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Cobre é fundamental na lavoura de milho

Na lavoura de milho, o cobre é o aliado essencial que cultiva não apenas plantas vigorosas, mas também colheitas robustas.

Fabio Olivieri de Nobile
Doutor e professor de Fertilidade do Solo – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB)
fabio.nobile@unifeb.edu.br

Letícia Ane Sizuki Nociti Dezem
Doutora e professora de Produção Vegetal – Faculdade São Luís de Jaboticabal
agronomia@saoluis.br 

O cobre desempenha um papel crucial na fotossíntese e reprodução das plantas de milho, assim como em muitas outras, devido à sua função como um micronutriente essencial. O cobre é um componente de diversas enzimas envolvidas em processos metabólicos fundamentais nas plantas, tais como:

Fotossíntese: o cobre está envolvido na fotossíntese, que é o processo pelo qual as plantas convertem a luz solar em energia química (glicose) e oxigênio. O cobre é necessário para a formação adequada da clorofila, o que, por sua vez, permite que as plantas capturem a luz solar de maneira eficiente.

Respiração: o cobre também é essencial para enzimas envolvidas no processo de respiração das plantas. Durante a respiração, as plantas convertem glicose e outros compostos orgânicos em energia, que é usada para alimentar seus processos metabólicos.

Reprodução: o cobre é necessário para a formação e ativação de enzimas envolvidas na síntese de proteínas e no desenvolvimento de estruturas reprodutivas, como flores e grãos de milho. O cobre também está envolvido na regulação do crescimento e divisão celular, que são processos essenciais para o desenvolvimento reprodutivo das plantas.

Metabolismo de compostos nitrogenados: o cobre é necessário para a atividade de enzimas que participam do metabolismo de compostos nitrogenados, como a fixação de nitrogênio e a conversão de nitratos em compostos orgânicos. O nitrogênio é um nutriente essencial para o crescimento das plantas, e o cobre desempenha um papel na sua disponibilidade e utilização pelas plantas.

Fixação biológica de nitrogênio

O cobre está envolvido na fixação de nitrogênio, que é um processo crucial para o desenvolvimento do milho, atuando como um cofator de enzimas envolvidas na conversão do nitrogênio atmosférico (N2) em amônio (NH4), que é um componente fundamental na síntese de proteínas essenciais para o desenvolvimento das plantas.

Quando o cobre é deficiente, a fixação de nitrogênio é prejudicada, o que pode resultar em crescimento deficiente, folhas amareladas e menor produção de grãos de milho devido à falta de nitrogênio disponível para as plantas.

Portanto, o cobre desempenha um papel importante na absorção e utilização eficaz do nitrogênio, afetando diretamente o desenvolvimento e a produtividade do milho.

A presença adequada de cobre na lavoura de milho pode contribuir para a resistência da planta a doenças de várias maneiras:

Ativação de enzimas de defesa: o cobre é essencial para a atividade de várias enzimas envolvidas nas respostas de defesa das plantas. Essas enzimas desempenham um papel importante na produção de compostos químicos tóxicos para patógenos, como fungos e bactérias, tornando a planta mais resistente a infecções.

Fortalecimento da parede celular: o cobre desempenha um papel na formação de lignina, um composto que fortalece a parede celular das plantas. Uma parede celular mais resistente pode atuar como uma barreira física contra a entrada de patógenos, tornando mais difícil para eles invadirem a planta.

Regulação do sistema de defesa: o cobre também desempenha um papel na regulação do sistema de defesa das plantas. Ele está envolvido na sinalização e na ativação de genes relacionados à resistência a doenças. Quando as plantas têm níveis adequados de cobre, são mais capazes de montar respostas de defesa eficazes quando expostas a patógenos.

Redução do estresse oxidativo: o cobre é um componente de enzimas antioxidantes que ajudam a proteger as plantas contra danos causados pelo estresse oxidativo. Quando as plantas estão sob estresse devido a doenças, a presença adequada de cobre pode minimizar os danos celulares e manter a saúde geral da planta.

Sintomas

A deficiência de cobre nas plantas de milho pode ser identificada por vários sinais visuais e sintomas. Dentre os sinais visuais de deficiência de cobre no milho, podemos observar a descoloração das folhas, sendo que as mais jovens podem apresentar uma descoloração pálida ou amarelada, semelhante a sintomas de deficiência de nitrogênio.

Há, ainda, redução do crescimento, com folhas pequenas e redução na altura da planta. As folhas podem apresentar enrolamento para cima, geralmente nas bordas, conhecido como “enrolamento de pontas”.

As plantas podem mostrar sinais de murcha, mesmo quando o solo está úmido. Redução A deficiência de cobre pode resultar em menor produção de grãos de milho.

Correção

Para corrigir a deficiência de cobre nas plantas de milho, os agricultores podem adotar as análises químicas de solo para determinar os níveis de cobre disponíveis. Isso ajudará os agricultores a avaliar se há uma deficiência de cobre e a determinar a quantidade necessária para corrigi-la.

Se a deficiência for confirmada, os agricultores podem aplicar fertilizantes contendo cobre. Isso pode ser feito na forma de sulfato de cobre ou outros fertilizantes de cobre disponíveis no mercado.

Em casos de deficiência aguda, a aplicação de uma solução de sulfato de cobre diretamente nas folhas das plantas (fertilização foliar) pode ser uma abordagem eficaz para fornecer cobre rapidamente.

O pH do solo afeta a disponibilidade de cobre para as plantas. Manter o pH do solo na faixa adequada (geralmente ligeiramente ácido a neutro) pode ajudar a melhorar a absorção de cobre pelas raízes das plantas.

Conhece a lignina?

A lignina é uma substância complexa e rígida que desempenha um papel fundamental na formação das paredes celulares das plantas, contribuindo para a resistência, rigidez e proteção das células vegetais. A importância da lignina na formação de paredes celulares é multifacetada:

Fortalecimento das paredes celulares: a lignina é um componente crucial que endurece as paredes celulares das plantas, conferindo-lhes resistência mecânica. Isso é especialmente importante em plantas como o milho, que crescem verticalmente e precisam de suporte estrutural para suportar seu próprio peso e condições climáticas adversas.

Proteção contra patógenos: as paredes celulares fortalecidas pela lignina oferecem proteção contra a invasão de patógenos, como fungos e bactérias. A lignina atua como uma barreira física que dificulta a entrada desses patógenos nas células vegetais.

Transporte de água: a lignina também é essencial na formação de vasos lenhosos que transportam água e nutrientes nas plantas.

O cobre desempenha um papel importante na biossíntese da lignina e contribui para esse processo na lavoura de milho. Ele atua como um cofator em diversas enzimas envolvidas na produção de compostos fenólicos, que são precursores da lignina.

Sem níveis adequados de cobre, a formação da lignina pode ser prejudicada, resultando em paredes celulares mais fracas e menos resistentes.

Estratégias eficazes

O ponto de partida para qualquer estratégia de fertilização eficaz é a realização de análises químicas de solo.

Esses testes fornecem informações valiosas sobre os níveis de cobre disponível no solo e ajudam os agricultores a determinar se há uma deficiência que precisa ser corrigida. Com base nos resultados, podem ser tomadas decisões informadas sobre a quantidade de cobre a ser aplicada.

Uma vez que a deficiência de cobre tenha sido identificada, a escolha dos fertilizantes adequados é crucial. O sulfato de cobre é uma opção comum, mas existem outras fontes de cobre, como o quelato de cobre, que podem ser utilizadas.

Os agricultores devem selecionar o tipo de fertilizante que melhor se adapte às condições do solo e às necessidades da cultura. A aplicação de cobre deve ser realizada com taxas precisas, com base nas recomendações específicas para a região e o tipo de solo.

Aplicar muito cobre pode resultar em excesso, o que é prejudicial às plantas e ao meio ambiente. Aplicar muito pouco não resolverá a deficiência.

Em casos de deficiência aguda de cobre, a fertilização foliar é uma estratégia eficaz para fornecer cobre rapidamente às plantas. A pulverização de uma solução de sulfato de cobre diretamente nas folhas permite a absorção direta e imediata, corrigindo os sintomas de deficiência.

Dicas

O pH do solo desempenha um papel importante na disponibilidade de cobre para as plantas. Manter o pH do solo dentro da faixa adequada (geralmente ligeiramente ácido a neutro) é fundamental para garantir que o cobre seja absorvido de forma eficiente pelas raízes das plantas.

O monitoramento regular das condições das plantas ao longo da temporada é essencial. Se sintomas de deficiência de cobre, como descoloração das folhas ou crescimento deficiente, forem observados, ações corretivas devem ser tomadas imediatamente.

A prática de rotação de culturas e o manejo adequado da matéria orgânica no solo podem ajudar a reduzir a depleção de nutrientes, incluindo o cobre. Isso contribui para a manutenção dos níveis adequados de cobre no solo.

Orientação é fundamental

Por fim, os agricultores devem sempre consultar agrônomos ou especialistas em cultivo de milho para obter orientações específicas com base nas condições do solo e da região. Esses profissionais podem fornecer recomendações precisas e personalizadas para garantir a nutrição adequada de cobre nas plantas de milho.

Para obter informações sobre inovações mais recentes relacionadas ao uso de cobre na agricultura de milho, os agricultores podem recorrer a fontes como instituições de pesquisa agrícola, assim, como participar de eventos agrícolas.

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