Estudo coordenado pelo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), apontou incremento de produtividade de 6,9 sacas ha-1 em plantas tratadas com soluções naturais durante as fases de pré e pós florada
Impactada pela bienalidade negativa e também por más condições climáticas, a safra de café 2021 deve registrar uma redução de até 42,8% no volume total colhido – se comparado ao exercício anterior – segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entre as alternativas para reduzir os impactos dessas e outras adversidades enfrentadas pelos produtores, estão os cuidados relacionados ao manejo nutricional no pré e pós florescimento. Isso porque a formação e o enchimento dos grãos impactam diretamente no rendimento do cultivo, assim como na qualidade final da bebida.
Estudo coordenado pelo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), em parceria com a Alltech Crop Science, apontou que o uso de soluções naturais à base de manganês, zinco e extratos vegetais, nas fases de pré e pós-florada, minimizou os efeitos do estresse fisiológico nas plantas. A pesquisa também mostrou melhor condição de desenvolvimento do cafeeiro, com uma maior retenção de frutos, e por final, um maior incremento de produtividade, ao nível de 6,9 sacas/ha de café beneficiado em relação às plantas que não receberam o tratamento.
Conforme explica o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, gerente técnico especializado em HF e café da Alltech Crop Science, apesar dos cuidados serem essenciais durante todas as etapas da cultura, é durante a formação do fruto de café que se determina o rendimento e a uniformidade da colheita, o que impacta diretamente na produtividade dos cultivos e qualidade da bebida.
“Toda fase da cultura é muito importante para que aconteça a formação adequada do fruto e respectivamente do grão. Se a constituição dos componentes que irão dar origem ao grão acontece de forma adequada, seja na formação das suas células ou no acúmulo dos componentes que integram a sua morfologia, nós teremos ao final um benefício que o produtor sempre almeja, que é ter o grão mais uniforme e bem formado – o que reflete não apenas na produtividade, mas na qualidade da bebida do café”, explica.
Revoredo ressalta ainda que, mesmo atendendo todas as demandas e exigências nas fases seguintes, nos aspectos nutricional, hídrico e fitossanitário, é na fase de granação que acontecem as alterações morfológicas para a formação desse grão, exigindo que a planta esteja equilibrada nutricionalmente. Assim sendo, são muito importantes as adubações que foram feitas antes, como também a aplicação de micronutrientes como zinco e cobre, que fazem parte da manutenção da atividade fisiológica e fotossintética da folha, que é responsável pela geração de energia para formação dos tecidos. Já o manganês faz parte da formação dos grãos, então é um elemento muito demandado pela cultura, para que se tenha melhor retenção dos frutos no momento de granação, evitando sua queda em período de estresse fisiológico.
Experimento
O estudo coordenado pela UNIPAM foi realizado na Fazenda Catuaí, em Presidente Olegário (MG). Os produtos utilizados foram o Grain-Set, composto por micronutrientes como manganês e zinco e rico em extratos vegetais, que, quando aplicado na planta, auxilia no melhor direcionamento do fluxo de seiva, fazendo com que ela seja mais eficiente no transporte das suas reservas para a formação dos frutos e dos grãos. Também foi utilizado o Liqui-Plex Bonder, rico em aminoácidos e que tem como principal função de auxiliar na redução doestresse fisiológico da planta para que ela suporte as adversidades ambientais. Além desses, o Liqui-Plex Fruit, apesar de não ter sido utilizado no estudo, é outra solução natural indicada aos produtores pela Alltech Crop Science, para auxiliar na manutenção dos níveis nutricionais da planta, principalmente do zinco, do manganês e do boro nessa fase de formação dos frutos.