Visitantes de diversas regiões cafeeiras do país participaram do maior evento da cafeicultura irrigada do País
A Fenicafé (Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura), realizada em Araguari (MG) entre os dias de 13 a 15 de março, movimentou não só o setor cafeeiro, como também a economia da região. É que todos os anos o evento atrai visitantes de todas as partes do País, entre produtores de café, estudantes, agrônomos e pesquisadores, que buscam na Fenicafé as novas tecnologias de mercado para a irrigação no cafezal.
“Além de conhecimento, a feira é o primeiro contato entre empresários e produtores. É a grande oportunidade para fechamento de negócios futuros. Além das empresas de máquinas, implementos e serviços, temos também os bancos e cooperativas de crédito que oferecem taxas especiais para os produtos adquiridos durante os dias da Fenicafé“, avalia superintende da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), Maria CecÃlia, que coordena a Fenicafé.
Público
O número de empresas expositoras mais uma vez surpreendeu a organização. Mais de 80 empresas ocuparam 100 estandes em uma estrutura montada em uma área de 05 mil metros quadrados no Pica Pau Country Club. “Como se sabe, todos os anos vem aumentando a presença de grandes empresas para feira, e isso é de suma importância para a realização do evento. Houve uma procura tão grande nos últimos dias, que se tivesse mais espaço este número com certeza seria muito maior“, garante Maria CecÃlia, superintende da ACA.
Temas de interesse
Outro fator de grande importância e que contribui para o crescimento do evento são os anuários e as pesquisas realizados pela ACA no Campo Experimental Izidoro Bronze, que são divulgadas durante o evento. Somando-se todos os anos o número de artigos passa de 600, envolvendo assuntos como genética, nutrição, tratos culturais fitossanitários, irrigação e manejo de irrigação na cafeicultura do cerrado.
Segundo o pesquisador André Fernandes, pró-reitor da Uniube, a Fenicafé mais uma vez conseguiu mostrar o uso racional da água e de energia, na cafeicultura irrigada. “Renomados palestrantes mostraram pesquisas que podem melhorar o dia a dia dos cafeicultores irrigantes“, detalha.
O presidente da ACA, Claudio Morales Garcia, disse que a associação só tem a comemorar. “PossuÃmos uma feira, que ao longo dos anos evoluiu, buscando ficar, ano após ano, mais atrativa e principalmente dando oportunidade à cafeicultura irrigada com resultados de satisfação aos expositores e aos visitantes“. Para ele, a água é o insumo mais precioso para qualquer cultura, referindo do tema do evento em 2018: “É tempo de irrigar com consciência“.
Trabalho contÃnuo
Claudio Garcia explica que a feira termina, mas o trabalho da ACA é realizado durante o ano todo. “A ACA oferece muitos benefícios a seus associados, entre eles de assessoria, agronomia e advogados. Portanto, não só comemoramos o resultado positivo de mais uma Fenicafé, mas também aproveitamos para convidar os que não fazem parte da ACA a se associarem e se beneficiarem também destes serviços“, adianta Garcia, sem deixar de agradecer todos os colaboradores que participaram desta edição.
O público médio registrado foi de 16 mil pessoas durante os três dias de evento.
Discursos de abertura
Também presente na Fenicafé, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) Deputado Silas Brasileiro, foi categórico em afirmar que a cafeicultura precisa da ciência e da tecnologia para avançar, referindo-se a participação do produtor rural em eventos como este.
Já o secretário executivo do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Eumar Roberto Novacki, participou pela primeira vez da Fenicafé e gostou do que viu. No evento, ele também falou sobre a importância da agricultura e pecuária e destacou sua evolução durante os últimos anos. “Devemos lembrar sempre que um em cada três empregos são gerados no campo. Sem contar que a agricultura brasileira alimenta 1,4 bilhões de pessoas no mundo“, informa.
 O vice-governador Antônio Andrade destacou a coragem da ACA em promover uma feira como a Fenicafé. “Em tempo de crise vemos a grandeza de um evento como este, que, além de apresentar as mais novas tecnologias de irrigação, ainda demonstra preocupação com os recursos hídricos“, diz, referindo-se ao tema da 23ª edição da Fenicafé ” “É tempo de irrigar com consciência“.
Preservação do meio ambiente
O pesquisador da Embrapa Territorial, Evaristo Miranda, apresentou na Fenicafé gráficos mostrando a atribuição, ocupação e uso das terras do território brasileiro, incluindo dados do CAR ” Cadastro Ambiental Rural.
Ele mostrou no evento o papel do produtor rural na preservação do meio ambiente “Cerca de 30% de todo território nacional é preservado“, afirma, dizendo que o Brasil se destaca entre os países que mais preserva o seu território no mundo. O pesquisador fez questão de apresentar o papel do produtor rural na preservação ambiental. Segundo o pesquisador, não há, no Brasil, nenhuma categoria profissional que preserve tanto o meio ambiente como os agricultores.