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Ervas aromáticas e sua biodiversidade

Devido à grande biodiversidade dessas ervas em território brasileiro, o país se destaca por ser o terceiro maior exportador mundial de óleos essenciais, apresentando uma ampla gama de espécies exóticas e de grande potencialidade para cultivo, o que eleva o Brasil a um patamar muito promissor quanto a sua participação no mercado de exportação de ervas aromáticas e medicinais.

Endy Lopes KailerEngenheira agrônoma e mestranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)endy.kailer@ufv.br

Pedro Henrique Gonçalves Pereira de SouzaNutricionista e mestrando em Ciência da Nutrição – UFVpedro.h.souza@ufv.br

Ervas aromáticas – Crédito: Calusne Farms

Durante a pandemia do Covid-19, passar mais tempo em casa se tornou algo cotidiano na rotina de milhões de pessoas. Isso fez com que muitos desses indivíduos desenvolvessem os mais variados hobbies, entre eles o cultivo de ervas aromáticas, como o alecrim, coentro, agrião, cebolinha, salsa, erva-cidreira, hortelã, gengibre, manjericão, orégano, entre outros.

Essas plantas, geralmente de pequeno porte, possuem grande destaque nutricional e de funcionalidade. Estudos mostram que a utilização destas ervas como tempero induziu a redução do consumo de sal pela população. Além disso, o seu papel na prevenção de doenças neuro-degenerativas, cancro, diabetes e doenças cardiovasculares também merece destaque.

Excelentes fontes de minerais, como cálcio, fósforo, potássio e ferro, além de fibras, vitaminas e fito-químicos, as ervas aromáticas atuam como antioxidantes e bactericidas naturais. Além disso, são grandes fornecedores de óleos essenciais, que se destacam por seu perfume aliado a propriedades antimicrobianas, antifúngicas, antiparasitárias, antioxidantes e até mesmo inseticidas.

Crescimento do setor

Devido à grande biodiversidade dessas ervas em território brasileiro, o país se destaca por ser o terceiro maior exportador mundial de óleos essenciais, apresentando uma ampla gama de espécies exóticas e de grande potencialidade para cultivo, o que eleva o Brasil a um patamar muito promissor quanto a sua participação no mercado de exportação de ervas aromáticas e medicinais.

Nos últimos dez anos, a venda de ervas como o agrião, salsinha, coentro e cebolinha cresceu de forma exponencial, mostrando aumentos que variam de 225 a 420% em comparação aos anos anteriores.

Por onde começar

Uma das etapas mais importantes do cultivo de ervas aromáticas consiste na obtenção de sementes e mudas de qualidade, livres de patógenos e contaminantes. Assim, ervas aromáticas devem ser cultivadas preferencialmente em sistema orgânico de produção, evitando áreas contaminadas por agrotóxicos, metais pesados e resíduos químicos indesejáveis.

Além disso, é de suma importância que haja uma fonte de água de boa qualidade disponível para a irrigação ao longo de todo o cultivo das plantas e uma boa exposição solar. É importante que se evite o cultivo em áreas próximas a lavouras tratadas com agrotóxicos, escoamento de esgoto, resíduos agroindustriais e locais de circulação de animais domésticos, visando diminuir as chances de que haja contaminação das ervas produzidas.

Ervas aromáticas se desenvolvem melhor em solos férteis e aerados, sendo a escolha do substrato ainda mais importante na fase de produção das mudas. É recomendado que se faça o preparo de sementeiras, de onde as mudas serão posteriormente transplantadas para o seu local de cultivo.

Um dos substratos mais adequados para a produção de mudas de ervas aromáticas consiste de uma mistura de solo, areia e composto orgânico, na proporção de três partes de solo, duas de areia e uma de composto orgânico curtido. É importante que antes da semeadura o substrato para a produção de mudas seja exposto ao sol, de preferência coberto por plástico transparente, visando evitar a propagação de plantas daninhas, pragas e patógenos.

Preparo das sementes

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As sementeiras podem ser preparadas em forma de canteiros ou preferencialmente com o uso de bandejas plásticas, localizadas em áreas onde o sol não incida diretamente sobre as plantas na maior parte do dia.

É ideal que se distribua de duas a três sementes por célula, cobertas por substrato e irrigadas diariamente. O preparo das mudas também pode ser feito por meio de propagação vegetativa, utilizando estacas de plantas sadias e produtivas. Para a seleção de estacas com maior sucesso propagativo, é importante que essas possuam de três a quatro gemas e sejam retiradas de partes entre o meio e o ápice da planta. As estacas devem ser introduzidas no substrato e irrigadas até que enraízem e se desenvolvam.

Transplantio das mudas

O solo para onde as mudas serão transplantadas deve ser preparado com cautela, principalmente para cultivos comerciais, onde uma amostra representativa do solo deve ser submetida a uma análise química, que será um bom norteador para uma adubação que garanta a boa uniformidade entre as plantas produzidas.

Além disso, é importante que fontes orgânicas sejam utilizadas para a adubação, preferencialmente produzidas na própria propriedade pela compostagem de alimentos, esterco e/ou restos culturais disponíveis na área.

O uso de adubos químicos e agrotóxicos deve ser evitado, uma vez que estes podem ser poderosas fontes de contaminação que podem alterar as propriedades sensoriais das ervas produzidas.

O pH ideal para o cultivo de ervas aromáticas se encontra na faixa entre 6,0 e 6,5, podendo ser corrigido pela aplicação de calcário, quando necessário. Vale ressaltar que a adição de compostos orgânicos e húmus ao solo tem se mostrado uma excelente estratégia para a melhora de suas características físicas e químicas.

Próxima etapa

Os canteiros onde as ervas serão cultivadas devem possuir cerca de 1,0 -1,5 m de largura, com um espaçamento sugerido de 20 – 35 cm entre plantas (dependendo do porte da planta) e de 30 – 40 cm entre sulcos, com um comprimento variável.

Sempre que possível, é recomendado o uso de cobertura morta, de forma a evitar a proliferação de plantas daninhas e garantir uma boa retenção da umidade. A escolha do regime de irrigação deve ser efetuada baseada nas necessidades da planta a ser cultivada e do regime de chuvas da região, com grande destaque para o uso de aspersores e fitas gotejadoras.

Para garantir um melhor acúmulo dos princípios ativos e aromáticos das plantas, é recomendado que a irrigação seja suspensa três dias antes da colheita.

Controle fitossanitário

Quando se trata do controle de plantas invasoras, pragas e doenças, o cultivo consorciado com diferentes espécies na mesma área tem demonstrado excelentes resultados, assim como a rotação de culturas.

Entretanto, a melhor forma de se evitar a propagação de plantas daninhas e patógenos está na prevenção, enfatizando a importância do monitoramento diário da área. Quando plantas doentes e/ou atacadas forem encontradas, estas devem ser removidas imediatamente, assim como plantas invasoras que por ventura apareçam na área.

Pesticidas naturais, como o óleo de nim (Azadirachta indica) e de pimenta-do-reino, além de armadilhas comportamentais, também são boas opções para o controle de pragas, evitando o risco de contaminação apresentado por agrotóxicos convencionais que tendem a alterar propriedades importantes dessas plantas.

Não se engane

Além do uso indiscriminado de agrotóxicos tradicionais, um dos erros mais comuns no cultivo de ervas aromáticas é a monocultura, prática que pode favorecer o ataque de pragas e doenças.

A consorciação com diferentes plantas tem se mostrado uma prática efetiva, desde que as espécies consorciadas não apresentem efeitos negativos ao cultivo das demais. Um bom exemplo de efeito negativo em plantas vizinhas é encontrado no cultivo de losna, devido a sua produção de absintina, substância conhecida por atrapalhar o desenvolvimento de outras ervas aromáticas e medicinais.

Em contrapartida, plantas como a manjerona são capazes de estimular a produção de compostos ativos, como óleos essenciais, em outras ervas, quando cultivadas na mesma área. Assim, é muito importante que se conheça a interação entre as plantas a serem cultivadas na mesma área, dando preferência a plantas companheiras, como o cravo, alecrim, sálvia, entre outras.

Colheita

Por fim, a determinação do momento da colheita vai depender fortemente da espécie cultivada e da parte da planta em que se tem interesse. Quando as folhas são a parte de interesse, essas devem colhidas antes do florescimento, visando garantir a melhor qualidade de seus componentes, enquanto as raízes devem ser colhidas quando a planta atinge a fase adulta.

É importante que a colheita seja feita nas horas mais frescas do dia, visando evitar perdas por desidratação, devendo ocorrer preferencialmente em um dia seco.

Conheça os detalhes do cultivo de aromáticas

Paula Almeida Nascimento Doutoranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)paula.alna@yahoo.com.br

As plantas medicinais, aromáticas e condimentares se diferenciam de acordo com sua finalidade e seu uso principal. O que diferencia uma finalidade da outra (medicinal, aromática ou condimentar), de modo geral, é seu uso principal. No entanto, existem plantas que podem ser utilizadas para as três finalidades, a exemplo do capim-santo (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, 2017).

Plantas medicinais: são utilizadas em prevenção, alívio ou cura de doenças. Os usos são variados, desde chás caseiros até preparações farmacêuticas mais elaboradas, como pomadas e cremes. São produzidas em escala comercial para atender ao mercado de fitoterápicos. Exemplos de ervas medicinais são: camomila, verbena, erva-cidreira.

Plantas aromáticas: são espécies produtoras de óleos essenciais, a exemplo do eucalipto, da citronela, lavanda, alecrim e da menta. O óleo essencial é utilizado pela indústria para aromatizar cosméticos, produtos de higiene e de limpeza, bem como para realçar o sabor em bebidas, alimentos e na composição de alguns medicamentos.

Plantas condimentares: são utilizadas para dar sabor, aroma e cor aos alimentos, tanto na culinária caseira como na indústria. Podem ser plantas com aromas bem característicos e conhecidos, como a pimenta-do-reino, ou quase sem aroma, mas facilmente perceptíveis devido à coloração que conferem aos alimentos, a exemplo do urucum. Exemplos de ervas condimentares são salsa e coentro.

Segmento rentável

O mercado de produtos gastronômicos movimenta milhões de dólares e cresce a cada ano. O Brasil tem condições de produzir grandes quantidades de plantas aromáticas, condimentares e medicinais, porque apresenta solos e climas favoráveis para cultivo.

Assim, nessas atividades estão envolvidos muitos pequenos proprietários rurais. Muitas ervas podem ser cultivadas em estufas com irrigação, adubação e controle de pragas e doenças. Além disso, são espécies de cultivo fácil e as primeiras folhas já estão prontas para serem colhidas a cada 15 ou 25 dias depois do plantio.

Manejo

Para plantar as ervas é preciso solo poroso, bem drenado e arejado. A adubação orgânica é indicada, como o uso de húmus de minhoca e esterco bovino incorporado à terra. As pragas e doenças devem ser combatidas com produtos naturais. Todos os dias devem ser irrigadas para garantir o desenvolvimento das mudas. Algumas plantas necessitam de horas diárias de sol para o crescimento.

As ervas condimentares e aromáticas são apreciadas como complementos essenciais na realização de receitas, dando um toque especial e realçando o aroma e os sabor dos alimentos. A utilização de ervas no preparo de pratos tem o objetivo de deixá-los mais atraentes e reduzir a adição de sal, já que o tempero será proveniente das ervas, deixando o prato mais saudável.

As ervas podem ser utilizadas na alimentação na sua forma fresca ou seca desidratada.

Exportação

O Brasil produz plantas condimentares, aromáticas e medicinais para consumo do mercado interno e também importa de outros países, assim, há um grande espaço para ampliar a produção nacional dessas espécies.

A região nordeste se destaca na produção de ervas condimentares aromáticas. As plantas são de fácil cultivo, ciclo curto, grande rentabilidade por área cultivada e podem ser cultivadas em pequenas áreas, além de ser uma fonte alternativa de renda para pequenos proprietários. O mercado de produtos gastronômicos movimenta milhões de dólares e se expande muito rápido.

A atividade com plantas medicinais, condimentares e aromáticas cresceu nos últimos anos. Alguns fatores contribuem para esse crescimento, como a preocupação com a saúde e a segurança alimentar, elevando a demanda por produtos naturais e frescos; oferta de cursos de formação em gastronomia e culinária; incentivo dos programas de televisão sobre culinária; e as redes sociais promovem divulgação de informações sobre alimentação saudável.

Além disso, as empresas, visando esse mercado consumidor, estão investindo em produtos com qualidade e frescor. O principal consumidor de ervas aromáticas frescas são os restaurantes, principalmente os especializados em culinária, que elaboram receitas de pratos finos.

Nos supermercados as ervas se encontram in natura, ou desidratas, moídas embaladas em sacos plásticos ou em potes padronizados com informações nutricionais. Nos supermercados as ervas mais vendidas são orégano, erva-doce, salsa, manjericão, coentro, cebolinha e outras.

Orégano

As folhas frescas são muito aromáticas e imprimem um sabor fresco aos pratos. São usadas como tempero tanto frescas quanto desidratadas, podendo ir a altas temperaturas, indicada para pratos assados, assim como massas, molhos e pratos com queijo.

þ Uso culinário: de sabor forte e aromático, o orégano combina bem com tomate fresco, com molhos à base de tomate, especialmente em pizzas. Pode ser usado em omeletes, assados, pratos com queijo, caldos de verduras, em carnes, peixes e aves.

þ Uso terapêutico: possui princípios ativos que estimulam as funções gástricas e biliares, tratando a dispepsia, arrotos, enjoos, flatulências e estomatites (inflamações na boca). Além disso, é diurético, expectorante e ameniza problemas menstruais. Tem poder antisséptico: limpa o organismo. Estimula o funcionamento dos órgãos sexuais e tem suas propriedades anti-inflamatórias ativadas por meio de compressas feitas com folhas frescas.

Tomilho

A planta possui longos ramos e folhas bem pequenas. Assim como o orégano, aceita altas temperaturas e harmoniza bem com qualquer tipo de carne e pratos confitados.

þ Uso culinário: aromatiza carnes e guisados, tempera alimentos cozidos no vinho, patês, molhos e pães. Acentua os sabores em peixes e frangos, quando usado moderadamente. Salienta o sabor de manteigas e tempera bem queijos. Excelente tempero de carnes, principalmente as mais gordurosas, pois ajuda a fazer a digestão.

þ Uso terapêutico: digestivo, antisséptico, cicatrizante, vermífugo e estimulante. O chá de tomilho é indicado no tratamento de tosse, resfriados e gripes. Também ajuda na digestão e dor de cabeça. É bom companheiro nos períodos de ressaca.

Cebolinha-de-cheiro

Contém vitaminas A e C e minerais como potássio, cálcio e fósforo. Tem propriedades antioxidantes; ajuda na digestão e melhora a circulação sanguínea.

þ Uso culinário: sendo condimentar, sua importância reside no fato de acrescentar ou realçar o sabor dos alimentos. As folhas são aproveitadas como condimento em saladas, verduras, legumes, tortas, queijos, molhos, carnes, omeletes e vários outros pratos com ovos. Podem ainda ser salpicadas em sopas, batatas assadas, purê de batata ou servidas cruas na decoração de pratos.

þ Uso terapêutico: a cebolinha é digestiva e diurética, auxiliando no tratamento da hipertensão. É ótima para ser utilizada em dieta de emagrecimento, porque cada 100 g de cebolinha contém apenas 31 calorias.

Endro dill

Essa erva afasta gastrite, refluxo e cólicas intestinais. A planta possui aroma picante e fresco, sendo bastante utilizada no preparo de conservas. O endro combina com peixes leves e também de sabores marcantes, a exemplo do salmão. A erva também pode ser manipulada para o preparo de saladas de batata e ainda para manteigas aromatizadas.

Usos: pode-se optar pelas sementes secas, que devem ser adicionadas sempre no começo da cocção para liberar o aroma, ou pelas folhas frescas. A picância do dill cai bem para marinar pescados, aromatizar molhos e dar potência a conservas de peixes e legumes, picles, vinagres e maioneses. O condimento também é bem-vindo para acompanhar queijo e pães.

Benefícios nutricionais: aposte no endro se quiser diminuir cólicas estomacais e intestinais.

Alecrim

Erva de sabor e aroma marcantes, é rica em substâncias como ácidos orgânicos, cânfora e taninos, além de seu óleo essencial ser utilizado para ativar a circulação sanguínea. Na alimentação, o alecrim combina com batata inglesa, batata roxa e abóbora cabotiá assada. Frango, peixes e carne de porco em geral também são ótimos pedidos para serem apreciados com o toque da erva.

þ Uso culinário: muito usado como tempero, realçando o sabor em certos pratos e tem importante papel na digestão dos alimentos. As folhas frescas ou secas podem ser utilizadas em molhos de tomate, pratos de saladas cruas e nos cereais. É essencial ao se temperar carne de suínos. Como chá, o alecrim tem sabor um pouco amargo, quando quente. Apresenta ação fortificante e aquecedora sobre todo o organismo. Também ativa as funções do pâncreas e estimula a circulação.

þ Uso terapêutico: tem propriedades cicatrizantes de feridas e úlceras, ação antimicrobiana, antiespasmódica e estimulante do couro cabeludo em aplicações locais. Possui ação estimulante do sistema digestivo contra gases intestinais e tem propriedade diurética.

Coentro

    O condimento tem uso tradicional em pratos culinários do Norte e Nordeste, em que realça o sabor das receitas. Além disso, é uma erva muito presente na culinária mexicana e espanhola. A planta inteira tem propriedades medicinais ao auxiliar a digestão e eliminar gases intestinais e estomacais.

þ Uso culinário: muito conhecido na cozinha brasileira, em especial do Norte e Nordeste, o coentro tem aroma especial que combina muito com frutos do mar na forma de marinados e caldos de peixes. As sementes de coentro são usadas em molho de tomate e salsichas, tortas de maçã, sopas e pratos e hortaliças. As folhas são usadas nas saladas, molhos, sopas e outros pratos quentes. O caule da planta é utilizado para cozinhar feijão e sopas. As raízes são consomidas frescas, como se fossem hortaliças.

þ Uso terapêutico: na medicina caseira, suas sementes são utilizadas na cura de diversos males. Muitas pessoas mastigam a semente após refeições pesadas. A infusão é boa para o estômago. O chá combate febres e dores em geral, além de picadas de cobra. As sementes moídas e trituradas, adicionadas à coalhada, acabam com a disenteria. Em cosmética e perfumaria, o óleo essencial é utilizado na composição de vários cremes para o rosto e o corpo e em vários tipos de sachês.

Erva-doce

A erva doce ajuda a reduzir os gases, o inchaço e melhora a digestão. É uma espécie de herbácea aromática comestível utilizada na culinária, em perfumaria e como aromatizante de bebida.

þ Uso culinário: a erva-doce tem bulbo longo e carnudo, que é a parte comestível, e folhas delicadas utilizadas no preparo de molhos, sopas e saladas. Usa-se a semente inteira ou esmagada em pães, bolos, tortas e molhos de maçã, cremes e patês. Junta-se ao queijo, cremes, conservas, cremes com leite e ovos e na água de cozinhar mariscos. Adicionar as folhas a saladas de fruta com figos, tâmaras e castanhas.

þ Uso terapêutico: ajuda na digestão, antiespasmódico e no alívio de chiados.

Hortelã

A erva aromática possui um sabor refrescante, harmonizando com batatas, saladas, quibe, tabule e carne de cordeiro. A hortelã também serve na aromatização de balas e garante frescor em sucos, como o de abacaxi, e em sobremesas servidas geladas, como mousses.

þ Uso culinário: aromática e perfumada, a hortelã é básica na cozinha árabe, tanto no preparo de pratos típicos quanto na decoração. Também é muito usada no preparo de chás, assados e grelhados em geral. Enriquece sobremesas e pode ser usada em molhos, carnes, legumes, saladas, sopas e refrescos.

þ Uso terapêutico: o chá de hortelã é indicado no tratamento de gripes e má digestão. O gargarejo alivia dores de garganta e picadas de insetos. É estimulante, antiespasmódica, diurética e antitérmica. Combate tosses rebeldes, asma e cólicas de origem nervosa. A “hortelã pimenta”, a mais valorizada de todas da família, é ótima contra sinusite, dores de cabeça e gripes. Exerce ação tônica e estimulante sobre o aparelho digestivo, além de propriedades antissépticas e ligeiramente anestésicas. É bom contra dores de cabeça e dores musculares. Nas dores abdominais, tomar um copo de leite aquecido com algumas folhas de hortelã. Ligeiramente vermífugo (áscaris e oxiúros) e calmante. Bom chá contra gripes e resfriados. Combate cólicas e gases, aumenta a produção e circulação da bílis. Favorece expulsão dos catarros e impede a formação de mais muco. Sua infusão é indicada nas gripes e resfriados.

Louro

 A folha de louro, além de aromática, proporciona sabor especial às refeições e é popular entre os brasileiros. Pode ser utilizada para temperar caldos e preparos quentes. Em geral, é utilizado principalmente para cozinhar feijão, mas também dá um sabor especial no arroz e até em cozidos de mandioca e no preparo de purês.

þ Uso culinário: tempera carnes suínas; sopas de verduras, lentilhas e ervilhas; frango grelhado; berinjela; feijão e feijoada; peixe cozido e assado; camarão ao molho. Misturar folhas em ramos de cheiros nas sopas e molhos. Retirar as folhas antes de servir. Cozinhar em leite, pois aromatiza cremes de leite, ovos e pudins de arroz. O louro é melhor seco do que fresco. É usado em inúmeros pratos, peixes, carnes vermelhas e feijões.

þ Uso terapêutico: de propriedades medicinais, seu uso alivia cólicas menstruais, atua contra cansaço e auxilia no tratamento de hemorroidas, reumatismo e contusões. Em infusão, ajuda na digestão e estimula o apetite.

Manjericão-grande

Com sabor e aroma intensos, o manjericão é uma ótima sugestão para fazer toda a diferença na receita e garantir um perfume especial nos pratos. A erva é utilizada, principalmente, no preparo de molhos e pratos à base de queijo.

þ Uso culinário: usar as folhas trituradas com óleo e adicionar a pratos cozidos. Seu aroma intenso e penetrante completa o do alho. Usa-se no molho em muitos pratos mediterrâneos. Aromatiza vinagres com vários sabores. Dá sabor aos ensopados de carnes, peixes, frangos e saladas. Tempera bem carnes assadas e aromatiza vinagres. Reforça o sabor de sopas e carnes. É considerado rico tempero da cozinha italiana.

þ Uso terapêutico: como planta medicinal, o manjericão combate vômitos, cólicas intestinais e diarreias; ativa os órgãos sexuais, a menstruação e combate a esterilidade. Age sobre o aparelho urinário, ativando os rins e aliviando o ardor à micção. Atua nos estados gripais, aliviando tosses, bronquite e rouquidão. Usa-se o chá de folhas de manjericão em gargarejo aliviando dores de garganta; em bochechos, ajuda a cicatrizar aftas; o chá é diurético, tônico e antisséptico.

Mostarda

       A mostarda é uma planta cuja semente é principalmente utilizada na preparação de condimentos para carnes, legumes e saladas, e que possui sabor intenso e picante. Além das sementes, as folhas da mostarda também podem ser consumidas, já que também são ricas em compostos sulfurados, cálcio, zinco, potássio, vitamina E e vitamina K.

Além disso, por ser rica em fibras, comer folhas de mostarda ajuda a aliviar o intestino preso, mas também é ótimo para ajudar a baixar o colesterol e prevenir doenças degenerativas, por causa do seu alto conteúdo de antioxidantes.

þ Uso culinário: é muito utilizada na preparação de picles, na comida alemã (salsichas), sanduíches e chucrute.

þ Uso terapêutico: na medicina popular suas sementes ativam a circulação e eliminam os inchaços das pernas.

Salsa

A planta preferida dos brasileiros tem ciclo bianual. Contém vitaminas A, B3 e C e bioflavonoides. Apresenta também cálcio e potássio. Alivia os sintomas da bronquite, asma, cólicas menstruais e cistite e auxilia no tratamento de reumatismo.

þ Uso culinário: a salsa é tradicionalmente usada na cozinha como condimento. Ornamenta pratos, principalmente de peixes. Assim, serve de tempero para sopas, saladas, carnes e legumes.

þ  Uso terapêutico: é diurética, estimulante e depurativa, combate a formação de gases, a fermentação intestinal, estimula a secreção gástrica (facilitando a digestão), fortalece o sangue e é eficaz no tratamento do reumatismo. Como estimulante do apetite, recomenda-se mastigar umas folhinhas de salsa crua antes das refeições.

Sálvia

 Com folhas longas e perfumadas, a sálvia é comumente usada no tempero de carnes gordurosas e na decoração de pratos. É ainda muito utilizada para fazer manteigas aromatizadas, para finalizar massas ou preparos com carnes brancas.

Suas folhas possuem sabor forte e são muito usadas na gastronomia. Na medicina caseira, o gargarejo feito com o chá da planta é ótimo remédio para dores de garganta.

þ Uso culinário: a sálvia é uma erva aromática, ligeiramente apimentada. Como muitas outras ervas, a sálvia fresca tem um sabor mais suave e delicado do que a versão seca e desidratada. Ela é capaz de realçar sabor em uma ampla variedade de alimentos, acompanhando bem carnes como porco, bovina, frango, peru e pato. A erva é frequentemente utilizada em pratos que exigem longos tempos de cocção, como assados e ensopados. As folhas frescas podem ser adicionadas em saladas. As folhas podem ser grelhadas ou fritas, colocadas em hambúrgueres e sanduíches.

þ Uso terapêutico: as folhas possuem ação anti-inflamatória, antioxidante, cicatrizante, digestiva, entre outras propriedades. Suas folhas e sumidades florais (início da floração, antes de se abrirem totalmente) podem ser usadas para óleos essenciais. Com o seu poder anti-inflamatório e antisséptico, a sálvia ajuda na cicatrização e reduz o impacto causado por bactérias e fungos. Além disso, pode reduzir os níveis de colesterol ruim (o LDL), diminuindo as gorduras contidas na corrente sanguínea. Para aqueles que desejam equilibrar os níveis de açúcar na corrente sanguínea, o extrato da erva auxilia no controle de glicose. A planta oferece efeito diurético, pois ajuda a eliminar a retenção de líquidos, podendo ser importante para a perda de peso e diminuição do inchaço. Pode contribuir com seus efeitos antioxidante e estimulante, acelerando o funcionamento do metabolismo e favorecendo a queima de calorias.


Calusne Farms

Os artesãos do campo e gastronomia

A Calusne Farms nasceu de uma família de imigrantes italianos que se estabeleceram na região de Campinas/Valinhos (SP) como produtores rurais. Essa região é conhecida hoje como a Capital do Figo Roxo e Circuito das Frutas. 

Ricardo Donófrio, atual proprietário, está na quinta geração de uma família apaixonada pelo cultivo da terra e pela natureza de forma geral, graças aos seus avós Pedro e Elvira Calusne, que com muito amor e carinho ensinaram a amar, respeitar e a apreciar a natureza, especialmente a dar valor a tudo que a terra produz.

“Crescemos rodeados de coisas simples, porém valiosas, como o café feito de grãos torrados e moídos na hora, o leite fresco da fazenda, os pães, os biscoitos assados no forno a lenha, as geleias de frutas, vinhos, linguiças e salames caseiros, e claro, os vegetais da horta. Os legumes, as verduras, os temperos, as ervas, tudo era produzido aqui mesmo, na horta do sítio. As crianças ajudavam a bater feijão, a remexer o café secando no sol, a debulhar milho e ajudavam a cuidar da horta enquanto ouviam as histórias de nossos avós. Coisas simples, mas que são a herança mais preciosa que uma família pode oferecer aos seus filhos e netos”, considera Ricardo.

 De produção própria para fora

Além de cultivar a terra para o próprio sustento, a família começou a produzir e comercializar o figo roxo de Valinhos, mas a culinária sempre foi, também, uma paixão da Calusne Farms. 

De produtores e exportadores de figos a família passou a introduzir novos produtos que atendessem a culinária local, por influência de amigos italianos que possuíam restaurantes na região, dando origem ao plantio dos aspargos verdes e o verdadeiro manjericão italiano. 

“Hoje, sabemos que fomos os pioneiros em plantar e produzir comercialmente aspargos verdes no Estado de São Paulo. Nós, então, passamos a pesquisar novos produtos e cultivar cada vez mais vegetais diferenciados e com qualidade única, com a proposta de levar produtos frescos e saudáveis direto da horta para as cozinhas dos melhores restaurantes da região”, relata o produtor. 

O objetivo da Calusne Farms é, portanto, inovar com qualidade e profissionalismo, sem perder a essência familiar. Atualmente, com a extensa variedade de produtos (mais de 80), a empresa é referência para muitos profissionais do ramo alimentício. “Não somos apenas os Artesãos do Campo, somos também os Artesãos da Gastronomia e temos muito orgulho de sermos produtores rurais e podermos cultivar a terra todos os dias, produzindo alimentos saudáveis com amor e dedicação, da mesma forma que nossos avós sempre fizeram”, assume Ricardo, que faz entregas diárias para Campinas e região.

A Calusne Farms já soma 20 anos cultivando hortaliças que vão direto das hortas para a cozinha dos clientes, como flores comestíveis, brotos, ervas e outros produtos que além de beleza, levam sabor e nutrição.

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