Harianna Paula Alves de Azevedo
Engenheira agrônoma, doutora em Fitotecnia e professora – Faculdade de Ciências e Tecnologias de Campos Gerais (FACICA)
harianna_tp@hotmail.com
Sistemas de monitoramento climático podem fornecer alertas antecipados sobre eventos climáticos extremos, como tempestades, secas e inundações, permitindo que os agricultores tomem medidas preventivas.
Os dados climáticos ajudam os agricultores a planejar o calendário de plantio e colheita, ajustando suas atividades de acordo com as previsões de condições meteorológicas. Consegue-se fazer uma gestão eficiente dos recursos com o monitoramento da umidade do solo e das condições climáticas permite a aplicação precisa de água, economizando recursos hídricos e melhorando a eficiência da irrigação.
Obtendo informações sobre as condições climáticas podem orientar a aplicação de fertilizantes e pesticidas, evitando desperdícios e reduzindo os impactos ambientais.
O conhecimento antecipado sobre possíveis eventos climáticos adversos permite que os agricultores protejam suas colheitas, reduzindo perdas e danos. O monitoramento das condições climáticas pode prever surtos de pragas e doenças, permitindo uma resposta rápida e eficaz.
Reflexos diretos
Tomar decisões baseadas em dados climáticos pode melhorar o rendimento das culturas e a saúde do solo, aumentando a produtividade. A otimização do uso de recursos e a prevenção de perdas contribuem para a redução dos custos operacionais, aumentando a rentabilidade.
Tecnologias de monitoramento ajudam a identificar tendências e padrões climáticos a longo prazo, permitindo que os agricultores adaptem suas práticas e sistemas agrícolas para enfrentar as mudanças climáticas de forma mais eficaz.
Dados precisos sobre o clima ajudam os agricultores a tomar decisões baseadas em evidências, melhorando a capacidade de adaptação a novas condições climáticas. Além disso, as tecnologias de monitoramento climático podem ser integradas com outras tecnologias de agricultura de precisão, como drones e sensores de solo, para fornecer uma visão holística e detalhada das condições agrícolas.
Dados climáticos podem ser incorporados em plataformas digitais e aplicativos móveis que ajudam os agricultores a gerenciar suas operações de maneira mais eficiente e colaborativa.
Resistência como foco
O plantio de variedades mais resistentes pode desempenhar um papel crucial na adaptação do setor agrícola às mudanças climáticas. Variedades desenvolvidas para suportar períodos prolongados de seca podem continuar a crescer e produzir rendimentos mesmo quando a disponibilidade de água é limitada.
Culturas que são capazes de prosperar em temperaturas elevadas ajudam a diminuir os efeitos das ondas de calor, mantendo a produtividade em ambientes mais quentes. Resistentes a pragas e doenças específicas reduzem a necessidade de pesticidas e ajudam a proteger as colheitas contra surtos, que podem ser exacerbados pelas mudanças climáticas.
Que requerem menos água ou que podem usar a água de maneira mais eficiente ajudam a conservar recursos hídricos. Algumas são capazes de absorver nutrientes do solo de maneira mais eficaz, reduzindo a necessidade de fertilizantes e melhorando a sustentabilidade.
Que podem crescer em solos com altos níveis de salinidade são importantes para áreas onde a salinização do solo é um problema crescente devido à irrigação inadequada ou à intrusão de água salgada. Variedades mais resistentes tendem a ter rendimentos mais estáveis, mesmo sob condições climáticas adversas.
A resistência a fatores bióticos e abióticos reduz as perdas pós-colheita, garantindo que uma maior proporção da produção chegue ao mercado.
Diversificação
Diversificar as atividades agrícolas envolve a produção de várias de culturas e a integração de diferentes tipos de sistemas produtivos, como lavoura, pecuária e floresta. Assim, os agricultores reduzem a dependência de uma única fonte de renda.
Diferentes culturas e sistemas de produção têm muitas sensibilidades às condições climáticas. A diversificação garante que algumas partes da operação agrícola possam resistir melhor a extremos climáticos.
Ter várias fontes de renda provenientes de atividades agrícolas reduz a dependência econômica de um único produto, oferecendo maior estabilidade financeira em tempos de crise climática.
A capacidade de alternar entre culturas ou atividades pecuárias conforme as condições climáticas e de mercado oferece aos agricultores maior flexibilidade e capacidade de adaptação.
Diversificar permite a experimentação e adoção de novas tecnologias e práticas agrícolas, como o uso de variedades de culturas mais resistentes e a implementação de sistemas de agricultura de precisão.
Práticas agrícolas diversificadas são geralmente mais sustentáveis a longo prazo, promovendo a saúde do solo, a conservação de água e a redução da pegada de carbono. A produção de um leque de alimentos melhora a segurança alimentar local, garantindo que haja uma gama de nutrientes disponíveis, mesmo se uma determinada cultura falhar devido às condições climáticas.
Ajuda a garantir um suprimento estável de alimentos ao longo do ano, reduzindo a sazonalidade e as flutuações de oferta e demanda.
Impactos climáticos
As mudanças climáticas têm o potencial de causar impactos econômicos e sociais significativos no setor agrícola e na segurança alimentar global. A necessidade de investir em tecnologias adaptativas, como sistemas de irrigação, variedades de culturas resistentes e medidas de controle de pragas, pode aumentar os custos de produção.
A variabilidade climática pode causar flutuações na produção agrícola, levando a uma maior volatilidade nos mercados de alimentos. Países que dependem da exportação de produtos agrícolas podem ver uma redução nas suas receitas de exportação devido à diminuição da produção agrícola.
Regiões que enfrentam queda na produção local podem se tornar mais dependentes de importações de alimentos, aumentando a vulnerabilidade a preços internacionais e problemas de fornecimento.