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Efeito fisioativador – Adubos complexados com algas

Fabio Olivieri de Nobile

Doutor e professor de Fertilidade do Solo e Adubação de Culturas – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB)

fabio.nobile@unifeb.edu.br

Crédito Shutterstock

A falta ou quantidade insuficiente de nutrientes na solução do solo debilita e atrasa o desenvolvimento das plantas, que passam a apresentar sintomas de deficiência nutricional. A recomendação para que isto não afete a produtividade das lavouras é, antes da implantação da cultura, realizar amostragem de solo e a aplicação de fertilizantes na semeadura ou na implantação da cultura, sendo ainda a melhor alternativa.

Com o avanço da tecnologia na fabricação foram criados os fertilizantes complexados, que se fundamentam na premissa de que as folhas das plantas podem absorver nutrientes que estão em sua superfície. Para isso, o nutriente entra no citoplasma, atravessa toda a cutícula foliar, a parede celular e a plasmalema, processos que podem ser facilitados pelo uso de complexos em sua formulação, além de auxiliar no transporte do nutriente.

Entretanto, muito se tem falado da adição de algas marinhas em fertilizantes minerais acarretando efeito fisioativador, responsável por proporcionar às plantas estímulos de crescimento vegetativo e defesa contra patógenos.

Diversos estudos têm apontado o potencial de uso dos extratos de algas para incrementar o desenvolvimento vegetal (estímulos de crescimento vegetativo e defesa contra patógenos), algumas vezes com consequentes aumentos na produção; principalmente nas culturas do café, soja, milho, feijão, tomate, melão, uva, melancia, manga, mamão, folhosas, batata e, ultimamente, tem-se estudado muito na produção de mudas, cana-de-açúcar e pastagens.

Na parede celular das algas são encontrados polissacarídeos complexos, os quais podem apresentar diferentes formas de atividade biológica, como aumentar as respostas de defesa das plantas. Portanto, por meio da aplicação de adubos complexados com algas é possível observar um fenômeno denominado efeito fisioativador, responsável por proporcionar às plantas estímulos de crescimento vegetativo e defesa contra patógenos.

 

Pesquisas

As algas reduzem a infestação por nematoides – Crédito Luize Hess

Pesquisadores franceses descreveram a eficiência do controle de patógenos pelo uso de extrato de algas marinhas ao observarem um carboidrato encontrado no extrato (denominado laminarina), capaz de ativar respostas de defesa da planta, induzindo o sistema de respostas de defesa, tal como a expressão de genes (CHIT1b, CHIT4c, GLU1, PIN, LOX, PAL), que são responsáveis pela síntese de enzimas (quitinase e glucanase) e outros compostos (enzimas, fitoalexinas) que têm propriedade antimicrobiana.

Em pesquisa realizada em Florianópolis (SC) foi verificado que, após a aplicação de um produto à base de Ulva spp. (concentração de 50%), houve redução no número de pústulas de ferrugem (Uromyces appendiculatus) por cm2 em 76,7%; 67,0% e 63,5% na folha primária, primeiro trifólio e segundo trifólio dos feijoeiros, respectivamente (Martins, 2006). Contudo, os componentes de produção das plantas de feijão não foram avaliados neste estudo.

A utilização de extrato de algas em plantas pode ocasionar ainda a redução da infestação por nematoides. A aplicação de um extrato comercial à base de Ascophyllum nodosum em solo diminuiu significativamente o número de indivíduos do segundo estádio juvenil de Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita (Wu et al., 2008). A aplicação do extrato de outra alga marinha, Ecklonia maxima, no solo, também reduziu a infestação por Meloidogyne incognita (Crouch; Van Staden, 1993).

 

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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