Há 41 anos o Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras é sucesso. Neste ano realizado de 27 a 30 de outubro na cidade mineira de Poços de Caldas, o tema do evento foi “Com mais tecnologia, o melhor café se aprecia“, e definiu bem os assuntos tratados na ocasião.
José Braz Matiello, coordenador do evento, ficou satisfeito com os resultados. “Tivemos um público de qualidade,de aproximadamente 600 participantes, entre consultores, técnicos de cooperativas, pesquisadores e um público que realmente pesquisa e aplica tecnologia em suas lavouras.O congresso tem por objetivo ser de efeito prático“, define.
Neste ano, 16 empresas participaram do evento, levando aos visitantes os mais recentes resultados obtidos por meio de trabalhos de pesquisa e inovações no manejo e preparo do café, visando promover a transferência de tecnologias, a troca de conhecimentos e treinamentos para aumento da competitividade, melhoria da qualidade do produto e sustentabilidade do setor.
Trabalhos
Dos muitos trabalhos apresentados, Matiello conta que se surpreendeu com aqueles de aplicação prática, além da evolução constatada em termos de variedadese colheita mecânica. “Na poda tivemos uma grande inovação. Isso porque a produção dos brotos é muito onerosa, e foi introduzida a poda mecânica, mostrando que é melhor para a produção. Na parte de variedades houve o lançamento de um material de conilon resistente, algo inédito, e uma variedade clonal também resistente à seca, ferrugem e bicho mineiro, as quais já podem ser adotadas comercialmente pelos produtores“, orgulha-se.
Ele destacou no melhoramento genético do cafeeiro os materiais Arara, Guara, Japi e Casa Branca, seleções mais vigorosas e que suportam melhor o estresse mecânico e climático, comoa seca, por serem mais robustos, resistentes, produtivos e apresentaremmais vigor. São materiais que não exigem tantos cuidados, como os outros, e são indicados para praticamente todas as regiões“, informa Matiello.
A transferência de tecnologia sempre esteve na linha de frente da atuação da Procafé, de acordo com o seu presidente, José Edgard Pinto Paiva. Para ele, “a Fundação assumiu o desafio de capacitar o produtor para adotar soluções tecnológicas, reduzir custos e obter mais lucratividade. Percebemos que a satisfação de quem desenvolve uma tecnologia é que ela faça parte não apenas do seu currÃculo acadêmico, mas que seja amplamente utilizada”, expõe José Edgard.