
Mariana Thereza Rodrigues Viana
Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
marianatrv@gmail.com
Harianna Paula Alves de Azevedo
Doutora em Fitotecnia – UFLA e professora Adjunta – Faculdade de Ciências e Tecnologias de Campos Gerais (FACICA)
harianna_tp@hotmail.com
A cafeicultura atualmente tem buscado obter uma cadeia produtiva mais eficiente e competitiva no mercado. Os cafeicultores brasileiros, cada dia mais, tentam adotar manejos visando à produção sustentável.
O uso de bioestimulantes tem crescido nestes tipos de agricultura. Tais produtos podem apresentar substâncias puras, compostos e diversas formulações, com microrganismos, reguladores de crescimento de plantas, enzimas, oligoelementos, extratos de algas, dentre vários outros.
Eles estimulam os processos naturais da planta, assim, aumentam a absorção de nutrientes e o aproveitamento destes, melhoram a qualidade de colheita, beneficiando o rendimento e vigor das plantas, além de aumentar a tolerância aos estresses abióticos e bióticos.
Florada
No café, a florada é o estágio em que a planta se apresenta mais sensível às adversidades, e sua indução depende completamente dos fatores ambientais. É necessário o conhecimento dos processos fisiológicos e fenológicos das plantas, pois é quando a planta define seu potencial produtivo.
As flores saem das gemas seriadas localizadas nos nós dos ramos plagiotrópicos. Quanto maior a quantidade de nós nos ramos, mais flores e, consequentemente, mais frutos.
Pesquisas com o uso de bioestimulantes na cultura do café mostram efetivos resultados na estimulação da brotação das gemas, promoção do equilíbrio hormonal, melhora na atividade fotossintética, estímulo ao crescimento das raízes e desenvolvimento das plantas.
Assim, tornam a planta mais vigorosa e, com isso, mais tolerante principalmente às adversidades climáticas que o setor tem sofrido nos últimos anos.
Na florada do cafeeiro, os bioestimulantes auxiliam retendo a florada na planta de maneira direta e indireta com melhorias como um todo. Além de ajudarem na uniformização das floradas, aumentam a porcentagem de frutos cereja na colheita.
Alguns estudos também mostraram que o uso dos bioestimulantes aumenta o tamanho dos grãos e, consequentemente, melhorar a qualidade da bebida.
Opções
Os bioestimulantes possuem moléculas de menor tamanho e peso, e apresentam seus efeitos em baixíssimas concentrações. Realizam-se diluições na ordem de 1:1000 ou mais, com isso, não há a possibilidade dos efeitos serem associados a uma função de nutrição direta, como dos fertilizantes.
Devido a essa característica, são muito móveis nas plantas, podendo ser aplicados via solo ou foliar.
Atualmente, o mercado possui uma variedade de produtos bioestimulantes de plantas para todo o ciclo de produção do café. Alguns apresentam compatibilidade para serem aplicados conjuntamente com outros produtos, como fungicidas, inseticidas e fertilizantes, assim não onerando além do que já será feito na lavoura.
Custo-benefício
O custo-benefício destes produtos tem se mostrado favorável. Porém, deve-se sempre lembrar que esses produtos não substituem os fertilizantes, mas somente auxiliam, deixando o cafeeiro mais equilibrado nutricionalmente.
Acredita-se que apresentem um efeito cumulativo nas plantas, assim não são produtos com efeitos imediatos, e sim a longo prazo.