Um dos mais importantes fatores na produção de mudas florestais é a fertilização do substrato, que deve atender as demandas nutricionais de cada espécie. A utilização de fertilizante de liberação lenta pode contribuir para a obtenção de mudas de melhor qualidade, já que o produtor maximiza a eficiência do uso dos nutrientes, reduzindo drasticamente as perdas de nitrogênio por volatilização, lixiviação e desnitrificação.
Diego Henriques Santos, engenheiro agrônomo da CODASP – Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo, lembra que mudas de melhor qualidade vão produzir árvores de melhor qualidade, com ganhos no volume de madeira, desenvolvimento mais uniforme e, consequentemente, maior valor da floresta.
Ainda como vantagem da utilização dos adubos de liberação lenta têm-se a praticidade e o ganho operacional, sendo possível, em muitos casos, reduzir o número de operações de adubação, bem como o risco de salinização e a flexibilidade, já que os produtores de mudas podem escolher no mercado diferentes fertilizantes de liberação controlada, tendo a velocidade da liberação do nutriente definida conforme a demanda de cada cultura.
“Várias longevidades estão disponíveis para atender às necessidades das diferentes culturas, com tempo de liberação que chegam a seis meses“, informa o agrônomo.
Quando aplicar
No caso da produção de mudas florestais, o fertilizante de liberação lenta deve ser homogeneizado com o substrato de cultivo das mudas. Os métodos, as doses e as épocas de incorporação de adubos nos substratos de cultivo devem ser bastante criteriosos, pois, além de garantir o bom crescimento e a qualidade das mudas, a adubação é o principal meio que os viveiristas dispõem para “segurar“ ou “adiantar“ o crescimento das destas nos viveiros.
Segundo Diego Henriques, isso proporciona maior flexibilidade de tempo para o plantio das mudas no campo, sem perdas significativas da qualidade técnica delas.
Dosagem recomendada
As características, bem como as quantidades de fertilizante a serem aplicados dependerão das necessidades nutricionais de cada espécie, da fertilidade do substrato, da forma de reação dos adubos com o solo (substrato) e da eficiência dos adubos.
Os nutrientes fornecidos às mudas devem ser disponibilizados de acordo com a necessidade delas, levando em consideração o tempo necessário para sua formação.
Custo
Como principal desvantagem, os fertilizantes de liberação lenta apresentam custo superior às fontes solúveis, requerendo a adequação das doses nos diferentes sistemas de produção, visando otimizar o uso do insumo e garantir a produção econômica de mudas.
Apesar de mais caros, Diego Henriques garante que eles possuem a melhor relação custo x benefÃcio.