João Roberto dos Santos Junior
Engenheiro agrônomo – Universidade de Várzea Grande (UNIVAG)
joaorsantos2001@hotmail.com
Talita Araújo Trajano
Graduanda em Agronomia – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço (EDUVALE)
talitaaraujo02@gmail.com
Marla Silvia Diamante
Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia – UNESP/Botucatu
marlasdiamante@gmail.com
No campo temos diversos desafios que exigem tomada de decisões que nem sempre são tão fáceis, não é mesmo? Você já deve ter se perguntado ou passado por alguma situação na qual teve problemas com carryover, ou seja, com residual de herbicidas no solo.
A persistência dos herbicidas no solo é sempre maior que o carryover, pois esses produtos podem persistir sem causar efeito tóxico para as plantas, não estando biodisponíveis, como por exemplo, na forma de resíduo ligado, sorvido ou transformado em metabólitos, entre outros.
A persistência dos herbicidas é influenciada pelas características do solo, como a quantidade e o potencial degradador dos microrganismos, umidade, textura, estrutura, porosidade, teor de carbono orgânico, e pH; condições ambientais, como temperatura, umidade relativa e precipitação pluviométrica; do herbicida aplicado, coeficiente de sorção e dessorção, tempo de meia-vida, constante de ionização, dose utilizada, pressão de vapor e solubilidade, e sensibilidade da cultura em sucessão.
Riscos
Alguns ingredientes ativos que apresentação altos riscos de persistirem no solo e causarem injúrias em culturas sensíveis, sendo eles: atrazina, diuron, clorimuron, metsulfuron, nicosulfuron, imazaquin, imazetapir, trifluralina, clomazona e fomesafen.
O residual pode ser evitado tomando medidas básicas, como por exemplo, ler os rótulos dos herbicidas e verificar as recomendações, principalmente em períodos de seca. No rótulo da maioria dos produtos estão descritos os períodos de carência para o plantio de culturas de sucessão. Uma opção é selecionar herbicidas que tenham baixo potencial de fitotoxicidade para cultura subsequente.
Cabe lembrar que sempre se deve respeitar a bula do produto, evitando superdosagem e sobreposição de barras no momento da aplicação. Além disso, ter o conhecimento que as condições da área são favoráveis à persistência dos herbicidas aplicados.
É importante, também, evitar que o plantio seja realizado com culturas sensíveis, ou então fazer um bioensaio, plantando uma pequena quantidade de semente na área e avaliando se o bioensaio apresentou problemas de fitotoxidez de herbicida.
Efeito do residual de herbicidas no solo
No solo, o residual de herbicidas tem um papel fundamental no campo, sendo que o principal é fazer com que a cultura fique livre das plantas daninhas até terminar o período no qual elas interferem na produtividade da cultura.
Entretanto, residuais muito longos têm dois problemas: o primeiro é que ele aumenta a pressão de seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes e, o segundo, é que se este residual for muito longo, podem ocorrer problemas com carryover na próxima cultura.