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Mercados mundiais: Mais promissores quando o assunto é café

Autor

Rodrigo Vieira da SilvaEngenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano – campus Morrinhosrodrigo.silva@ifgoiano.edu.br

Foto: Shutterstock

Atualmente, o Brasil representa o maior mercado mundial de café, com uma fatia de 15% do volume total de café no mundo

O cafeeiro constitui um dos principais produtos agrícolas do mercado internacional. Este é cultivado em cerca de 80 países, em quatro dos cincos continentes do planeta. O Brasil se destaca por deter o status de maior produtor e exportador mundial desta comodity e por participar com um terço da oferta global de café. Desde 2018, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos no consumo, ocupando a primeira posição entre os maiores consumidores.

A cultura assume um papel de grande importância na geração de empregos e divisas para o País. A safra 2018/19 de café foi de aproximadamente 51 milhões de sacas de 60 kg. Para 2020, em função da bienalidade do cafeeiro, espera-se que ultrapasse 60 milhões de sacas, segundo a Conab.

Além da quantidade, o Brasil vem se destacando pela excelente qualidade de seus cafés, que tem conquistado diversos prêmios e alcançado valor diferenciado no mercado internacional. Além da importância econômica, a cafeicultura assume um papel importante na geração de emprego para o País, sendo responsável por cerca de 9,0 milhões de empregos diretos e indiretos.

Panorama mundial

Em relação ao panorama mundial sobre o consumo de café, nas últimas décadas verifica-se que a velocidade de crescimento passou de 1,3% ao ano, em 1970, para 2,5% ao ano, na primeira década do século XXI.

Esse movimento pode ser explicado, em parte, pela crescente aceitação do produto pelos consumidores dos países que tradicionalmente consumiam pouco café. A projeção 2019/20 é que o aumento do consumo mundial de café seja da ordem de 3,5%.

Analisando individualmente, verifica-se que esta demanda aumente de forma mais pronunciada em regiões emergentes do planeta, que não são aquelas grandes importadoras do produto, a exemplo de países dos continentes Africanos, Asiáticos e da Oceania. Segundo a Organização Internacional do Café OIC), para estes países a estimativa é de que o aumento seja ainda maior, numa taxa superior a 4% ao ano.

Ainda conforme dados da OIC, os principais países produtores de café a nível mundial e seus respectivos continentes são:

1. Brasil -|América do Sul;

2. Vietnã – Ásia;

3. Colômbia – América do Sul;

4. Indonésia – Ásia/Oceania;

5. Etiópia – África;

6. Honduras – América Central;

7. Índia – Ásia;

8. Uganda – África;

9. México – América do Norte;

10. Peru – América do Sul.

Oportunidades

Apesar do grande crescimento no consumo de café dos países Africanos, Asiáticos e da Oceania, o último levantamento realizado pela empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International ratifica as oportunidades em mercados tradicionais de café ao redor do mundo.

O estudo apresenta uma visão global do consumo de café e identifica cinco países com maior potencial no setor pela ordem: Brasil, Estados Unidos, Indonésia, Alemanha e Japão.

Brasil

O País desenvolve o maior programa mundial de pesquisas em café, o Programa Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Essa rede integrada de pesquisa é possível graças ao Consórcio Pesquisa Café, que reúne dezenas de instituições brasileiras de pesquisa, ensino e extensão, estrategicamente localizadas nas principais regiões produtoras do País.

Atualmente, o Brasil representa o maior mercado mundial de café, com uma fatia de 15% do volume total de café no mundo. O consumo de café tem obtido um crescimento constante, com taxas de crescimento acima da média mundial.

Mesmo que o café tradicional, torrado e moído ainda domine o mercado nacional, a projeção para os próximos anos é o crescimento dos cafés em cápsulas e os especiais com certificados de origem geográfica. Enquanto que a taxa de crescimento de consumo de café no Brasil cresce a 3,5%, os de cafés especiais cresce à taxa de 15% ao ano.

Estados Unidos

O país apresenta um mercado de café mais consolidado, porém, com taxas de crescimento abaixo da média mundial de consumo. O crescimento concentra-se apenas no setor de ‘foodservice’, representado principalmente por cafeterias e restaurantes.

Devido às preocupações constantes sobre sustentabilidade, preço e qualidade, as cápsulas de café superaram os grãos e se tornaram o segundo formato de café mais proeminente no país.

O futuro do café norte-americano depende de ofertas premium e convenientes, em que as cafeterias e lojas especializadas são os principais impulsionadores desse mercado.

Indonésia

Mesmo apresentando um consumo anual de café inferior a 800 mil toneladas, o café na Indonésia ocupa uma posição de destaque cada vez mais relevante para os consumidores, que procuram reproduzir em casa a experiência do ‘Foodservice’.

A urbanização crescente e os estilos de vida mais exigentes estão levando os consumidores a optarem por produtos convenientes e, na indústria de café da Indonésia, isso se traduz em um aumento na demanda pelo café instantâneo.

Alemanha

O consumo de café na Alemanha é considerado bem distribuído, apresentando oportunidades para inovação e novas marcas. Certificação de origem geográfica e sustentabilidade são fatores cruciais entre os consumidores deste país na tomada de decisão de compra do café.

Japão

Segundo estimativas, o consumo de café pelos japoneses deverá ser duas vezes maior que o consumo de chá até 2022. O tipo de café em grão é o mais consumido, representando 32% do volume total de vendas em 2018. Todavia, a procura por cápsulas certamente irá reduzir o ritmo de crescimento devido ao espaço limitado nos lares japoneses em áreas urbanas.

Diferentemente do que ocorre na maioria dos grupos de produtos alimentícios, o mercado de café, de maneira positiva, passou por diferentes ciclos de reinvenção. As chamadas “ondas do café”, pelas quais o produto passou em cada mercado, são pautadas pelo nível de desenvolvimento econômico, aprendizado e respeito às especificidades do produto pelos consumidores, profissionalização e inovação da categoria, além da busca por produtos diferenciados que atendam à necessidade de diferentes nichos do mercado mundial.

Tendências

O consumo mundial de café ainda continua em franca expansão, em que há novos mercados para serem explorados, tanto no Brasil quanto no mundo. A função nutracêutica do café, ou seja, um produto que além da função alimentícia contribui para um impacto positivo na saúde das pessoas, tem colocado o café em destaque entre os alimentos.

Os consumidores do terceiro milênio estão buscando por um produto de melhor qualidade, mais natural e produzido de maneira mais sustentável, com menos impacto ambiental. Neste cenário, os cafés especiais em grãos, com certificado de origem geográfica, produzidos com boas práticas agrícolas, preferencialmente orgânicos, apresentam grande potencial de crescimento em seu consumo nos próximos anos.

Esse cenário coloca o Brasil novamente em posição de destaque, uma vez que possui plenas condições de produzir em grandes quantidades todos estes tipos de cafés, em função de sua diversidade de climas, altitudes e tipos de solo, além de alta tecnologia no setor cafeeiro.

Os principais países produtores de café a nível mundial e seus respectivos continentes são:

1. Brasil -|América do Sul;

2. Vietnã – Ásia;

3. Colômbia – América do Sul;

4. Indonésia – Ásia/Oceania;

5. Etiópia – África;

6. Honduras – América Central;

7. Índia – Ásia;

8. Uganda – África;

9. México – América do Norte;

10. Peru – América do Sul.

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