22.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesFertilizantes: a coisa está russa

Fertilizantes: a coisa está russa

Valter CasarinCoordenador Científico da NPV

Fertilizante – Crédito: shurtterstock

Dentre alguns dos assuntos que unem Rússia e Brasil, o agronegócio está no centro da pauta e, mais especificamente, os fertilizantes. A agricultura brasileira é essencialmente dependente da importação de fertilizantes, uma vez que nossos solos, principalmente da região do Cerrado, são desprovidos de alguns dos principais nutrientes essenciais para a produção de alimentos.

A Rússia é um país de grande importância para o mercado de fertilizantes brasileiro, sendo responsável por aproximadamente 22% dos 41,1 milhões de toneladas de fertilizantes importados pelo Brasil em 2021. Já a representatividade russa no mercado mundial de fertilizantes demonstra sua importância: 2º produtor mundial de fertilizantes nitrogenados, 4º em fosfatados e 2º em potássicos.

Por outro lado, o Brasil é reconhecido mundialmente como uma potência agrícola, como grande produtor e exportador de alimentos, o que nos torna dependentes da importação de fertilizantes para manter os altos patamares produtivos. Desta forma, o tema fertilizante, conforme afirmava nosso saudoso Prof. Alfredo Scheidt Lopes, deveria ser tratado como assunto de segurança nacional. Hoje, a palavra do professor emérito de Lavras vai se revelando uma grande verdade.

Vale lembrar que o agronegócio brasileiro foi responsável por 26,6% no Produto Interno Bruto (PIB) do país, podendo subir para 28% em 2021, segundo projeções da CNA e do Cepea. Entretanto, a crise na oferta de fertilizantes pode trazer problemas para a economia brasileira, afetando a produção, o que pode provocar o desabastecimento de alimentos e, como consequência, causar efeitos severos na inflação.

O cenário que se apresenta, mostra claramente que o uso de fertilizantes é o caminho mais sensato para aumentar o rendimento das lavouras, isto é, produzir mais alimentos por área. A FAO, organização voltada para alimentos e agricultura das Nações Unidas, em relatório de 2007, indicou “que não seremos capazes de alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050 sem o uso criterioso de fertilizantes minerais”. 

Desta forma, o Brasil faz seus esforços para manter o suprimento de fertilizantes para que possamos manter a capacidade produtiva de nossos solos, produzindo grãos, proteínas, fibras e energia. Com a tecnologia empregada em nossa agricultura, o agronegócio brasileiro continua produzindo com eficiência e sustentabilidade, assegurando não somente o abastecimento interno, mas exportando para a demanda global de alimentos.   

ARTIGOS RELACIONADOS

Tendências do mercado de alimentos perecíveis em 2024

O desperdício no Brasil é estimado em mais de R$61 bilhões por ano.

Ubyfol: Aumento de produtividade

O setor sucroalcoleiro no Brasil vem passando por alguns desafios e exigindo dos produtores ...

Área irrigada no Brasil cresce 18,96%

No acumulado de 2000 a 2020, o crescimento foi de 4%, o que representa 6.481.812 milhões de hectares irrigados no total contra 6.232.587 no ano passado

Novo sistema leva energia a áreas rurais

O crescimento da utilização de energia solar no agronegócio brasileiro e os altos ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!