Alerta para ervas mais problemáticas
Maria Idaline Pessoa Cavalcanti – Engenheira agrônoma e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – idalinepessoa@hotmail.com
José Celson Braga Fernandes – Engenheiro agrônomo e doutorando em Biocombustíveis – Universidade Federal de Uberlândia (UFU/UFVJM) – celsonbraga@yahoo.com.br
As plantas daninhas têm ocasionado diversos prejuízos em diferentes cenários. A maior preocupação, atualmente, está voltada para o setor agrícola, onde essas plantas competem por nutrientes, água, luz e também servem de hospedeira para patógenos.
As plantas daninhas mais comuns são o azevém, buva e capim-amargoso, que juntas são responsáveis por afetar cerca de 20 milhões de hectares de lavouras brasileiras.
Manejo correto dessas invasoras
O manejo dessas plantas se faz necessário para que possamos alcançar uma produtividade adequada para determinada cultura. No cenário atual temos muitas discussões a respeito do seu manejo, e um dos pontos mais relevantes é a resistência dessa planta a determinados herbicidas (substâncias químicas ou agentes biológicos — micro ou macrorganismos vivos — que matam ou suprimem o crescimento de espécies específicas).
Para introdução destes produtos, são levados anos de pesquisas. bem como um alto investimento que, ao entrar no mercado pode levar poucos anos para a planta apresentar resistência. Tal fato se dá pelo manejo inadequado. Outro ponto relevante está no alto custo para controlar essas plantas – estima-se cerca de R$ 150,00 por hectare.
Seu controle se faz necessário, visto que são plantas que tem certa facilidade para disseminar propágulos. A buva, por exemplo, pode chegar a produzir milhões de sementes em uma única planta. Sua semente, por ser leve, pode ser levada pelo vento a quilômetros de distância, como também pode ser transportada por animais.
Regiões mais afetadas
As plantas daninhas são consideradas indesejadas, pois surgem em meio às culturas agrícolas ou em qualquer lugar, como rios, lagos, represas, entre outros. Assim, onde se tem culturas agrícolas provavelmente terá plantas daninhas.
Em relação à localização de grandes lavouras, é comum o seu surgimento. Vale salientar que, em determinadas regiões onde há uso mais acentuado de herbicidas, concidentemente é comum seu aparecimento, principalmente por meio do mecanismo de resistência. Portanto, o conhecimento agronômico é fundamental para que possamos identificar e sugerir o melhor controle.
Formas de controle
O controle de daninhas pode acontecer por meio de diferentes técnicas, culturas, via produtos químicos, biológicos, de forma mecânica, tratamento de sementes, rotação de culturas e densidade de plantio, o que leva a entender o conceito de um manejo integrado.
Para as plantas buva e o capim-amargoso, é comum a utilização de herbicidas, no entanto, essas plantas têm criado um mecanismo de resistência a alguns produtos, o que dificulta o seu controle. Portanto, outras técnicas podem ser incluídas, como: rotação de cultura, adubação verde, limpeza e manutenção de equipamentos.
Evite erros
Não seguir os princípios básicos da tecnologia de aplicação está entre as principais falhas do produtor rural. É preciso que ele fique atento ao controle na entressafra e realize a aplicação conforme as recomendações dos fabricantes. É importante salientar que temos um canal rico em informação sobre determinados produtos (Agrofit – Ministério da agricultura pecuária e abastecimento).
Logo, para evitar erros no manejo dessas plantas se faz necessário a aplicação dos conhecimentos agronômicos e realizar o levantamento botânico da planta, ou seja, conhecer a planta e assim saber quais medidas deverão ser tomadas para seu controle, afim de não prejudicar a produtividade da lavoura.
Estudos
Em pesquisas realizadas nos últimos anos, temos visto que em áreas onde surgem três plantas de buva por m2 tem-se uma redução de 4,0 sc de soja por hectare. Assim, ao realizar um comparativo de área, nota-se que essas plantas podem ocasionar grandes prejuízos, e seu controle também é considerado elevado.
Produtos disponíveis no mercado, em grande parte são importados, o que pode sofrer modificações nos preços devido à moeda utilizada. Além desses produtos, há mão de obra, equipamentos específicos e conhecimentos técnicos. Portanto, para o controle do capim-amargoso e buva, esses valores podem ultrapassar R$ 150,00/ha.