De 01 a 03 de julho a Cool Seed realizou em Franca (SP) a sua convenção de vendas para a Divisão de Negócios Café e efetuou o lançamento de novos secadores de 50.000 e 110.000 litros que utiliza um revolucionário conceito denominado Múltipla Intermitência.
De acordo com o engenheiro Francisco Ayala Barreto, diretor executivo da Cool Seed, trata-se da segunda onda de inovação na secagem da cafeicultura brasileira promovida pela empresa, após mais de 10 anos de pesquisa e desenvolvimento.
A primeira onda adveio com o secador de Bandejas ” SBJ como alternativa aos terreiros, para produtos de baixa fluidez e apoio aos secadores convencionais. Isto é, estes equipamentos foram projetados para receber o café das colhedoras e secar para umidades intermediárias (25 a 30% b.u. ou, se necessário até a umidade final). Estes secadores já estão consolidados e em plena operação em diversas unidades produtoras do Brasil.
A respeito do assunto, Edio Paul, responsável pelo setor de desenvolvimento de novos produtos e pesquisas da Cool Seed, comenta que: “Conseguimos desenvolver um equipamento com dimensões corretas que atendem o processo de secagem de um café com baixa fluidez. O SBJ é um equipamento que oferece condições de movimentar produtos de baixa fluidez e ao mesmo tempo distribuir uniformemente o fluxo de ar de secagem na massa de grãos. Seu objetivo inicial era o café, mas atualmente outras culturas já são atendidas“.
O SBJ está disponível em dimensões muito variáveis (2.500 a 25.000 litros), levando em consideração a vazão unitária e temperatura do ar, altura da massa de grãos, distribuição uniforme de ar e condição de revolvimento do café. A principal vantagem do equipamento é a possibilidade do manejo do grão, diferente dos demais processos.
“Há cinco anos o SBJ é comercializado, tendo começado por um produtor no Norte do Paraná, passando depois para Franca, sendo instalada a Vitrine Tecnológica de 75.000 litros na Fazenda Aleluia, com produção anual de 20 a 25 mil sacas por ano. Após os testes finais, a produção passou a ter foco industrial, e então desenvolvemos novos sistemas de transporte de produtos de baixa fluidez, com resultados surpreendentes, como elementos auxiliares aos SBJ´s“, relata.
De acordo com o diretor executivo, “a segunda onda de inovação representada pela chegada dos Secadores de Múltipla Intermitência ” SMI (sistema inventado e patenteado pela Cool Seed) vem substituir os secadores convencionais desenvolvidos no século passado e resolver os conhecidos problemas, como: secagem de baixa eficiência, baixa qualidade e lenta, com excessiva emissão de pó, capacidade limitada e outros. Estes novos secadores têm como finalidade receber o café dos Secadores de Bandeja e concluir a secagem até a umidade de armazenagem“.
Trata-se de um sistema único no mundo, desenvolvido para secagem de produtos nobres, que apresentem boa fluidez. Proporciona qualidade de secagem, com rapidez e alta eficiência energética. Permite a regulagem do tempo de exposição do produto ao ar de secagem, possibilitando, assim, maior flexibilidade operacional no que tange aos níveis de temperatura do ar de secagem.
O incrÃvel crescimento da mecanização da cafeicultura brasileira vem exigindo do setor de pós-colheita novos e revolucionários sistemas, tanto para atender os requisitos de eficiência, qualidade e respeito ao meio ambiente quanto grandes volumes industriais. A Cool Seed, atenta a estas necessidades, vem proporcionar, por meio do seu corpo de engenharia, criativo e ágil, seguramente o maior avanço das últimas décadas na secagem de café.
Fontes de ar de secagem
UTA ” Unidade de Tratamento de Ar: a Cool Seed inovou mais uma vez ao desenvolver este excepcional equipamento que proporciona ar de secagem desumidificado e levemente aquecido, Ã base de energia elétrica. “É um ar que pode chegar a até 60ºC, com umidade relativa muito baixa. Analisando as propriedades de entrada (ar de secagem) e saÃda de ar (que passou pela massa de grãos), percebe-se que a capacidade de arraste de água de uma máquina dessa é melhor, com resultados positivos na secagem, tanto no que tange a eficiência energética como a qualidade“, esclarece o especialista Edio Paul.
Fogo Indireto ” FOR: em virtude das limitações de suprimento de alimentação elétrica em diversas fazendas produtoras de café, a Cool Seed desenvolveu, como alternativa à UTA e aos sistemas atualmente existentes no mercado, um intercambiador de fogo indireto, de altÃssima eficiência em virtude da sua grande área de troca de energia, que pode utilizar como fonte de energia a lenha, cascas de produtos, etc. Permite modular a vazão, com bom sistema de controle de temperatura, para salto térmico de mais de 80°C (variação entre a temperatura ambiente e a temperatura de ar na saÃda do equipamento). São produzidos em diversos modelos, podendo atender capacidades de até 250.000 litros em uma única instalação.
O evento
O Encontro Técnico Comercial reuniu todos os representantes comerciais da Divisão de Negócios Café para apresentar e promover as novidades tecnológicas desenvolvidas pela empresa, para que os mesmos pudessem passar para seus clientes.
“Além das questões comerciais tratadas neste tipo de encontro, apresentamos à nossa equipe de vendas as novas tendências, equipamentos, características técnicas, operacionais e treinamento para o correto dimensionamento e aplicação. Fizemos o lançamento dos Secadores de Múltipla Intermitência SMI, os quais vêm para substituir o sistema rotativo, que já está ultrapassado e sem possibilidades de modernização. O produtor terá a oportunidade de experimentar essa nova tecnologia visando velocidade maior de secagem, com elevada qualidade, podendo dobrar ou até triplicar a secagem do seu café. Esses secadores serão direcionados primeiramente para os médios e grandes produtores. Estamos falando de um único secador atingir 110 mil litros de café. Para esse volume, seriam necessários de oito a nove secadores rotativos. A seca desse volume total leva de 25 a 30 horas“, informa Reinaldo Spongoski Júnior, gerente comercial da Cool Seed.
O próximo passo será disponibilizar estas tecnologias aos pequenos produtores, claro, respeitando a capacidade de investimentos e volume de produção deles.
O primeiro Secador de Múltipla Intermitência modelo SMI 40 será instalado na vitrine tecnológica da Fazenda Aleluia, em Franca, para operação na safra 2018, e em breve o equipamento estará disponível para todos os demais clientes. A solução visa complementar outros equipamentos e evitar o acúmulo de grãos, o uso do terreiro e também que o café passe pelos secadores rotativos.
Porteira adentro
A Convenção da Cool Seed aconteceu na Fazenda Aleluia, de propriedade do produtor Ismael Nogueira Rodrigues Alves. “Há quatro anos, quando montamos o SBJ no local, o Ismael acreditou no conceito, e por isso hoje é um importante parceiro nosso no desenvolvimento de produtos. Tudo o que a Cool Seed lança em máquinas para café, primeiro é montado na fazenda dele, onde são feitos todos os testes, e depois liberamos para o mercado. Ismael é um cliente que está sempre em busca de novas tecnologias e tendências, e por isso está na vanguarda, buscando melhorar seu produto“, elogia Mário Domingos, supervisor comercial da Divisão de Negócios Café da Cool Seed.
“Temos, inclusive, um equipamento que consegue receber café cereja com 60% de umidade diretamente da árvore, e secá-lo com qualidade total. Atualmente, trabalhamos fortemente nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, mas estamos entrando também nos países vizinhos. Na Divisão Café, a Cool Seed tem oito representantes“, informa Mário Domingos.
Além de 340 hectares café, Ismael Nogueira também produz hortaliças minimamente processadas, lavadas, esterilizadas e embaladas. Por ano são 14 mil sacas de café, com bianualidade muito acentuada. “Em um ano produzimos 24 a 26 mil sacas e em outro, cinco a seis mil sacas. Sou a terceira geração de produtor de café da família, que está no ramo desde 1944, quando meu avô adquiriu a Fazenda Aleluia, depois meu pai comprou a parte dos irmãos dele, e passou em seguida para mim e meus oito irmãos, dos quais também adquiri, e hoje, após mais de 70 anos continua nas mãos da família“, detalha.
Ismael iniciou sua parceria com a Cool Seed em 2014, e desde então ele sugere melhorias nos sistemas implantados em sua propriedade, inicialmente em condição de experimento. “Após a consolidação do equipamento, nós adotamos e eu pago por ele. A empresa é muito séria e consciente – não promete o que não pode cumprir, o que me dá segurança para trabalhar“, elogia.
A qualidade do café de Ismael é referência, condicionada pela condição da região também, que é muito favorável. Atualmente, 90% do seu café é exportado com a marca Aleluia Café Brasil. Ele está iniciando agora no segmento de cafés especiais, de alta pontuação, para degustação de bebidas finas. O restante da produção é comercializadain natura, com diferencial de preço pela qualidade que adquiriu nos últimos anos.
Carinho pelo que faz
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Todo o processo da Fazenda Aleluia se resume em qualidade. Nutrição, fitossanidade, colheita, tudo no momento certo. “Na pós-colheita, o incremento que a Cool Seed trouxe é grande, acredito que seis pontos de qualidade ou mais. O café, para ser especial, precisa ter mais de 80 pontos. Abaixo disso chamamos de café gourmet. Com a SMI minha expectativa é eliminar definitivamente qualquer manuseio de café em terreirão. Já com a SBJ nós praticamente eliminamos o uso de terreirão no café cereja“, revela o produtor.
Ainda segundo ele, do meio da colheita em diante, quando a demanda de colheita supera a capacidade de seca, ainda tem uma passagem do café pelo terreirão. Mas, a expectativa, com o SMI, é dar um fluxo de trabalho na colheita que permita fazer uma operação projetada para a estrutura de 30 mil sacas sem que nenhum grão de café passe pelo terreirão.
Isso vai encurtar a janela de colheita e melhorar a qualidade do café como um todo. “O volume de café fino em 2016 já foi surpreendentemente bom – colhi 24.800 sacas, das quais 16.800 ficaram acima de 80 pontos. Queremos melhorar ainda mais a perspectiva de preço por lote no dia da comercialização“ justifica Ismael.
Tecnologia a toda prova
A inovação tecnológica por que passa a cafeicultura está acontecendo em alta velocidade, especialmente na mecanização e varrição, o que originou um gargalo muito sério na cafeicultura brasileira como um todo.
“Passamos a ter uma janela de colheita muito curta, com alto volume colhido em pouco tempo. As estruturas de todas as fazendas estavam com o gargalo para essa colheita, e até o advento de um secador que pudesse receber o café cereja direto da lavoura era muito difícil solucionar o problema, o que agora já conseguimos resolver com qualidade de pós-colheita“, suspira Ismael, aliviado.
Segundo o produtor, atualmente o café está em uma fase que exige agregar valor para ser competitivo. Por isso, a Cool Seed oferece projetos para cada cliente, de acordo com a sua produção, exceto o SMI, que é destinado aos médios e grandes produtores.
Parceria
Na convenção da Cool Seed esteve presente a revenda Sami Máquinas, parceira por meio da LS Tractor, além dos engenheiros, supervisores de montagem, gerente e supervisor comercial, diretor de negócios e o próprio diretor executivo, entre outros.
Mário Domingos explica que o Grupo Sami Máquinas é concessionário Cool Seed e um grande parceiro na comercialização dos equipamentos.Sami El Jurdi, diretor do Grupo Sami, conta que seu Grupo compreende duas concessionárias: Sami Máquinas (concessionária Yahmar e Jacto) e Arábica Tratores (concessionária LS Tractor e Cool Seed).
“A parceria da Arábica Tratores com a Cool Seed começou há cerca de um ano. Começamos porque vimos na Cool Seed uma empresa séria, de alta tecnologia e ciente dos seus compromissos com os produtores, que é o foco do nosso produto. A aceitação dos produtos Cool Seed na região está muito boa. Conseguimos colocar o equipamento em algumas fazendas já tradicionais e notamos que os clientes confiam na solidez da empresa, que tem um equipamento realmente eficiente na secagem do grão“, relata.
Segundo o empresário, o SBJ é inovador no que diz respeito a tudo o que existia de secagem e movimentação. “O sistema é estático, muito eficiente, a secagem é melhor e não causa danos ao café“, avalia.
Resultado dos trabalhos
A convenção foi também a oportunidade para a equipe da Cool Seed avaliar os erros e os acertos do passado e discutir o futuro da secagem do café. “Esse é o momento em que debatemos toda a estrutura do mercado, dos novos produtos que estão sendo lançados e estamos cogitando o futuro da parte de secagem e as inovações que o mercado está exigindo. Cada vez mais o produto e o mercado prezam por qualidade“, revela Roberto Bortolotto, diretor de negócios da Cool Seed.
O diretor executivo Francisco Ayala Barreto finaliza afirmando que: “A base do sucesso da Cool Seed está, além da efervescência de inovação da sua equipe de engenharia, excelente corpo de gerentes e colaboradores, nas parcerias com universidades do Brasil e exterior, assim como na prática dos preceitos éticos empresariais sólidos que se refletem no respeito aos clientes, meio ambiente e inserção na comunidade por meio de importantes trabalhos de cunho social. Temos visão de longo prazo e todas as nossas ações estão norteadas por um cuidadoso planejamento estratégico. Acreditamos no que é certo, na verdade, acreditamos nas pessoas, nas empresas e no Brasil“, finaliza.