O Brasil deverá produzir 36,8% a mais nas safras de grãos, em relação ao número da produção atual. Com isso, a produção estimada da safra de grãos 2031/2032 será de 370,5 milhões de toneladas, segundo dados Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pelo Departamento de Estatística, da Universidade de Brasília (UnB).
Analisando os dados do estudo, este crescimento significará em média 2,7% ao ano. Os destaques devem continuar com o milho de segunda safra e a soja. O estado do Mato Grosso vai liderar o crescimento da produção de milho no Brasil nos próximos anos. O estudo ainda mostra que o Estado deve saltar das 41,6 toneladas para 56,9 toneladas, no mesmo período.
As demandas do mercado interno e de exportações, somadas ao aumento da produtividade devem ser o motor para o crescimento da produção. Tanto a tecnologia deverá permitir maior aproveitamento, como a área de plantação de grãos deve crescer na próxima década.
Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada na assessoria do comércio exterior, para atingir as metas o Brasil precisa buscar formas de continuar o desenvolvimento no setor. “São necessários investimentos estruturais e logísticos, além de um compromisso federal com o agronegócio. Sabemos que o setor tem sido o grande responsável pelos bons resultados em nossa balança comercial e para que isso se amplie, necessitamos de cada vez mais investimentos”, afirmou o especialista.
Estima-se que o Brasil exporte 114,9 milhões de toneladas de soja grão (48,9% a mais do que atualmente), e 19,5 milhões de toneladas de soja farelo (9,5% a mais do que o total atual). O milho deve ter um crescimento de 25,2% nas exportações nos próximos dez anos, alcançado 46,3 milhões de toneladas exportadas.
A carne de frango, que viu a produção saltar devido à procura por uma alternativa à carne bovina, também viu as exportações aumentarem esse ano, devido às crises de gripe aviárias na produção dos principais países concorrentes. Para a próxima década, as exportações devem aumentar 26,2%, alcançando 5,8 milhões de toneladas. Já a carne suína, que também teve produção recorde este ano, deve ter as exportações aumentadas em impressionantes 38,9% nos próximos dez anos, alcançando 1,5 milhões de toneladas.
“O compromisso do nosso Estado deve se focar em alcançar bons números e o ano de 2023 será um grande teste para o segmento, principalmente por se tratar de uma nova gestão federal. Porém, o que esperamos é que os resultados que temos acompanhado continuem para que possamos abranger cada vez mais mercados”, completou Pizzamiglio, que também afirmou a importância da ampliação da participação do Brasil em mercados estrangeiros.