19.8 C
Uberlândia
quinta-feira, dezembro 5, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosFlorestasDesrama de árvores na produção de madeira para serraria: Inimiga ou aliada?

Desrama de árvores na produção de madeira para serraria: Inimiga ou aliada?

 

Eduardo Stehling

Biólogo da Bela Vista Florestal

 

Floresta plantada - Crédito Bela Vista Florestal
Floresta plantada – Crédito Bela Vista Florestal

Quando o assunto é produzir madeira para serraria, independente da espécie cultivada, é inevitável que em algum momento apareça a recomendação: “Tem que fazer desrama“.

A desrama, ou poda de galhos, até hoje é um assunto tão controverso e enigmático que, dependendo do tom que for utilizado para sugerí-la, pode entusiasmar ou afastar o produtor interessado. O objetivo deste texto é ajudar a desmistificar a operação de desrama e ajudar os produtores que tem interesse em produzir madeira para serraria.

O primeiro passo

Precisa-se fazer a desrama. Mas e agora? E se eu não podar? Quanto eu tiro? Quando eu tiro? Onde eu corto? Preciso passar alguma coisa? Até que altura? Até qual idade? O que faço com os galhos? Cortei demais? Estas são apenas algumas dúvidas que rondam os produtores de madeira, que quando associadas com a falta de conhecimento técnico sobre o manejo das diversas espécies, normalmente terminam em prejuízos para o silvicultor iniciante.

Como produtor, me iniciei nesta atividade há oito anos e passei pelas mesmas dúvidas na cultura do cedro australiano, trabalhando inicialmente no material seminal. Hoje, com o advento dos clones, a desrama ficou muito simplificada na cultura. A fim de compartilhar o que aprendi e ajudar a formar o bom senso do produtor em relação a esta operação, começaremos do básico.

A madeira

Normalmente, na produção de madeira para serraria, a parte mais nobre do tronco é destinada à produção de pranchas. O valor agregado na madeira serrada é maior se esta não apresentar nós, que nada mais são do que parte de galhos mortos que foram englobados durante o crescimento diamétrico da planta.

Os nós, em decomposição ou não, se desprendem facilmente na seção da tábua, deixando furos. Isso ocorre devido ao revestimento de casca morta do galho, que também é englobado. Nós causados por galhos mortos são muito comuns na madeira de pinus, consequentemente usada para caixotaria.

Então é preciso que fique claro – são os galhos mortos que causam os nós, e não os vivos, sendo prioritário tirá-los. Galhos vivos aumentam o volume de copa das árvores, influenciando diretamente na sua produtividade e, consequentemente, o incremento diamétrico abaixo deles.

Com maior volume de folhas, mais área fotossintética, mais transpiração na planta e mais raízes, será maior o transporte de nutrientes e o diâmetro do tronco. Simples assim.

Quase todas as espécies de árvores produzem galhos em sua arquitetura, e para uma boa saúde das plantas devemos aceitá-los como aliados, e não inimigos. Enquanto o galho ainda está vivo, existe madeira sendo formada onde ele está inserido.

  

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro da revista Campo & Negócios Floresta. Clique aqui e adquira já a sua.

ARTIGOS RELACIONADOS

Novas ameaças de pragas ao eucalipto

Pedro Guilherme Lemes Engenheiro florestal, doutor em Entomologia e professor de Entomologia Florestal - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pedroglemes@hotmail.com José Cola Zanuncio Engenheiro florestal, PhD em...

STIHL apresenta novos produtos na Agrishow 2017

A feira, considerada uma das mais importantes do segmento de tecnologias agrícolas, acontece de 1º a 5 de maio, em Ribeirão Preto (SP) A STIHL,...

Alerta – Apple stem pitting vírus, ou vírus das caneluras da macieira

  Osmar Nickel osmar.nickel@embrapa.br Thor V. M. Fajardo thor.fajardo@embrapa.br Pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho Repetidamente, empresas filiadas à ABPM, exportadoras de maçã, deparam-se com problemas burocráticos impostos pelos...

Tubixaba tuxaua – Tem nematoide passando despercebido

Juliana Aparecida Homiak Nematologista, mestre em Agronomia e proprietária da empresa NematSolution julianahomiak@hotmail.com   Em 1980, no oeste do Paraná, mais precisamente na cidade de Marechal Cândido Rondon,...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!