No mundo contemporâneo, a busca por soluções mais sustentáveis relacionadas tanto à pecuária quanto à agricultura tornou-se necessária. De fato, a partir do aumento da população global, os recursos naturais passaram a ser consumidos rapidamente, tornando a regeneração da natureza muito mais lenta, especialmente nos últimos 60 anos.
Nesse contexto, na necessidade de criar novas abordagens que considerem a preservação da natureza, a bioeconomia e o agronegócio desempenham papel elementar. Comumente, a bioeconomia e o agronegócio podem ser interpretados como concepções antagônicas, diferentes tanto nas práticas quanto nos objetivos.
Esse argumento gira em torno da ideia de que a bioeconomia é voltada à concepção de reutilização dos recursos de forma sustentável, na medida em que o agronegócio encontra-se associado, frequentemente, à exploração intensiva dos recursos naturais e da terra. Porém, análises mais profundas sobre esses objetos revelam que ambos os campos tanto podem quanto devem operar juntos como aliados na promoção da sustentabilidade.
Uma aliança promissora para o futuro sustentável
Em síntese, pode-se dizer que a bioeconomia define-se como a produção, o uso e a gestão dos recursos biológicos, ou seja, as florestas, a agricultura e as pescas, a biodiversidade em sua totalidade. Tais recursos são utilizados para gerar serviços e produtos.
Concentra-se, portanto, em uma abordagem ecológica acerca do desenvolvimento, promovendo soluções que beneficiam o meio ambiente. Nessa perspectiva, a relação entre o agronegócio e a bioeconomia torna-se evidente quando se considera o papel da agricultura na produção de biomassa e insumos.
Pode-se utilizar como exemplo clássico entre a relação da bioeconomia e do agronegócio a própria produção de alimentos orgânicos. Os alimentos orgânicos são aqueles cultivados sem o uso dos insumos químicos e fertilizantes sintéticos. Além disso, a própria relação com as práticas agrícolas mostra-se mais “amigável” com o ambiente nessa abordagem.
Para além, o agronegócio e a bioeconomia também se unem na produção de biomateriais e bioplásticos. Em suma, existe no cenário atual uma preocupação em relação à poluição causada pelo plástico. Em vista dessa problemática, a bioeconomia oferece soluções no desenvolvimento de plásticos biodegradáveis, produzidos por meio de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar e o próprio amido de milho.
Tais fatores demonstram a importância, por exemplo, da faculdade de biomedicina. Os profissionais dessa área têm se esforçado para gerar alternativas biodegradáveis ao modelo agrícola tradicional, a partir das pesquisas e do desenvolvimento de tecnologias inovadoras, como a agricultura de precisão, o melhoramento genético e os processos de hibridização, bem como as biotecnologias agrícolas.
No final das contas, a aliança dessas abordagens possui a capacidade de, gradativamente, construir um futuro próspero e mais sustentável, que considera o meio ambiente e a sua relação com os demais seres que habitam o planeta. O agronegócio é o carro-chefe do Brasil e, portanto, torna-se necessário repensar suas práticas e aprimorá-las, assim como a bioeconomia está fazendo.