Rui Leite Jr.
Adriano Custódio
Pesquisadores do IAPAR
Tiago Madalosso
Pesquisador da COPACOL
Fernando Fávero
Gerente técnico da COPACOL
A estria bacteriana do milho chegou ao Brasil. Reportada pela primeira vez na África do Sul em 1949, foi confirmada nos Estados Unidos em 2016 e na Argentina em 2017.
Essa doença bacteriana emergente causada por Xanthomonasvasicolapv. vasculorum foi detectada, identificada e confirmadaem 2018 pela equipe técnica do IAPAR e da COPACOL em lavouras de 15 municípios na região oeste, centro-oeste e norte do Paraná.
A doença traz novos desafios à pesquisa e ao setor produtivo devido a haver poucas informações disponíveis sobre seu efetivo controle. Mais de 30 híbridos de milho se mostraram suscetíveis à doença. A identificação dos híbridos de milho disponíveis no mercado menos suscetíveis à doença bacteriana é a medida prioritária a ser trabalhadano curto prazo para o enfrentamento do novo problema.
Prejuízos
As perdas causadas pela estria bacteriana ainda não foram determinadas. Em ensaios preliminares conduzidos no Centro de Pesquisa Agrícola (CPA) da Copacol, em Cafelândia (PR), híbridos com elevada sensibilidade à doença apresentaram níveis de severidade foliar no estádio R4 superiores a 40%, o que teoricamente poderia reduzir significativamente a produtividade de grãos. Isso demonstra o potencial de dano econômico da doença bacteriana.
Entre os 16 híbridos avaliados com severidade acima de 10%, 12 apresentaram níveis de severidade inferiores a 34%, e apenas quatro apresentaram níveis de severidade superioresà 40%. Os híbridos com menoresvalores de severidade da doença (>11 e <34%) apresentaram rendimento de grãos de 7.540 a 9.817 kg/ha. Por outro lado, os híbridoscom maiores valores de severidade (>40 e <77%) apresentaram rendimento de 3.910a 5.725 kg/ha. Ainda que a exista efeito genético em relação à produtividade, os híbridos de milho com os maiores níveis de severidade (>40%) foram os que apresentaram os menores rendimentos de grãos (Figura 1).