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Brasil enfrenta maior e mais longa seca da atual geração de cafeicultores


Carla de Pádua Martins
 

Crédito Fernando Gomes
Crédito Fernando Gomes

Continua a seca no sudeste brasileiro, onde está localizada grande parte da produção brasileira de café. A maior e mais longa seca enfrentada pela atual geração de cafeicultores e agrônomos prejudicou bastante a safra brasileira de café 2014, como é fácil de constatar, e já estendeu sérios danos para a próxima safra 2015, o que ainda é impossível de dimensionar. Somente a partir de janeiro próximo poderemos começar a dimensionar com certa segurança a extensão dos estragos em nossa safra 2015, mas certamente eles não são pequenos.

Nossos cafezais sofrem desde janeiro deste ano, já são dez meses sem chuvas regulares, e ninguém sabe quando teremos chuvas em abundância para repor o histórico déficit hídrico em nossos principais centros de produção.

A Somar Meteorologia, informa hoje em seu boletim diário distribuído para os associados da Associação Comercial de Santos que no início da próxima semana chega uma frente fria trazendo chuva mais espalhada sobre o sudeste, mas ainda assim com baixo volume acumulado. Segundo o informe, os modelos não indicam volumes muito elevados, variando em média entre 10 e 15 mm acumulados no período entre 22 e 26 de outubro, praticamente nada no atual estado das lavouras.

Em nossa opinião, as lideranças da cafeicultura e o governo federal precisam agir com rapidez, trabalhando para a prorrogação imediata de todos os financiamentos dos produtores que venham a vencer nos próximos meses. Só assim eles poderão decidir com calma qual o melhor momento para vender o que resta de sua produção 2014. A seca continua e ninguém pode afirmar quando as chuvas se regularizarão. Depois, os cafeicultores precisarão aguardar para poder dimensionar os estragos na próxima safra 2015. Quem pode adivinhar como serão as chuvas no próximo verão?

Se o clima continuar adverso e não dermos condições para cada cafeicultor, sem pressões de curto prazo, decidir qual o melhor momento para sua venda, corremos o risco de mais uma vez transferir para o exterior boa parte da renda de nossa cafeicultura.

Até o dia 16, os embarques de outubro estavam em 983.052 sacas de café arábica, mais 106.659 sacas de café conillon somando 1.089.711 sacas de café verde, mais 16.687 sacas de café solúvel, totalizando 1.106.398 sacas embarcadas, contra 978.555 sacas no mesmo dia de setembro. Até o dia 16 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 1.536.402 sacas, contra 1.571.246 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque ” ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 17, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 975 pontos ou US$ 12,90 (R$ 31,49) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 10 a R$ 701,17 por saca e sexta-feira, dia 17 a R$ 680,18 por saca. Hoje nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 645 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes

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