Wladimir Chaga
Presidente da BRANDT do Brasil
Em todo o mundo, as pesquisas relacionadas à agricultura se voltam para soluções sustentáveis que atendam à crescente demanda por alimentos. Estimativas da FAO, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para alimentação e agricultura, indicam que, até 2050, a população mundial deve chegar a 9 bilhões de pessoas e os governos de países em desenvolvimento precisam passar a investir anualmente US$ 44 bilhões em agricultura para alimentar a todos. De acordo com o Quadro Estratégico da FAO para 2022-2031, se faz necessário buscar sistemas agroalimentares cada vez mais eficientes e sustentáveis, a fim de se alcançar uma melhor produção, melhor nutrição, um melhor ambiente e uma vida melhor.
Nesse contexto, a ciência e a tecnologia têm grande importância. Cabem aos engenheiros agrônomos, profissionais essenciais neste mercado, buscarem e implementarem soluções cada vez mais sustentáveis, que promovam aumento de produção e segurança alimentar, mantendo o equilíbrio ambiental. O uso de fertilizantes é um caminho seguro, sustentável e eficiente para prover ao solo os nutrientes necessários para o cultivo de inúmeras culturas. Os diferentes tipos de fertilizantes disponíveis no mercado são capazes de recuperar solos degradados e tornar a terra mais produtiva, aumentando a produção por hectare. Com isso, é possível produzir mais utilizando uma parcela menor de terras, o que contribui para a preservação de matas nativas e para a redução de emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
Vale ressaltar que além do solo, é necessário cuidar das plantas ao longo do crescimento. A nutrição por meio de fertilizantes nas folhas pode melhorar consideravelmente o desenvolvimento das culturas, ampliando o potencial das plantas. Com o uso desses nutrientes, o agricultor pode ter resultados melhores na produção, o que tem impacto positivo no setor e na economia do país.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil é o quarto país que mais utiliza fertilizantes nas lavouras, além de ser o quarto maior produtor de grãos e o segundo maior exportador do mundo. Entre as culturas que mais requerem o uso desses produtos estão a soja, o milho e a cana-de-açúcar. O principal nutriente utilizado pelos produtores brasileiros é o potássio, com 38%, seguido por fósforo, com 33%, e nitrogênio, com 29%. Estima-se que o Brasil seja responsável por alimentar uma em cada oito pessoas em todo o mundo.
Para cumprir a meta de alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050, há muitos desafios a serem superados. Segundo Harold F. Reetz, em seu livro ‘Fertilizantes e seu Uso Eficiente (2016)’, “a extensão pela qual a produção mundial de alimentos depende do uso de fertilizantes irá, inevitavelmente, aumentar no futuro. Sem fertilizantes, o mundo poderia produzir somente cerca da metade dos alimentos básicos, e mais áreas sob florestas teriam que ser convertidas em áreas para a produção com culturas”.
Diante desse cenário, precisamos investir em ciência, tecnologia e inovação, visando ampliar a capacidade agrícola sem impactar negativamente o meio ambiente e a saúde das pessoas. Estamos correndo contra o tempo, mas seguros de que conseguiremos alcançar esse objetivo.