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Em ano de estiagem, produtores aumentam em 13% o volume de leite comercializado

Estudo feito pela SIA Brasil com quase 70 produtores também mostrou que elevação do faturamento destas propriedades cresceu 46% em um ano

Créditos: Pixabay

Mesmo em tempos de crise no setor leiteiro, há espaço para crescimento de produção e no faturamento das propriedades leiteiras. Estudo feito pela SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios com 68 produtores atendidos pela consultoria no Rio Grande do Sul em 2021 e 2022, mostrou que o volume de leite comercializado por estes produtores aumentou na faixa de 13% e este aumento veio com a melhoraria a qualidade do leite comercializado, com redução de 19% na Contagem Bacteriana Total (CBT).

Conforme o gerente Técnico da SIA, Armindo Barth Neto, o que se observou é que este aumento de produção não foi à base de aumento de alimentação fornecida no cocho, o que é esperado em anos de estiagem, que acabam elevando o custo e criando na maioria das vezes um ganho ilusório. “O que vimos é que estes produtores não aumentaram a quantidade de ração fornecida e o fornecimento de silagem inclusive reduziu em 9%. Eles melhoraram o manejo das pastagens e a disponibilidade de pasto ao longo do ano. Produzir pasto o ano todo o ano e colher bem a forragem produzida, com o bom manejo mesmo com a restrição hídrica, conseguem resistir a estas intempéries, mantendo baixo o custo de produção”, destaca.

O estudo da consultoria mostrou também que o rebanho leiteiro médio destas propriedades saltou de 21 para 24 vacas na análise destes produtores, um ganho de 12%, quando no mesmo período se viu muitos produtores reduzindo o rebanho pelos problemas de estiagem. Destes 68 produtores, somados estes 13% de aumento na produção com aumento no preço recebido pelo leite na casa de 26%, estes produtores aumentaram 42% no faturamento no ano.

Barth Neto ressalta que se pegar os Top 10 da lista, neste grupo o aumento na comercialização do leite foi na casa de 46%, com o número de vacas em lactação aumentou de 24 para 30 vacas. “Houve melhoria na qualidade do leite reduzindo a CBT em 40%, CCS em 10%. E quando olhamos para silagem e ração os números se mantiveram praticamente os mesmos. Estes produtores conseguiram gerenciar o manejo das pastagens, montar um planejamento forrageiro para não faltar ao longo do ano e conseguiram colher excelentes frutos”, reforça.

Neste grupo, conforme o estudo, o faturamento saltou 96%. “Estes produtores saíram de R$ 265 mil para R$ 519 mil ao ano. Este aumento não foi puxado simplesmente pelo valor do leite recebido, que para estes foi de 34%. Casando esses 46% no aumento da comercialização com os 34% do valor, representou um faturamento na casa de 96% maior comparando 2021 e 2022”, salienta o gerente Técnico da SIA.

Para Barth Neto, fica claro que mesmo em momentos difíceis, os que têm acesso à tecnologia, com uma boa orientação técnica, conseguem crescer mesmo em tempos de crise. “Muitas vezes o sistema a pasto é considerado de baixa tecnologia. Mas o conhecimento evoluiu muito e eles podem ser utilizados como uma alta tecnologia, usando conhecimento da ciência e quando isso é aplicado no campo, conseguem aumentar a produção, trabalhar com um custo mais barato e tendo um aumento considerável da rentabilidade”, ressalta.

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