De acordo com a hEDGEpoint Global Markets, espera-se que as regiões registrem, respectivamente, um acréscimo de 4,5M e 1,7M scs na produção brasileira. No caso do conilon, uma queda de 1,45 milhão de sacas na produção no Espírito Santo não é completamente compensada por um aumento em Rondônia e Bahia, resultando em uma redução de 500 mil sacas no número final.
“Os números de exportação permanecem inalterados, uma vez que já estávamos trabalhando com o limite superior das estimativas. Do lado da demanda, ajustes recentes já acomodaram uma recuperação no consumo interno de arábica”, diz Natalia Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint Global Markets.
“O ajuste nos números do Brasil alivia um pouco o balanço de 23/24, apesar de ainda apontar para um ano de restrições. O balanço global de arábica passa de +0,64 milhões de sacas para +1,64 milhões de sacas, enquanto o balanço de robusta passa de -4,16 milhões de sacas para -3,16 milhões de sacas”, explica.
Como destacado pela hEDGEpoint Global Markets no relatório anterior, os preços CIF do arábica atingiram os níveis mais baixos em três anos. No lado do robusta, os preços permanecem estáveis, em particular o robusta do Vietnã e da Indonésia.
“O conilon brasileiro registrou uma queda de 8% em relação ao ano anterior, enquanto o robusta da Indonésia teve um aumento de 63% e o do Vietnã de 43%. O conilon ficou mais barato em comparação com outras origens, sustentando assim uma perspectiva de aumento das exportações”, explica.
A União Europeia e os EUA voltaram a comprar conilon brasileiro, enquanto a Colômbia começa a reduzir a dependência. Com a redução das diferenças nos preços, a variedade brasileira tornou-se mais viável em comparação com outras origens de robusta.
A analista explica que, no entanto, apesar da recuperação inicial, ainda há espaço para crescimento. A Europa já importou o dobro do volume mensal atual (cerca de 50-60 mil sacas) nos últimos meses, mas com potencial de expansão até o final de 2023.
“Em resumo, os ajustes nas estimativas de produção de café do Brasil influenciaram os balanços globais totais tanto para o arábica quanto para o robusta. Embora desafios persistam, o mercado tem demonstrado sinais de recuperação e potencial de expansão – especialmente no caso do conilon”, diz.
De acordo com a analista, os preços permanecem na mesma faixa de consolidação, enquanto o mercado aguarda os primeiros sinais em relação à safra 24/25 no Brasil.
Atualmente, as previsões indicam que os níveis de chuva serão ligeiramente superiores ao normal até o final de agosto em algumas regiões – Sul da Bahia (até 600% acima do normal até 22 de agosto), Paraná (até 200% do normal), e algumas áreas da Zona da Mata (até 150% do normal). No entanto, a visão imediata para a produção é mais otimista, o que limita aumentos de preços.
A íntegra do relatório está disponível aqui.