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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Como solucionar – Deposição de gotas na aplicação de defensivos agrícolas

Autores

Leandro Bianchi
leandro_bianchii@hotmail.com
Samara Moreira Perissato
samaraperissato@gmail.com
Engenheiros agrônomos, mestres em Produção Vegetal e doutorandos em Agronomia – UNESP/FCA
Roque de Carvalho Dias
roquediasagro@gmail.com
Vitor Muller Anunciato 
vitor.muller@gmail.com
Engenheiros agrônomos, mestres em Proteção de Plantas e doutorandos em Agronomia – UNESP/FCA
Ronaldo Machado Junior
Engenheiro agrônomo, mestre em Fitotecnia e doutorando em Genética e Melhoramento – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
ronaldo.juniior@ufv.br
Crédito Satis

Muitos erros cometidos na aplicação de defensivos agrícolas no campo estão relacionados à quantidade do produto que atinge o alvo de deposição desejado. Esses fatores estão condicionados a um equilíbrio tanto no aspecto de planejamento de uso como operacional.

O aspecto de uso está relacionado às características do produto a ser empregado como formulação, modo de ação, concentração do ingrediente ativo e toxicologia. Já no aspecto operacional, podemos destacar: dose, volume de calda, adição de adjuvantes, tipo e ajuste do equipamento de aplicação, condições climáticas, o próprio alvo e o monitoramento desde a escolha do produto até sua utilização.

Dessa maneira, um dos grandes desafios na agricultura contemporânea é a busca no aumento da quantidade de defensivos que atinge o alvo, entretanto, devido à complexidade e dos diversos fatores que podem influenciar, um dos caminhos é conhecer como cada fator pode atuar na deposição. Entre eles está: arquitetura e morfologia das plantas, volume de aplicação, aspectos físicos da deposição de gotas, condições ambientais de cada microrregião e integrar as diferentes ferramentas, como a escolha do pulverizador, sistema de bicos, pressão de trabalho, entre outros, a fim de se maximizar a deposição. 

Perdas x produtividade

As perdas dentro de um contexto amplo de aplicação são inevitáveis, contudo, podem e devem ser minimizadas, tendo em visto que o manejo de plantas daninhas, pragas e doenças dependem diretamente da eficácia da aplicação.

Em soja, por exemplo, Moura (2015) observou que o controle de ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) pode ser otimizado apenas com a aplicação de fungicidas em horários corretos, gerando um ganho de produtividade de 530 kg ha-1, quando comparado à aplicação logo no começo da manhã com aplicações mais tardias.

Vale ressaltar que as variações relacionadas à qualidade da deposição de gotas na aplicação de defensivos agrícolas refletem também na produtividade, e para cada situação deve-se estudar como esse reflexo pode afetar a produção.

Erros mais frequentes

Os erros mais frequentes que ocorrem nas lavouras podem estar relacionados a alguns aspectos específicos e refletir em uma cascata de equívocos na aplicação de defensivos agrícolas.

Um dos principais aspectos relacionados à aplicação é a deriva, definida como toda aplicação que não atinge o local desejado. Diversos produtores acabam realizando pulverizações com alta velocidade de vento (acima de 10 km h-1), o que, consequentemente, impede a correta deposição da gota.

O uso de gotas muito finas (50 µm), aliado a condições de campo desfavoráveis (20ºC e 80% UR) podem levar cerca de 12,5 segundos para atingir o alvo, ficando suscetíveis a perdas na atmosfera, enquanto em condições favoráveis (30ºC e 50% UR) o tempo é reduzido para 3,5 segundos.

Outros problemas podem ainda estar relacionados à regulagem do pulverizador e à tecnologia de aplicação. Além disso, ressalta-se a necessidade do conhecimento sobre a molécula utilizada para a adequação de como será sua cobertura ou deposição no alvo desejado. Outros equívocos comuns são referentes a escolha errada da dose e volume de calda, além de fatores intrínsecos do alvo, por exemplo, na planta, o estádio fenológico para realizar a aplicação.    

Vale destacar que diante da alta demanda de pulverizações e da extensão de áreas cultivadas, os produtores ficam, em muitas situações, condicionados a realizar aplicações mesmo quando as condições ambientais não são adequadas, caracterizando um problema frequentemente observado.

Soluções

Medidas como a seleção do tamanho de gotas e o volume de calda adequado, regulagem e escolha do pulverizador, aplicação em condições favoráveis, combinadas com o uso correto do produto fitossanitário recomendado segundo a bula, são de grande importância para que o produtor minimize as perdas por deposição em sua lavoura.

Entretanto, não existe solução única – cada caso precisa ser trabalhado de maneira específica para se obter êxito. Muitas pesquisas já foram desenvolvidas para mitigar essa problemática, entretanto, sempre serão necessários novos estudos que auxiliem produtores e engenheiros agrônomos na correta tomada de decisão.

Por exemplo, o tipo de ponta associado ao uso de adjuvantes utilizados no momento da aplicação pode proporcionar maior ou menor deposição da gota no alvo. Em estudo realizado pelo professor Caio Antonio Carbonari, da Unesp de Botucatu, em grama-seda (Cynodon dactylon), comprova que o uso de adjuvantes pode variar em função do tipo de ponta utilizado.

Foi observado que a ponta com jato tipo plano pode obter uma boa deposição, com dois adjuvantes comerciais, entretanto, em ponta de jato tipo cônico, apenas um deles proporcionou melhor deposição.

No campo Assim, fazem-se necessárias pesquisas relacionadas a testes de deposição de gotas no alvo desejado. Um dos mais utilizados em plantas para avaliar a deposição é pela adição do corante azul brilhante na calda de pulverização, quantificado por um espectrofotômetro após a lavagem das plantas e o uso de papel hidrossensível para verificar a classe das gotas.

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