas, garantindo rendimentos satisfatórios em condições ambientais adversas (Perin, 2016).