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Ferrugem surpreende produtores no Sul de Minas com evolução atípica e mais agressiva

 

Créditos Cristiano Soares de Oliveira
Créditos Cristiano Soares de Oliveira

Na região Sul de Minas Gerais, produtores estão surpreendidos pela evolução atípica da ferrugem. Nesse ano, o fungo que parecia controlado até o mês de maio, atingiu mais de 95% de algumas lavouras em Varginha.

 Para Rodrigo Naves Paiva, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, até o produtor que fez a aplicação de fungicidas no tempo certo deverá aplicá-la mais uma vez até o final da colheita.

“O que ocasionou essa pressão foi a evolução da ferrugem de anos anteriores no final dos ciclos. As precipitações em março, juntamente com a temperatura na faixa de 20 a 24ºC, acompanhada de períodos de chuvas e orvalhos, provocou esse índice alarmante“, justifica.

Novas medidas

Contrariamente a outras safras, quando o habitual é que se façam três aplicações – dependendo da variação do clima – neste ano, segundo o agrônomo, a aplicação poderá ocorrer novamente em plena colheita, nos casos em que o fungo atingiu até 65% da lavoura. “Nos casos em que passou deste percentual, não tem mais solução. O produtor deverá colher o café e fazer a triagem após a colheita“, pontua Rodrigo Naves.

O que ocasionou a pressão foi a evolução da ferrugem de anos anteriores no final dos ciclos - Créditos Cristiano Soares de Oliveira
O que ocasionou a pressão foi a evolução da ferrugem de anos anteriores no final dos ciclos – Créditos Cristiano Soares de Oliveira

Alerta

Diante desse cenário, a ferrugem é considerada a doença mais relevante na cafeicultura. Segundo Rodrigo Naves, os fungos causam lesões nas folhas que reduzem a área fotossintética, provocando a desfolha. “Quando há redução nas folhas isso interfere diretamente na produtividade do ano seguinte, porque essas folhas que estão caindo é que ajudam na produção da próxima safra. A folha remanescente ajuda tanto na manutenção como no crescimento do próximo ciclo“, explica.

Com isso, o período atual é de índices elevados de ferrugem, porém, a tendência é que isso diminua nas próximas semanas. “O pico já foi atingido em abril e maio, portanto, essas grandes quantidades de folhas infectadas que caíram, bem como a temperatura amena, com menos chuvas e com a chegada do inverno, reduziram a incidência da praga. Em Boa Esperança (MG), por exemplo, o índice já diminuiu para o produtor“.

 Entretanto, para o agrônomo, o ideal é que o cafeicultor da região fique atento ao relatório mensal desenvolvido para eles, com o aviso fitossanitário de acompanhamento da evolução da ferrugem e de outras pragas.

Essa matéria você encontra na edição de julho da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

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