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Biond Agro reduz expectativa para safra de soja e milho

Soja apresentará queda na produção de 153,2 milhões para 152,6 milhões de toneladas; milho recua para 118 milhões.

Após análises em diversas regiões do país, estudo do clima e produtividade, a Biond Agro, consultoria especializada em gestão e comercialização de grãos, realizou o quarto corte consecutivo nas perspectivas para a safra de soja e milho 23/24. De acordo com o time de inteligência da empresa, a expectativa de produção da soja caiu de 153,2 milhões para 152,6 milhões de toneladas. Desde a revisão passada o número projetado já demonstrava que o ciclo atual (23/24) não quebrará o recorde de 22/23; as análises mostram o clima adverso como protagonista das reduções, prejudicando bastante as áreas de plantio precoce e/ou plantio realizado entre setembro e outubro.

Créditos: Divulgação

Para o milho, apesar de todas as incertezas que pairam, como a janela de plantio, tecnologia, clima, entre outros, a primeira projeção Biond Agro da safra brasileira (milho inverno e verão) aponta para uma produção de 118 milhões de toneladas, uma baixa frente a safra 22/23, estipulada pela Conab em quase 132 milhões de toneladas.   

“As projeções continuam a apontar para uma redução do potencial produtivo do Brasil, tanto para soja como para o milho. Após percorremos mais de 2.500km no Estado do Mato Grosso e vermos de perto a realidade das lavouras, nós, da Biond Agro, fizemos nosso quarto corte produtivo para acompanhar a piora nos cenários de desenvolvimento das lavouras, somente no MT, nossas projeções apontam para uma perda superior a 20% de produtividade versus o ciclo passado”, comenta Felipe Jordy, coordenador de inteligência e consultoria da Biond Agro.

Comparativo entre safras

A safra 22/23, apesar de contar com uma menor área semeada (44 milhões de hectares frente aos 45,4 milhões deste ano), obteve uma melhor distribuição de chuvas e temperaturas mais amenas durante o desenvolvimento da soja em grande parte do país.

Já os problemas hídricos se concentraram na região sul do Brasil, reduzindo a safra do estado do Rio Grande do Sul em quase oito milhões de toneladas. Além do Brasil, a Argentina também enfrentou problemas com a falta de chuvas, quebrando sua safra em quase metade das estimativas iniciais – número final de 27MM de tons versus a expectativa inicial de 50MM.

Essa situação foi atrelada ao acontecimento do terceiro ano consecutivo do fenômeno La Niña. Em 2023, o Brasil presenciou produtividades recordes em muitas localidades, com uma produção estimada de 155 milhões de toneladas, cravando um recorde histórico para a cultura da soja.

“Nesta safra, o cenário é exatamente o oposto, ou seja, ano sob efeito do fenômeno El Niño forte e cenário de chuvas bastante desiguais sobre o território brasileiro. Tivemos excesso de chuvas no sul do país e na Argentina, enquanto as chuvas no centro norte foram bastante esparsas, somada à altas temperaturas. Isso fez com que o cenário de plantio acontecesse de maneira desigual e as chuvas durante o período de desenvolvimento também. Por conta disso é que hoje as estimativas de produção total estão tão dispersas, indo de 143 milhões a 158 milhões de toneladas”, diz Jordy.

A situação pressiona os preços? 

Os preços não são influenciados apenas pela safra brasileira. As commodities possuem conexão global; o preço é ditado exclusivamente pela oferta e demanda global, logicamente ajustada ao panorama regional.

Para a safra deste ano, apesar da quebra produtiva no Brasil, os preços continuam pressionados, ou seja, continuam em baixa. Esse fator é associado pelo ligeiro conforto na oferta da América do Sul, com a recuperação da Argentina. 

“Fazendo um rápido acompanhamento na produção de soja da América do Sul, o ano passado totalizou uma produção de 192,8 milhões de toneladas (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Neste ano, mesmo com quebra, a produção deverá girar em torno de 216 milhões de toneladas (considerando 153 para o Brasil e 50 para Argentina), dado isso, uma produção maior gera um maior conforto na oferta, que acaba pressionando os preços. É relevante destacar que, predominantemente, o Brasil exporta grãos enquanto a Argentina exporta farelo de soja. No entanto, ao considerarmos que o destino final do grão de soja é o processamento, uma oferta mais robusta na América do Sul contribui para um cenário mais favorável na oferta do complexo soja”, afirma o coordenador.

O que esperar dos preços? 

Diante deste cenário desafiador para a safra de soja brasileira, era esperado um comportamento positivo dos preços, já que um dos maiores players globais de produção do grão estaria passando por dificuldades produtivas.

No entanto, o cenário de melhores produções em outros países, como Argentina e Paraguai, vai trabalhando para contrabalançar as perdas da safra brasileira.

A Argentina vem com expectativas de recuperação da produção frente à safra passada. Produziu 25 milhões de toneladas em 22/23, contra as estimativas de 50 milhões ou mais de toneladas este ano. O Paraguai vem com estimativas próximas a 10 milhões de toneladas e o Rio Grande do Sul se recuperando da quebra do ano passado, com safra superior a 21 milhões de toneladas.

“Dito isso, o controle próximo das margens do negócio e  o planejamento na tomada de decisão se fazem bastante necessários para internalizar a menor quantidade de risco possível e garantir a sustentabilidade econômica do negócio diante deste cenário bastante desafiador, onde há menor produção e preços mais baixos”, finaliza Felipe.

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