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quarta-feira, maio 1, 2024
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Cafeeiro: uso de produtos promotores de equilíbrio fisiológico

Foto: Shutterstock

Luis Augusto Bennemann de Souza
Sócio-diretor – ALAS
labs@alasagri.com

A cafeicultura moderna é marcada por atividades sustentáveis, utilizando-se principalmente de insumos renováveis. A rota metabólica dos vegetais é conhecida por sua importância na defesa a estresses abióticos.

Entre alguns exemplos que encontramos está o uso de ácido jasmônico e ácido salicílico, que induzem a expressão de genes relacionados à defesa da planta. Não obstante, os estresses abióticos vêm se destacando na agricultura atual, em um cenário com constantes intempéries climáticas, necessitando de práticas que minimizem os efeitos da escassez hídrica, visto o impacto na produtividade, além do desenvolvimento do cafeeiro, comprometendo seu desempenho futuro.

Os aminoácidos

As plantas em condições de estresse têm seu crescimento, desenvolvimento, produção de biomassa e produtividade afetadas. Alguns sinais das plantas, como resposta à exposição ao estresse hídrico, podem ser evidenciados pela produção de espécies reativas de oxigênio (EROs).

Entre algumas substâncias que estão relacionadas à defesa química, destacam-se os aminoácidos não proteicos, alcaloides, fenóis, saponinas, lectinas, RIPs (proteínas inativadoras de ribossomos) quitinases, glucanases, flavonoides, inibidores de proteases e alérgenos.

A recomendação dos produtos foliares no “timing” exato é uma condição imprescindível para o sucesso do manejo. A aplicação de aminoácidos para amenizar efeito do déficit hídrico é recomendada de forma preventiva ou sequencial, uma vez que a planta em condições de estresse severo tem o efeito do aminoácido reduzido drasticamente.

Os aminoácidos podem ser levogiros (L) ou dextrógenos (D), sendo apenas os levogiros absorvidos. Para a melhor absorção desses aminoácidos, é preferível que sua estrutura apresente cadeias curtas e não complexadas para facilitar a absorção.

Extratos de algas são ricos em aminoácidos glicina betaína e prolina, fazendo com que o cafeeiro tolere mais o período de seca, auxiliando no ajuste osmótico. A aplicação de aminoácidos promove o aumento do metabolismo de nitrogênio na planta.

As algas marinhas

O uso de bioestimulantes, como as algas marinhas, também auxilia no crescimento, desenvolvimento, além de promover equilíbrio nutricional e regulação hormonal, atenuando o estresse oxidativo.

O uso de produtos à base de algas marinhas pode ser uma alternativa interessante, tanto pelos benefícios para a planta como suas características de obtenção e processamento, como o rápido crescimento, abundância e facilidade em industrialização.

Foto: Shutterstock

No Brasil, os produtos à base de extratos de algas estão enquadrados como fertilizantes organominerais, regulamentados segundo o decreto 4.954. Os extratos de algas são considerados agentes que diminuem o estresse da planta exposta a condições ambientais adversas, aumentando sua tolerância e melhorando a capacidade de recuperação do estresse.

Organomineral

O H-Exal é um fertilizante organomineral proveniente de alga marinha parda, extraído do gênero Laminaria spp, com potencial uso na agricultura pelo seu conteúdo de macro e micronutrientes, além de proteínas, polissacarídeos e aminoácidos.

A Laminária é um gênero de algas castanhas (Phaeophyceae), apresentando mais de 31 espécies. A extração ocorre por fermentação e hidrólise enzimática. Os fertilizantes organominerais promovem o crescimento e desenvolvimento das plantas, além de atuarem no equilíbrio fisiológico das plantas, estimulando o metabolismo secundário das plantas, além da indução de resistência ao estresse. O ajuste ao déficit hídrico por autorregulação pode ser facilitado.

Resultados no cafeeiro

A utilização dos extratos de alga no cafeeiro tem crescido pelos benefícios referentes ao desenvolvimento da cultura. Em experimento realizado em Patrocínio (MG) com a cultivar IPR100, em seu primeiro ano de produção, foram aplicados extratos de alga H-Exal nos seguintes estágios fenológicos do cafeeiro: florada, expansão, granação e maturação, com volume de calda de 350 L ha-1.

As aplicações foram realizadas durante os meses de outubro, dezembro e março. Além disso, também foi realizada a aplicação via solo com 400 L ha-1 de volume de calda, durante o mês de novembro.

Duas aplicações de H-Exal promoveram maiores índices de clorofila A e B na planta. As aplicações de duas e três vezes, com uma aplicação adicional de drench, promoveram maior retenção de frutos na planta.

Além disso, a aplicação de três vezes do extrato de alga com uma adicional de drench produziu média de 47,98 sacas por hectare. O incremento de produtividade respondeu por 11,85 sacas por hectare nas condições de estudo, comparativamente à testemunha.

Respostas

O incremento de produção pelo uso de extratos de algas no cafeeiro pode ser uma estratégia interessante para atenuar prejuízos causadas por condições de estresse, decorrentes da promoção da condição do metabolismo da planta.

A recomendação de extratos de algas pode ser uma alternativa agronômica que auxilia no desenvolvimento e produtividade do cafeeiro de forma sustentável, principalmente quando vivemos em cenários com escassez de fertilizantes e outros insumos, fazendo com que essa classe de extratos de algas vá ganhando mercado.

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