A produção brasileira de abacate em 2021 ultrapassou a marca de 300 mil toneladas e o panorama de crescimento de consumo brasileiro também acompanhou a tendência mundial.
Na exportação, no ano de 2023, o volume exportado foi duplicado, chegando à marca de mais de 21 mil toneladas, sendo que o histórico de 2022 atingiu 10,7 mil toneladas.
Nos últimos 10 anos, o abacate passou por uma revolução, saindo de alimento calórico para um superalimento, por seu valor nutricional para a saúde, o que fez aumentar seu valor agregado e, por consequência, a produção brasileira, que elevou a demanda pela fruta.
Hoje, ele é considerado uma das frutas mais saudáveis, pela extensão de benefícios. Jonas Everton Octávio, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Abacates (Abacates do Brasil), conta que nos últimos cinco anos os olhares se voltaram para este mercado, fazendo subir a oferta do produto. “Agora, enfrentamos um período de baixa do valor pago ao produtor, porque temos um volume de produção maior que o consumo. Não que a demanda ou o reconhecimento do abacate tenha caído, mas a oferta está maior que a demanda”, avalia.
Para o especialista, este cenário era esperado, e é até positivo para o consumidor que, tendo preços mais acessíveis nas gôndolas do supermercado, atrai os clientes e até fideliza o consumo, colocando a fruta na lista de compra de mais brasileiros.
Principais países produtores de abacate no mundo
1 – México
2 – Colômbia
3 – Peru
4 – Indonésia
5 – República Dominicana
6 – Quênia
7 – Brasil
8 – Haiti
9 – Vietnã
10 – Chile
E a qualidade?
Para Jonas Octávio, o abacate brasileiro é, sem dúvida, um dos cultivos mais sustentáveis produzidos no mundo. “Nos últimos anos se investiu muito em biofertilizantes, controle fitossanitário por meio de produtos biológicos e controles inteligentes de pragas e doenças”.
A Abacates do Brasil, da qual Jonas é vice-presidente, tem atuado fortemente na difusão de informações sobre como melhorar o cultivo desta fruta em várias regiões do Brasil, com dias de campo, ajudando toda a cadeia e resultando em abacates de alta qualidade, com o menor impacto possível ao meio ambiente.
Sazonalidade
A sazonalidade agrícola está definida por condições climáticas, biológicas e físicas que afetam toda a cadeia produtiva.
No agronegócio, é fundamental ter presente que os fatores sazonais afetam os níveis de disponibilidade e preços do fruto, e que, além dos fatores de sazonalidade local, também devem ser considerados fatores de sazonalidade externos dos países que tenham participação internacional no mercado importador e/ ou exportador.
Da mesma forma, é necessário considerar que os insumos agrícolas também sofrem influência de fatores internos e externos, o que acaba incidindo no negócio agrícola.
Portanto, é de vital importância entender a sazonalidade do abacate e o correspondente impacto potencial sobre sua disponibilidade e preços.
É aconselhável, neste sentido, realizar pesquisas periódicas que permitam detectar antecipadamente as condutas do mercado e suas eventuais alterações nos períodos de oferta e procura.
Confira, a seguir, as condições ideais para cada variedade de abacate:
Desafios enfrentados pelos produtores de abacate
Como toda cultura que tem crescimento expressivo, o abacate enfrenta um momento de desequilíbrio na oferta e demanda. Entretanto, Jonas Octávio acredita que seja apenas uma fase. “Quem é abacaticultor sabe que isso vai passar e teremos um futuro promissor e rentável. Digo sempre que é de extrema importância olhar muito bem os três pilares, que são: custo de produção, qualidade e produtividade, que irão determinar o sucesso do negócio”, pontua.
Impactos na economia brasileira
A produção de abacate emprega muitos trabalhadores, desde o cultivo até o supermercado. “Hoje, praticamente 100% da fruta passa por algum packing house, que emprega ainda mais pessoas na cadeia, além da produção do campo. Mas, é um desafio ter mão de obra qualificada e em quantidade para atender as demandas necessárias”, avalia.
Em relação à economia, o representante da Abacates do Brasil diz que, sem dúvida, o setor agrega, desde a aquisição de insumos, empregos, embalagens no campo, até o packing house, caixas plásticas de mercado ou de papelão, transporte especializado, expositores, degustação em lojas e assim por diante.
Neste momento, apesar da baixa no preço do abacate, ele acredita que haverá um incremento de 30 a 40% no valor negociado, movimentando a economia.
Planos de expansão
Para o futuro, Jonas recomenda aos abacaticultores mais profissionalização, para entregar frutas de qualidade a valores acessíveis ao consumidor, e assim apoiar o varejo. “É igualmente importante informar de forma clara e transparente os benefícios do abacate. Para isso, a associação tem um papel muito importante junto aos seus associados distribuidores, que são o elo junto ao varejo para criar ações de marketing informativo ao consumidor, porque este é nosso verdadeiro cliente. O consumidor deve ser o centro das atenções”, considera.
A Associação Abacates do Brasil possui mídias sociais (@amoabacate) e sites (www.abacatesdobrasil.org.br e www.amoabacate.com.br) com informações e sugestões importantes sobre a fruta.